sábado, outubro 18, 2014

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Há 52 anos atrás eu preparava-me para subir aquelas escadas.



ROY  ROBISON - OH PRETTY WOMAN


                          



O maior sucesso musical deste cantor que em 1964, quando foi lançado, vendeu logo 7 milhões de cópias. A sua fama era tão grande que os Beatles sentiram-se orgulhosos de terem feito uma tourné com ele. Internacionalmente ele foi reconhecido pelas suas lindas baladas, melodias ritmicamente avançadas, seu timbre vocal, por vezes com falsete e os seus característicos óculos escuros.

Em 1991, Roy recebeu um Germmy por: "Oh! Pretty Woman" que lhe foi entregue num show ao vivo onde estiveram presentes celebridades do campo musical como: Jackson Brown, Elvis Costello, Bruce Springsteen, T- Bone Barnet e muitos outros importantes cantores. Nesse ano, duas músicas suas estiveram entre as vinte melhores do Reino Unido.

Durante mais de 4 décadas ele esteve nos top das paradas da música e, no entanto, quando lhe perguntaram como gostaria de ser lembrado, respodeu simplesmente: "Eu só gostaria de ser lembrado". 

Roy Robison era conhecido internacionalmente pela beleza das suas baladas, seu timbre de voz, por vezes com falsetes e aqui têm mais um belo exemplo de que assim era. Pessoa tímida, como se percebe, de poucas palavras e os óculos escuros que usava, imagem de marca, desinavam-se, afinal, a corrigir o seu estigmatismo crónico.

Chorei a rir...
PARA VEREM COMO POR VEZES NÃO É FÁCIL

ORGANIZAR UMA FESTA DE NATAL...










COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONÁRIOS

De: Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos

Data: 2 de Dezembro


Assunto: Festa de Natal



Tenho o prazer de informar que a festa de Natal da empresa será no dia 23 de Dezembro, com início ao meio-dia, no salão de festas privativo da Churrascaria Grill House. O bar estará aberto com varias opções de bebidas.


Teremos uma pequena banda tocando canções tradicionais de Natal...sinta-se à vontade para se juntar ao grupo e cantar! Não se surpreenda se o nossoVice Presidente aparecer vestido de Pai Natal! A arvore de Natal terá as luzes acesas às 13:00.

A troca de presentes de "amigo secreto" pode ser feita em qualquer altura, entretanto, nenhum presente deverá exceder Euros 10,00, a fim de facilitar as escolhas e adequar os gastos a todos os bolsos.

Este encontro é exclusivo para funcionários e família. Na ocasião, o nosso Vice Presidente fará um discurso bastante especial.Feliz Natal para todos.

Patrícia

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COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONÁRIOS

De: Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos

Data: 3 de Dezembro

Assunto: Festa de Natal



De maneira alguma o memorando de 2 de Dezembro sobre a Festa de Natal pretendeu excluir os nossos funcionários judeus! Reconhecemos que o Chanukah é um feriado importante e que costuma coincidir com o Natal, mas isso não acontecerá este ano. Portanto, passaremos a chamá-la "Festa do Fim do Ano", pois teremos em conta também todos os outros
funcionários que não são cristãos e aqueles que celebram o Dia da Reconciliação. Não haverá árvore de Natal. Nada de canções de natal nem coral. Teremos outros tipos de musica que agrade a todos.

Felizes agora?

Boas festas para vocês e suas famílias,


Patrícia

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COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONÁRIOS

De: Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos

Data: 4 de Dezembro



Assunto: Festa do Fim do Ano

Em relação ao bilhete (anónimo) que recebi de um membro dos Alcoólicos Anónimos solicitando uma mesa para pessoas que não bebem álcool... terei todo o prazer em atender o pedido, mas, se eu puser uma placa na mesa a dizer "Exclusivo para os AA", vocês deixarão de ser anónimos, não será?...Como faço então?

