Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, agosto 20, 2016
Middle Of The Road - Sacramento
Anos 71/72, anos mágicos para a música pop anglo-saxónia com canções que ficaram para sempre no ouvido. Ouvir os Sacramento, no Midle Of The Road, é como voltar atrás na minha vida... mais de 40 anos!
(Domingos Amaral)
Episódio Nº 67
No entanto, garantiu a Ismar
que o seu coração permanecia guardado para a princesa mais velha, nunca se
deixando afeiçoar a nenhuma outra rapariga por mais mimosa que ela fosse.
- Muito bonito – apreçou
Ismar.
Piscou mais uma vez o olho
canhoto e murmurou:
- Mas julgo que nos esperam
na piscina!
Zhakarias não vira mulheres
toda a tarde e atravessou mais um corredor com expectativa, até chegar a um
claustro interior de teto abobadado, no centro do qual existia uma límpida e
azul piscina.
- Sabeis nadar – pergunto
Ismar, enquanto se despia.
O wali entrou na piscina já
completamente nu, depois de retirar num ápice a sua camisa de linho e os seus
calções largos e compridos, atirando com os chinelos para um canto.
Ao fazê-lo avisou Abu de que
se tivesse receio de afogar-se deveria manter junto dos degraus onde tinha pé.
O cordovês seguiu o conselho
e, após despir a roupa entrou também na água morna, colocando os pés no chão
com cuidado, para este não lhe fugir.
O movimento produziu-lhe
agradáveis sensações e afundou-se com lentidão, submergindo a cabeça e fechando
os olhos.
Quando voltou à superfície,
Zhakaria reparou que seis mulheres tinham surgido e se desfaziam dos vestidos,
ainda fora da piscina.
Três delas tinham a pele
negra como breu e três eram brancas e loiras, mas todas eram dotadas de corpos
admiráveis, embora umas fossem baixas e outras altas, umas tivessem pernas
curtas e outras mais longas, umas exibissem seios grandes e outras mais
pequenos e umas apresentassem nádegas rechonchudas e outras empinadas.
Ouviu Ismar cantar divertido:
Ela é uma frágil gazela
Olhares de narciso
Acenos de açucena
Sorriso de margarina.
De súbito, o governador
perguntou-lhe a sorrir, como se fossem amigos há muitos anos:
- Três eslavas e três núbias.
Por quais tendes preferência?
De repente, Zhakaria sentiu
que ia trair Fátima pela primeira vez. Não aguentava mais aquele sacrifício.
Respirou fundo e olhou as núbias negras.
Nos seus tempos de
combatente nos exércitos muçulmanos de Taxfin, Zhakaria derretera-se várias
vezes com uma núbia parecida com estas.
Gostei muito...
Aquela memória decidiu-o,
apontando para as três negras, que soltara de imediato gritinhos de satisfação,
entrando na água tépida enquanto Ismar cantava:
Feita de graça e feitiços
Me acende no coração
A fogueira da paixão
A moça de negros frisos
Dando uma curta risadinha,
nomeou o autor do verso:
- Ibn Sara! Por certo haveis ouvido falar, era
natural de Santarém!
Com um estalar dos dedos,
convidou as três eslavas a aproximarem-se e acrescentou.
- Amanhã podereis provar estas, não sou
ciumento.
João da Silva Nóbrega de Correia e Saldanha, português de gema,
natural de Coimbra, em viagem de negócios, longe da família... livre que nem um
passarinho.
Quarenta anos, executivo, senta-se na cadeira do avião com
destino a New York e, maravilha-se com uma deusa sentada junto à janela.
Após
15 minutos de voo, não se contém:
É a
1ª vez que vai a New York?
- Não, é uma viagem habitual.
Trabalha com moda?
- Não, viajo em função de minhas pesqui sas.
Sou sexóloga.
As suas pesqui sas
dedicam-se a quê?
- No momento, pesqui so
as características do pénis masculino.
A que conclusão chegou?
- Que os Africanos são os portadores de pénis com as dimensões mais
avantajadas e excitantes e os Árabes são os que permanecem mais tempo no coito.
Logo, são os que proporcionam mais prazer às suas parceiras. Já os Europeus não
costumam fazer parte das minhas pesqui sas
porque são portadores de um pénis desmotivador... quase que não dão prazer às
mulheres... Desculpe-me Senhor, eu estou para aqui
a falar mas não sei o seu nome...