Quanto à troca de presentes, esqueçam! Não será organizada uma vez que os membros do sindicato acham que 10 euros é muito dinheiro e os executivos acham que 10 euros é muito pouco para um presente.Portanto não será organizada NENHUMA TROCA DE PRESENTES!

De acordo?


Patrícia

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COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONÁRIOS.

De: Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos

Data: 5 de Dezembro

Assunto: Festa do Fim do Ano


Mas que grupo heterogéneo o nosso!!! Eu não sabia que no dia 20 de Dezembro começa o mês sagrado do Ramadão para os muçulmanos, que proíbe comer e beber durante as horas do dia. Lá se vai a festa!

Agora a sério, entendemos que um almoço nesta época do ano seja um problema para a crença de nossos funcionários muçulmanos... Talvez a Churrascaria Grill House possa assegurar o serviço de buffet até à noite ou então, embalar tudo para vocês levarem para casa nas marmitas. Que acham?

E agora mais novidades:

- Consegui que os membros dos "Vigilantes do Peso" se sentem o mais longe possível do buffet das sobremesas;

- As mulheres grávidas poderão sentar-se o mais perto possível das casa de banho;

- Os homossexuais podem sentar-se juntos;

- As mulheres homossexuais não terão que se sentar junto dos homens homossexuais, que terão uma mesa própria, e sim, haverá um arranjo de flores no centro da mesa dos homens homossexuais;

- Teremos assentos mais altos para pessoas baixas;

- E estará disponível comida com baixas calorias para os que estão de dieta.

- Nós não podemos controlar a quantidade de sal utilizada na comida, portanto sugerimos que as pessoas com tensão alta provem a comida antes de comerem.

- E, claro, haverá mesas para fumadores e outras para não fumadores.

Esqueci alguma coisa?


Patrícia

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COMUNICADO PARA TODOS FILHOS DA PUTA QUE TRABALHAM NESTA EMPRESA

De: Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos

Data: 6 de Dezembro

Assunto: Festa do Fim do Ano da PORRA



Vegetarianos!?!?!??!

Sim, vocês também tinham que dar a vossa opinião de merda ou reclamar de alguma coisa!... Nós manteremos o local da festa na Churrascaria Grill House; quem não gostar que se foda! Não vá, desampare a loja! Ou então, como alternativa, seus fedorentos, podem sentar-se afastados, na mesa mais distante possível da tal "Churrasqueira da Morte" - como vocês lhe chamam.

E terão também a vossa mesa de saladas de merda, incluindo tomates ecológicos da casa do caralho e arroz pegajoso para comer com pauzinhos.

Aqueles que, naturalmente, ainda não gostarem, podem enfiar tudo no cu!

Mas como vocês devem saber, os tomates também têm sentimentos! Os tomates gritam quando vocês os cortam em fatias. Eu mesma os ouvi gritar! Eu estou a ouvi-los gritar agora mesmo!!!!!

Ah, espero que vocês todos, mas todos, os parvos dos crentes e os cretinos dos ateus, os paneleiros, as fufas, as mariquinhas das prenhas, os estupores dos fumadores e os chatos dos não fumadores, os cobardes dos bêbados anónimos e os fedorentos dos vegetarianos, todos vocês sem excepção, tenham uma merda de fim de ano!

E que guiem bêbados e morram todos, todinhos espatifados e esturricados por aí!

Entenderam?


Da Vaca, directamente para a puta que os pariu

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COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONÁRIOS

De: João Pacheco - Director de Recursos Humanos INTERINO

Data: 9 de Dezembro

Assunto: Patrícia Gomes e a Festa do Fim do Ano


Tenho a certeza que falo por todos nós desejando para a Patrícia um rápido restabelecimento para a sua crise de stress e podem estar certos que me encarregarei de lhe enviar as vossas mensagens para o sanatório.

Venho comunicar que a direcção decidiu cancelar a Festa do Fim do Ano e não dar folga aos funcionários na tarde do dia 23 de Dezembro.