– Um tiro fora do alvo - mas que acertou em cheio...
A comediante americana Cathy Ladman observou que “todas as religiões são iguais: religião
é, basicamente, sentimento de culpa com feriados diferentes”.
Não é crível que o motivo pelo qual temos religião seja porque
ela reduzia os níveis de stress dos nossos antepassados.
A religião é um fenómeno vasto que carece de uma teoria vasta
para o explicar.
Outras teorias de que “a religião satisfaz a nossa curiosidade
sobre o universo e o nosso lugar nele” ou “a religião é consoladora” não são
explicações darwinianas embora possa haver nelas alguma verdade psicológica.
Steven Pinker dizia, relativamente à teoria do “consolo”,
“porque há-de uma mente evoluir para encontrar consolo em crenças que
claramente se sabe que são falsas?”
Mas para os cientistas darwinianos o que interessa é encontrar
as causas profundas ou seja, qual a pressão da selecção natural que favoreceu
tal ocorrência.
Suponhamos que os neurologistas descobrem no cérebro um
“centro-deus”, então é preciso saber a
razão pela qual os nossos antepassados com uma tendência genética para
desenvolver nos seus cérebros esse “centro-deus” sobreviveram de maneira a
terem mais netos do que os outros que não a tinham.
Tão pouco os darwinianos se dão por satisfeitos com explicações
de natureza política, do género: “a religião é uma ferramenta usada pela classe
dirigente para subjugar as classes inferiores”.
É verdade que consolava os escravos negros da América com
promessas de outra vida, o que lhes embotava o descontentamento com a vida
deste mundo e beneficiava, assim, os seus donos.
Se as religiões são deliberadamente criadas por sacerdotes
cínicos ou por governantes, é uma questão interessante à qual os historiadores
devem prestar atenção, mas não é uma questão darwiniana.
O investigador darwiniano quer saber por que razão as pessoas
são vulneráveis aos encantos da religião expondo-se, desse modo, à exploração
de sacerdotes, políticos e reis.
A Religião como um Sub-Produto de outra coisa
Numa perspectiva darwiniana, Richard Dawkins vê a religião, cada
vez mais, como um sub-produto de outra coisa como, de resto, um número
crescente de biólogos.
Para explicar esta ideia o autor socorre-se de um exemplo
concreto que tem a ver com a traça uma vez que ele próprio é um especialista
nesta área.
Este animal voa em direcção à chama da vela e isso não parece
acontecer por acaso. De propósito, elas fazem desvios no voo para se oferecerem
em sacrifício numa auto-imolação e a pergunta que fazemos é esta:
- Como diabo pode a selecção natural favorecer um
comportamento destes?
Não, a selecção natural não favoreceu este comportamento que não
passa, afinal de um sub produto do verdadeiro comportamento, esse sim, ditado
pela selecção natural.
A luz artificial das velas é coisa recente nas noites que eram
apenas iluminadas pela lua e pelas estrelas. Essas fontes de luz estão no
infinito ópt ico pelo que os raios
delas nos chegam paralelos.
Por esta razão, os insectos podem seguir estes raios para se
deslocarem em linha recta e encontrarem o caminho de casa mas, se estes raios
não forem paralelos e antes divergirem como os raios de uma roda e, se os
seguirmos, iremos dar ao eixo da roda ou seja, á chama da vela.
Um comportamento fatal nestas circunstâncias decorre de uma
regra boa que leva as traças, no silêncio das noites, seguindo a luz da lua e
das estrelas até à sua casa que é o que acontece na esmagadora maioria das
vezes e acontecia sempre antes do aparecimento das luzes artificiais.
Deixemos agora as borboletas das traças uma vez que elas já
desempenharam nesta problemática o seu papel exemplificativo do que é um
comportamento sub - produto – tiro fora do alvo - do verdadeiro e
correcto comportamento que se desenvolveu com base na selecção natural.
Centremo-nos nas crianças. É sabido que nós sobrevivemos, mais
do que qualquer outra espécie, por experiências acumuladas pelas gerações
anteriores, experiências essas que têm de ser transmitidas às crianças para a
sua protecção e bem-estar.
Em teoria, as crianças também podem aprender através da sua
experiência, à sua custa como se costuma dizer, a não se aproximarem dos
penhascos, a não comerem bagas vermelhas desconhecidas, a não nadarem em águas
infestadas de crocodilos mas, dessa forma, quantas não teriam sido sacrificadas
sem chegarem a ter tempo para se reproduzirem?
Assim, constitui uma vantagem selectiva as crianças dotadas de
um cérebro que contiver a simples regra prática:
- “Acredita sem hesitações em tudo o que os adultos te
digam. Obedece aos teus pais, obedece aos chefes da tribo, sobretudo quando
eles te falarem num tom grave e ameaçador, confia nos mais velhos sem contestar”.
Mas, tal como no caso das traças, pode dar mau resultado...
porque um dia dizem à criança - “tens
de sacrificar uma cabra durante a lua cheia senão a chuva não vem” e ela
acredita porque não sabe distinguir os bons conselhos, ... “não te metas no
Limpopo que está infestado de crocodilos” dos maus ou inúteis de “matar a cabra
durante a lua cheia para vir a chuva...”.
O subproduto inevitável é a vulnerabilidade à infecção pelo
vírus da mente.
A selecção natural para a sobrevivência apenas ensinou que
os cérebros das crianças precisam de acreditar nos pais e nos mais velhos de
tal forma que aquele que acredita não tem forma de distinguir os bons dos maus
conselhos pela mesma razão que a borboleta da traça não sabe que aquele raio de
luz a levará à morte e não a casa... ela só sabe que tem de seguir o raio de
luz da mesma maneira que a criança sabe que tem de acreditar e obedecer.
Ambos os avisos, o da cabra e o dos crocodilos, aos ouvidas da
criança parecem igualmente dignos de confiança pois ambos provêm de uma fonte
respeitável e são proferidos com grave seriedade que inspira respeito e exige
obediência.
E quando a criança crescer e tiver filhos seus, ela irá
transmitir-lhes tudo – quer o bom senso quer o disparate – com toda a
naturalidade, usando o mesmo ar grave e contagiante.
Ao longo das gerações, como o acreditar e obedecer se traduziram
numa vantagem para a sobrevivência e procriação, a nossa espécie foi evoluindo
para uma sociedade de crentes.
Os líderes religiosos estão conscientes da vulnerabilidade do
cérebro das crianças e da importância desta ser doutrinada em tenra idade.
Já dizia o Jesuíta: - “... dai-me a criança durante os seus
primeiros sete anos e eu dar-vos-ei o homem”.
- Por que se morre de amor?
- Por que se mata por ciúme?
- Por que se mata por Deus?
Definitivamente, o nosso cérebro está cheio de armadilhas... e
já agora, obrigado às traças e ao Richard Dawkins.
Espreitando pela rede... |
A Burqa
Burqa,
Nicab, Chador, Al-amira e Hijab, são modelos diferentes, do mais rigoroso ao
ligeiro, de uma peça de vestuário feminino que lhes cobre o rosto, e o seu uso é
da responsabilidade da cultura árabe, que bate aos pontos todas as outras em
machismo, domínio, e predominância do homem sobre a mulher, sinal de humilhação,
inferioridade e dependência desta.
Não
sei, em muitos casos, até que ponto ela, a mulher, não aceita esta sub-alternidade com orgulho, ou simplesmente com naturalidade, por sentir que a sua posição social é, de facto, inferior à do homem, de acordo com os
respectivos usos e tradições que ao longo de gerações foram desenvolvendo e cimentando esses comportamentos.
Neste
caso, do ponto de vista da nossa cultura ocidental, a situação será mais grave
porque nada se pode fazer quando as situações de desigualdade são assumidas, mais do que consentidas.
Sempre
poderemos dizer que, no fim, todos ficam felizes... e eu, que continuo a pensar que
a cultura dos povos não deve ser combatida mas sim respeitada, desde que não
esteja em causa a integridade e a vida humana, só espero, como está a acontecer, que a situação sofra alteração.
As
culturas são como ondas que se movem, evoluem ao sabor dos tempos e, neste
momento de globalização que a humanidade vive, a tendência é para uma
uniformização de procedimentos onde este não tem lugar porque, concordar com as burqas, ou qualquer outro traje que
signifique um estatuto de submissão, descriminação, em suma, de inferioridade, é uma razão de injustiça.