Boas Festas!

João

É tudo uma questão de falta de estudos...



Dois velhotes alentejanos estão sentados à sombra de um chaparro a conversar.
- O filho do Chico da gorda voltou da cedade.
- É, mas crêo que ele é gay.

- Nã acredito. Ele nã tem estudos para isso. Ele é mas é panelero.

Políticos
O BARBEIRO











Certo dia um florista foi ao barbeiro para cortar seu cabelo. Após o corte perguntou ao barbeiro o valor do serviço e o barbeiro respondeu:

- Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário essa semana.

O florista ficou feliz e foi embora. No dia seguinte, ao abrir a barbearia, havia um buquê com uma dúzia de rosas na porta e uma nota de agradecimento do florista.

Mais tarde no mesmo dia veio um padeiro para cortar o cabelo. Após o corte, ao pagar, o barbeiro disse:

- Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário essa semana.

O padeiro ficou feliz e foi embora. No dia seguinte, ao abrir a barbearia, havia um cesto com pães e doces na porta e uma nota de agradecimento do padeiro.

Naquele terceiro dia veio um deputado para um corte de cabelo. Novamente, ao pedir para pagar, o barbeiro disse:

- Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário essa semana.

O deputado ficou feliz e foi embora. No dia seguinte, quando o barbeiro veio abrir sua barbearia, havia uma dúzia de deputados fazendo fila para cortar cabelo.

Essa história ilustra bem a grande diferença entre os cidadãos do nosso país e os políticos que o administram.


POLÍTICOS E FRALDAS DEVEM SER TROCADOS COM FREQUÊNCIA E PELO MESMO MOTIVO!!! EÇA DE QUEIROZ (1845)



 PS - É exactamente para isso que existe 

democracia.

Para quê, meu Deus, para quê?
TOCAIA GRANDE
(Jorge Amado)






Episódio Nº  77

















Coisas passadas.

 - Adeus, Coroca.

De cima da sela de couro fino e peitoral de prata, em égua altaneira, correndo o olhar pelo arruado, habitações e moradores, o bacharel Andrade Júnior estendeu a mão ao árabe Fadul Abdala em despedida:

 - Não sei o que é que você está fazendo nesta tapera imunda. Se quer ganhar dinheiro por que não abandona esse buraco e não vai para Itabuna? - Todos ali eram servos seus.

Se quiser ir, conte comigo. Isso aqui não tem futuro, nunca passará de um chiqueiro.

O capitão Natário da Fonseca nem sequer o ouviu externar esses conceitos: enfiava as calças, calçava as botas. Na cama, nua, Bernarda lhe sorria.

9

Da pessimista previsão do bacharel, o Capitão soube vários dias depois quando passou de novo por Tocaia Grande.

Venturinha partira para o Rio de Janeiro onde o aguardavam o Curso Livre, o saber dos mestres, as fastidiosas prelecções e Adela La Porteña,

Adelita Chucha de Oro, o saber das putas, as noites de tango e de pagode.

Bebericando um gole de tiquira, Natário se referiu à estada do jovem doutor em Itabuna onde fora muito festejado:

 - Até parece que tinha chegado o Deus-Menino. Apesar da discrição que lhe era habitual, sabendo ser Fadul amigo de Fuad Karan, narrou divertido episódio acontecido no cabaré durante a noite animadíssima.

 Quando Venturinha repetia pela centésima vez que regressava ao Rio para concluir douto curso especializado em propriedade da terra, Fuad Karan clamou aos céus:

 - Pra quê? Meu Deus, pra quê? De propriedade de terras quem mais sabe e entende do que o Coronel, seu pai e meu amigo?

As leis que aqui regem esse direito não foi por acaso ele quem as ditou? Tu não me enganas, Venturinha, esta tua história tem enredo de mulher. Conta de uma vez.