Sempre
fui um admirador da mulher, desde a nossa mãe Eva, há uns sessenta mil anos,
quando saímos do continente africano pela última vez - éramos, então, pouco mais de "meia dúzia" e ela a chefe dessa pequena família - pelo seu papel na
sociedade, como mãe, educadora, gestora do lar e, em todos estes aspectos,
admirador da minha própria mãe, que era o “homem” lá da casa onde nasci e que
muito me marcou em criança.
Tudo
quanto descrimine a mulher, para além de injusto é prejudicial para a sociedade, uma vez
que o seu contributo em plenitude de igualdade, é essencial a todos os níveis.
Em
França, nomeadamente em Cannes, Nice e noutras cidades, foi proibida
a dissimulação integral do rosto ou o uso de um traje integral para ir à praia,
“uma vez que não correspondem ao nosso ideal de relação social”.
Logo
apareceu um “fundo financeiro” disponível para pagar as multas das mulheres que
não respeitassem esta proibição porque, não sejamos ingénuos, para lá do
vestuário estão outros desígnios...
Não
esqueço Kadafi, da Líbia, que afirmava que os árabes invadiriam e conqui stariam a Europa através dos comportamentos próprios
da sua cultura levados pelos emigrantes, mais eficazes do que qualquer guerra.
Há
consideração dos governos dos países europeus que recebem imigrantes do norte
de África, que serão sempre bem-vindos desde que respeitem os nossos hábitos e
valores.
sexta-feira, agosto 19, 2016
WHITNEY HOUSTON - I WILL ALWAYS LOVE YOU
Mais uma vez, ontem, vi o filme "O Guarda Costas", na RTP. ... os olhares de preocupação de Kevin Coster, a segurança que ele lhe transmite, a cumplicidade num amor a que ele não se permite... tudo isso merece que ela lhe dedique a sua mais linda canção... naquela voz soberba que só ela tem.
Um tipo do norte comprou um Mercedes e estava a dar uma volta
numa estrada nacional à noite.
A capota estava recolhida, a brisa soprava levemente pelo seu
cabelo e ele decidiu puxar um bocado pelo carro.
Assim que a agulha chegou aos 130
km, ele de repente reparou nas luzes azuis por trás dele.
De maneira alguma conseguem acompanhar um Mercedes' pensou ele
para consigo mesmo, e acelerou ainda mais.
A agulha bateu os 150, 170, 180 e, finalmente, os 200 km/h, sempre com as luzes atrás
dele.
Entretanto teve um momento de lucidez e pensou:
'Mas que raio é que eu estou a fazer?!' e logo de seguida
encostou.
O polícia chegou ao pé dele, pediu-lhe a carta de condução e sem
dizer uma palavra e examinou o carro e disse:
- Eu tive um turno bastante longo e esta é a minha última
paragem. Não estou com vontade de tratar de mais papeladas, por isso, se me der
uma desculpa pela forma como conduziu que eu ainda não tenha ouvido, deixo-o
ir!
- Na semana passada a minha mulher fugiu de casa com um polícia
- disse o homem - e eu estava com medo que a qui sesse
devolver!
Diz o polícia: - Tenha uma boa noite!
Gilbert, advogado |
O Que é um Infiel
Como demonstram as linhas que se seguem, fui obrigado a tomar consciência da extrema dificuldade em definir o que é um infiel.
Escolher
entre Allah ou o Cristo, até porque o Islamismo é de longe a religião que
progride mais depressa no nosso país. O mês passado, participava no estágio
anual de actualização, necessária à renovação da minha habilitação de segurança
nas prisões.
Havia nesse curso uma
apresentação por quatro intervenientes representando respectivamente as
religiões Católica, Protestante, Judaica e Muçulmana, explicando os fundamentos
das suas doutrinas respectivas. Foi com um grande interesse que esperei a
exposição do Imam.
A prestação deste ultimo foi notável, acompanhada por uma projecção vídeo.
Terminadas as intervenções, chegou-se ao tempo de perguntas e
respostas, e quando chegou a minha vez, perguntei: “Agradeço que me corrija se
estou enganado, mas creio ter compreendido que a maioria dos Imams e
autoridades religiosas decretaram o “Jihad” (guerra santa), contra os infiéis
do mundo inteiro, e que matando um infiel (o que é uma obrigação feita a todos
os muçulmanos), estes teriam assegurado o seu lugar no Paraíso. Neste caso
poderá dar-me a definição do que é um infiel?”