Sem desmerecer a magnitude do Curso Livre, Andrade Júnior, bacharel e dândi, recém-chegado da Metrópole, falou
com conhecimento e entusiasmo da boémia carioca e exaltou o
mulherio, cosmopolita e requintado.

 No cabaré de Itabuna, entre rudes coronéis e ávidos doutores, cintilou por uns instantes a estrela dos palcos de Buenos Aires, a Deusa da Ribalta, a Argentina Adela.

Quanto ao futuro de Tocaia Grande, a opinião do bacharel não causou espécie ao Capitão:

 - Vá por mim, compadre, que vai mais certo. Venturinha pode entender de mulheres e de leis, coisas com que gastou dinheiro.

Mas de lavoura de cacau e desse mundaréu, não sabe nada.

 - Ele, Natário, sabia de certeza: — Pode acreditar no que lhe digo, compadre: Tocaia Grande ainda há de ser uma cidade.

O Grande Drama do País















Pode discutir-se o Orçamento em todos e cada um dos seus aspectos, e eles são tantos, mas o grande drama da situação em que nos encontramos consiste na Despesa do Estado que os governos não conseguem baixar, e isto num país que não tem petróleo... apenas o bolso dos cidadãos.

Por isso, a enorme carga de impostos, por isso a dívida soberana das maiores da Europa em percentagem do PIB, 130%, num pequeno país com uma débil e fraca economia, agora em ascensão em alguns sectores de actividade, é justo dizê-lo.

E esta situação é dramática porque uma percentagem esmagadora dos cidadãos depende dos dinheiros do Estado, porque é seu funcionário, pensionista, desempregado com direito a subsídio ou demasiado pobre para poder sobreviver sem apoios.

Esta população imensa está organizada e reclama pela voz dos seus representantes sejam eles dos Sindicatos, Partidos Políticos ou outros. Reclamam, exigem, manifestam-se e vêm para a Televisão fazer-se ouvir ruidosamente.

Como distribuir uma riqueza que não existe senão fazendo crescer a dívida? E como pagar os juros dessa dívida quando esse dinheiro era tão preciso para fazer investimentos que gerassem emprego e riqueza?

A discussão e aprovação do Orçamento do Estado são os momentos, por excelência, para este drama vir ao de cima e os cidadãos mesmo não percebendo nada de orçamentos dão-se 
conta que estão metidos numa grande "alhada" que lhes retira o futuro.

O Governo da nossa Europa está na linha de meta para iniciar as suas funções e nós estamos já a antever o embate entre o seu Presidente, aquele senhor que tem nome de marca de esquentador, e um outro, que anda de cadeira de rodas e é ministro das Finanças da Alemanha, o único país que na Europa tem dinheiro e zela por ele ciosamente.

Em Bruxelas, neste momento, reina o silêncio...

Não podemos voltar atrás e reparar erros do passado ditados por uma política europeia que aceitámos como boa e pusemos em prática e à qual juntámos desvarios nossos com os resultados que sabemos para o nosso tecido produtivo.

Nós, portugueses, no intervalo dos momentos de heroísmo, parece que nascemos para cometer erros e o que é estranho e de admirar é que ainda estejamos vivos como país.

"Errar é humano", já lá diziam os romanos mas errar em demasia é mesmo só nosso.

Para não recuar muito, vejam bem: - A nomeação dos professores na Educação, o sistema informático na Justiça, o BES, a PT...

Se fizéssemos um filme de Portugal dos últimos 40 anos intitular-se-ia: "Predestinados para Errar".

sexta-feira, outubro 17, 2014

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Justa reivindicação



CAMADA DE NERVOS - FILHO PIMBA


O que é que estavam a pensar?....
PENSAMENTO


















Amor é como capim... você planta e ele cresce... 

... depois vem uma vaca e acaba com tudo...

KATIE MELUA - BLOWING IN THE WIND


Esta jovem nascida na Georgia foi com 8 anos para a Irlanda do Norte e desde os 14 vive em Inglaterra. Em Novembro de 2003 com 19 anos , gravou o seu 1º Albun "Call Off The Search" que em 5 semanas vendeu 1 milhão de cópias. A sua beleza pura, a sua juventude, a sua voz límpida dão sentido e emprestam verdade a esta grande balada de Bob Dylan:


Soprando No Vento

... "Quantas estradas precisará um homem andar, antes que possam chamá-lo de um homem?
...Sim, e quantos mares precisará uma pomba branca sobrevoar antes que ela possa dormir na praia?
.... Sim e quantas vezes precisará balas de canhão voar até serem para sempre abandonadas?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento ... A resposta está soprando no vento.




Planos para o futuro...













Uma galinha põe um ovo de meio quilo. Jornais, televisão, repórteres... todos atrás da galinha.

- Como conseguiu esta façanha, Srª Galinha?

- Segredo de família...

- E os planos para o futuro?


- Pôr um ovo de um quilo!


 Então as atenções voltam-se para o galo...

- Como conseguiram tal façanha, Sr. Galo?


- Segredo de família...


 - E os planos para o futuro?


 - Partir os cornos ao Peru!!!
  

ADÃO E EVA














Um Mito de Consequências Perversas


O mito de Adão e Eva escrito há uns 3.000 anos, no qual Eva desobedece a Deus e faz pecar o Adão, esse mito com que se inicia a Bíblia hebraica e a cristã, onde Deus submete a mulher ao domínio do homem, está na origem do machismo, da descriminação e da violência contra as mulheres que chegou à história do mundo ocidental moldando a cultura judaico-cristã. Naquela mítica Eva estavam todas as mulheres e a partir desse mito original todas foram julgadas, condenadas e menosprezadas. A literatura ocidental de todos os tempos dão conta desse colossal abuso.

Vejamos exemplos:


- No século II, o doutor da igreja, Tertuliano escrevia e pregava:

 - “Mulher, deverás ir vestida de luto e andrajos, apresentando-te como uma penitente, alagada em lágrimas redimindo assim a falta de teres feito perder o género humano. Tu eras a porta do inferno, foste tu que rompeste os selos da árvore proibida, a primeira que violaste a lei divina, que corrompeste aquele a quem o diabo não se atrevia a atacar de frente. Tu foste a responsável pela morte de Jesus Cristo.”


- No século IV, o grande teólogo Agostinho pregava:

“A mulher é um ser inferior. É uma questão de justiça que as mulheres sirvam os homens como algo que corresponde à ordem natural da humanidade”.


- Nesse mesmo século, Jerónimo, doutor da igreja e tradutor da bíblia para o latim exclamava:

  -  “Se a mulher não se submete ao homem, que é a sua cabeça, faz-se culpada do mesmo pecado que um homem que não se submeta a Cristo.”


No século VI, o bispo Isidoro de Sevilha, declarado santo e considerado no seu tempo “o homem mais douto que apareceu nos últimos tempos” afirmava: 

 - “O homem foi feito a causa de si mesmo, a mulher foi criada somente para ajuda do homem.”


No mesmo século, no Sínodo de Macon (ano 585) debateu-se se,“na hora da ressurreição, as mulheres não teriam que se converter em homens para poderem entrar no céu.”

No século XI, Marbode, o bispo de Rennes, França, considerado o “rei dos oradores” fazia este panegírico (discurso):

“Das inúmeras armadilhas que nos monta o hábil inimigo, a pior e mais difícil de evitar, é a mulher, planta débil, raiz daninha, fonte de vícios que propaga o escândalo pelo mundo. Oh! mulher, doce maldade, veneno com mel! Quem persuadiu o nosso primeiro pai para que provasse o fruto proibido?... Uma mulher!”