Sem nada objectar à minha interpretação e sem a menor hesitação,
o Imam respondeu: “um não muçulmano”.
Eu respondi: - “Então permita-me assegurar que compreendi bem : O
conjunto de adoradores de Allah devem obedecer às ordens de matar qualquer
pessoa não pertencendo à vossa religião, a fim de ganhar o seu lugar no
Paraíso, não é verdade?
A sua cara que até agora tinha tido uma expressão cheia de
segurança e autoridade transformou-se subitamente ao de “um puto” apanhado em
flagrante com a mão dentro do açucareiro!!!
É exacto, respondeu ele num murmúrio.
Eu retorqui :
-
“Então, eu tenho bastante dificuldade em imaginar o Papa dizendo a todos os
católicos para massacrar todos os vossos correligionários, ou o Pastor Stanley
dizendo o mesmo para garantir a todos os protestantes um lugar no Paraíso.”
O Imam ficou sem voz !
Continuei:
- “Tenho igualmente dificuldades em me considerar vosso
amigo, pois que o senhor mesmo e os vossos confrades incitam os vossos fiéis a
cortarem-me a garganta!”
Somente um outra questão:
- “O senhor escolheria seguir Allah que
vos ordena matar-me a fim de obter o Paraíso, ou o Cristo que me incita a
amar-vos a fim de que eu aceda também ao Paraíso, porque Ele quer que eu esteja
na vossa companhia?” - Poder-se-ia ouvir uma mosca voar, enquanto que o Imam
continuava silencioso.
Será inútil de precisar que os organizadores e promotores do
Seminário de Formação não apreciaram particularmente esta maneira de tratar o
Ministro do culto Islâmico e de expor algumas verdades a propósito dos dogmas
desta religião.
No decurso dos próximos trinta anos, haverá suficientes
eleitores muçulmanos no nosso país para instalar um governo de sua escolha, com
a aplicação da “Sharia” como lei.
Parece-me que todos os cidadãos deste país deveriam poder tomar
conhecimento destas linhas, mas como o sistema de justiça e dos “media”
liberais combinados á moda doentia do politicamente correto, não há forma
nenhuma de que este texto seja publicado.
É por isto que eu vos peço para enviar a todos os contactos via
Internet.
Gilbert
Um advogado a fazer
perguntas é outra coisa...
(Domingos Amaral)
Episódio Nº 66
Zhakaria ficou estupefacto.
O que Ismar defendia era alta traição, uma fraude aplicada ao califa de
Marraquexe, perigosa e aventureira. E o mais difícil era o de ter de mentir
sobre Fátima, dizendo que ela se convertera a Cristo, pensamento insuportável
só de o contemplar.
- Não sou dado a simulações,
sou um soldado – declarou.
Embora no seu espírito fosse
perfeitamente clara a vantagem de ocupar o posto de wali de Santarém, que lhe daria o comando militar das operações
contra as fronteiras de Afonso Henriques e a força suficiente para cumprir a
promessa que fizera a Taxfin, vestir a pele de uma cobra infiel não lhe era
fácil.
Não sei mentir...
Abu Zhakaria não temia ir a
Marraquexe, ao covil do berbere, pois a morte nunca lhe metera medo., apenas
receava não ser convincente no papel de falsete.
- Recordai-vos das cabeças
de Taxfin e de Zulmira, degoladas, quando vos pesar a hesitação – insistiu
Ismar, sabendo que aquele sinistro apelo era a última munição para convencer o
outro.
No entanto, como Abu
permaneceu relutante, Ismar mudou de táctica e propôs que fumassem haxixe para
relaxar. Rumaram a nova sala, mais pequena, onde um enorme cachimbo de água os
aguardava.
No topo deste umas pedras
ardiam e, sentados em confortáveis almofadas de seda, ambos puxaram pelos
tubos, inspirando aquela substância purificada pela água.
Deixaram-se ficar a curtir
os efeitos, mas passado algum tempo o inqui eto
Zhakaria perguntou a Ismar que futuro via ele para as duas princesas, se as
salvassem de Coimbra, ao que o governador de Córdova responde:
- Vós casais com Fátima e eu com a mais nova!