No século XIII, o teólogo mais influente de todos da teologia católica, Tomás de Aquino, escrevia:

- “Para bem da ordem humana, uns terão que ser governados por outros mais sábios. Por consequência, a mulher, mais débil no que respeita ao vigor da alma e força corporal, está sujeita por natureza ao homem, no qual a razão predomina. O pai tem que ser mais amado do que a mãe e merece maior respeito porque a sua participação na concepção é activa e a da mãe é simplesmente passiva e material… A mulher é um defeito da natureza, uma espécie de “homenzinho” defeituoso e mutilado. Se nasceu mulher deve-se a um defeito do esperma ou a ventos húmidos.”  (???!!!...)

Francisco Seixas da Costa
ANOMIA

(Francisco Seixas da Costa)

















A palavra não é muito usada, mas a expressão cunhada por Durkheim é a única que me ocorre para simbolizar o que hoje atravessa Portugal.

Ausência de objetivos, diluição de identidade, descrença num sentido coletivo de vida são os sinais contemporâneos que nos revelam um país à deriva.

Não se deduza daqui um derrotismo catastrofista, porque estamos sempre a tempo de mudar o rumo às coisas e, contrariamente ao que vulgarmente se pensa e diz, já atravessámos crises bem piores. Mas, para mudar, é necessário perceber como e por onde andamos e, em especial, evitar passos irreversíveis.

O que se tem passado nos últimos tempos na máquina do Estado, se bem que previsível, ultrapassou todos os limiares de razoabilidade e da incompetência aceitável.

As crises no sistema educativo e na Justiça, somadas a afloramentos de ruturas em várias outras políticas públicas, mostram que a aposta no desmantelamento do Estado, que este governo levou a cabo com um zelo sem precedentes, está a “funcionar”: o estado do Estado é já o que se vê.

Para isto juntou-se uma agenda ideológica de liberalismo simplista, servida por um pessoal político em geral impreparado, um cocktail de “jotas” com homens de aparelho, acolitados por tecnocratas cínicos e por deslumbrados com MBA, com uma agenda geracional agressiva, que se sentaram à mesa da desorçamentação do Estado atulhados de preconceitos: o Estado é hoje gerido por quem o odeia e despreza.

No início, obedeciam ao “script” dado pelo Memorando, que, com aparente alegria doutrinária, haviam herdado e que iam mesmo polindo com o zelo dos neófitos. A palavra de ordem era desregular, “desblindar”, acabar com as “golden shares” que perturbavam o livre fluir do mercado, privatizar tudo quanto fosse possível. Ah! e fazer tudo isso tão depressa quanto viável, antes que o país aturdido acordasse e os devolvesse à procedência.

Ao fim de uns meses pelos corredores do poder, percebeu-se logo que esse pessoal se achava possuído de uma “filosofia”: uma espécie de otimismo visionário e profético, uns novos “amanhãs que cantam” que pediam meças à credulidade determinista do “socialismo real”.

Alguns parece que chegaram a acreditar piamente na bondade dessas soluções e, como também ocorreu do outro lado do espelho ideológico, encaravam as vítimas da conjuntura – os velhos, os reformados, os doentes, os excluídos, os desempregados – como uma espécie de inevitáveis “colateral casualties”.

Sem remorsos, porque o “homem novo” estaria ao virar da esquina a salvar-lhes as consciências. E o seu futuro, claro.

Depois, foi, não o que se viu, mas o que está a ver-se. A dívida disparou, o desemprego também (na melhor das hipóteses fixá-lo-ão ao nível que o governo Sócrates o deixou), fazem uma coreografia anual para colocar o défice tão próximo dos objetivos quanto as malabarices financeiras o permitem, o Estado está no estado em que está e quem vier a seguir que feche a porta.

 Agora, atrapalharam-se no BES, deixaram a PT ir ao fundo sem um ai tempestivo, estão ainda a pensar se têm tempo para dar cabo da TAP.

E o país? O país, pelo que mostra, permanece em anomia, se acaso disso ainda restasse a menor dúvida. E se acordar?


PS – Não é um quadro, é uma fotografia, porque mais real, esta que o ex-embaixador Seixas da Costa faz do país. 

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