Riram-se, divertidos,
enquanto o wali de Córdova revelara porque se mantivera solteiro. Embora com
muitas e belas amantes no harém, nunca conhecera uma mulher com quem valesse a
pena casar
- Os casamentos são alianças
políticas! Se em Sevilha houvesse rei, casava-me logo com a filha dele,
roubava-lhe o trono e tornava-me rei, lá e aqui !
– rematou dando uma pequena risada.
Zhakaria pressentiu naquele
homem inteligente e rico uma profunda ambição, que turbulências presente da
Andaluzia já animavam, mas ao mesmo tempo ainda continham, para que os seus
planos não se revelassem passíveis de anulação pelo califa Ali Yusuf.
De repente, viu-o
levantar-se depressa demais e logo fechar os olhos, devido a uma fugaz tontura,
antes de perguntar:
- E mulheres? não acredito que sejas
abstinente por amor a Fátima!
Por lhe custar revelar a
intimidade a estranhos, Zhakaria mentiu, dizendo que por vezes consultava
especialistas em ternuras, em Santarém, que lhe secavam as excitações de macho.
Há anos que não estou com uma mulher...
quinta-feira, agosto 18, 2016
dos
Santos
Os nossos olhos vêm as imagens, os nossos ouvidos, os testemunhos
e a nossa alma enche-se de tristeza e desilusão!
É evidente que não temos nada com o que se passa em Angola, Luanda
e bairros limítrofes, mas eu não posso apagar da memória as recordações do
passado.
Por centímetros, mais a cima ou ao lado, e a bala ter-me-ia tirado
a vida, em Outubro de 1963, naquele vale profundo de encostas revestidas a
floresta, lá nas matas, a norte do Rio Dange.
Ontem, quando vi na televisão, a Luanda de hoje, senti vontade,
também, de ir tirar satisfação aos responsáveis!
- Então foi para isto que eu perdi a guerra e vocês a ganharam?...
Mas ganharam o quê? – Um país?
– Não, porque já o perderam...
– O petróleo? - Não, porque o preço já mal dá para os custos de
exploração, lá nas profundezas do oceano...
-Claro que essa era a vossa terra, e fizeram bem em lutar e eu
sempre me senti um estranho e intrometido com uma arma na mão, nas matas do norte de Angola... mas, o pior é agora,
quando o vosso povo vos pedir contas do dinheiro que embolsaram e deram a embolsar
na época do barril do petróleo a 100 dólares...
O pior é a satisfação que vão ter que dar aos vossos mortos,
aqueles que nós matámos para vocês ascenderem à independência, e à história que
vai ser feita para os vossos netos e bisnetos.
A ambição era legítima, não o podia ser mais, mas para
enriquecerem meia dúzia de corrupt os?...
José Eduardo dos Santos, engenheiro de petróleos, Presidente há 37
anos, é hoje um homem só, perseguido pela obra política de uma vida, agora, que
com o preço do barril pela metade já não tem dinheiro para distribuir e calar
bocas...
Corre o risco de ter de fugir do país para defender a própria vida
pois, tirando os filhos, já não tem ninguém em quem confiar.
Aqui lo que ele poderia
ter feito na sua terra, para além de descansar o rabo em cadeirões luxuosos,
quando o petróleo esteve em alta, daria para encher uma lista das coisas mais
elementares e básicas, como saneamento básico, estradas, educação, saúde,
desenvolvimento económico...
As famílias de todos os portugueses mortos em combate ao longo de
13 anos de luta, perguntam-se se foi para estes políticos corrupt os e ladrões, que merecem o desprezo do seu povo,
que os seus filhos morreram.
Agora, já não somos nós, portugueses, que para isso nunca tivemos
legitimidade, são os angolanos que vão ter de ajustar contas com a cambada de
políticos seus, oportunistas gananciosos, porque se nós perdemos uma guerra que
nunca devíamos ter ganho, muitos angolanos caíram em combate para que este
homem, hoje, José Eduardo dos Santos e seus acólitos, pudessem ter enchido
contas bancárias em países estrangeiros onde hotéis de luxo os esperam para fim
das suas vidas.
José Eduardo dos Santos é a vergonha de um povo e de um país.