Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, junho 06, 2015
UM BERDADEIRO DRAGÃO
... CARAGO !!!
Ele tinha dois bilhetes no melhor camarote do Estádio do Dragão, para o último jogo do campeonato, aquele que viria a consagrar o Porto como campeão nacional.
Quando ele estava sentado no seu lugar, aguardando o inicio do jogo, um outro adept o nota que o lugar ao
lado do homem estava vago, e pergunta-lhe se o lugar está ocupado.
- Não, não está ocupado - responde o homem.
Assombrado, o adept o diz:
- É incrível! Quem, em seu perfeito juízo, tem um lugar destes, para o jogo mais importante da época, e não o usa?
O homem fixa o olhar nos olhos do cidadão e responde:
- Bom, na realidade, o lugar é meu.
Eu comprei este lugar há muito tempo. A minha querida esposa deveria estar aqui
comigo mas, infelizmente, entretanto faleceu.
Este é o primeiro grande jogo do nosso Porto a que não assistimos juntos, desde que nos casamos, há mais de vinte anos.
Surpreso, o outro diz:
- Mas o amigo não encontrou outra pessoa que pudesse vir no lugar da sua esposa? - Um filho, um amigo, um vizinho, um parente ou outra pessoa chegada?
O homem nega com a cabeça e responde:
Não... Estão todos no Belório!!!*
Pedro Passos Coelho
e a sua biografia...
É uma vergonha para um primeiro-ministro que a sua biografia não tenha vendido mais do que 800 exemplares e tenha de ser um jornal de uma empresa de capitais estrangeiros a apelar aos seus leitores a que liguem para um número de telefone para ganharem exemplares de uma obra que ninguém parece querer comprar.
«O Jornal i, em parceria com a Alêtheia Editores, tem para lhe oferecer exemplares do livro “Somos o Que Escolhemos Ser”, uma obra biográfica sobre Passos Coelho, da autoria de Sofia Aureliano.
Ligue 760 30 11 35* e habilite-se a ganhar um exemplar!
Pedro Passos Coelho é uma das grandes personalidades políticas portuguesas. Nos poucos anos desde que está à frente do Governo, mudou o país e pôs fim a uma década perdida da vida nacional. Quem é Pedro Passos Coelho? Esta biografia revela surpreendentemente a vida do homem e do político. Baseada num amplo trabalho de pes
Pobreza de iniciativa e pobreza de espírito, pobreza a mais de um político que se pretende impor aos seus cidadãos, não pela esperança no dia de amanhã, mas pelo terror de poderem cair numa miséria total angustiando-os ainda mais nas suas velhices em grande parte solitárias.
Os coronéis acendiam charutos com notas de quinhentos mil reis |
TOCAIA GRANDE
(Jorge Amado)
Episódio Nº 262
Entre os primeiros a aparecer, Bastião
da Rosa e Abigail, ela arremedava uma barrica, toda redonda: tendo engravidado
antes, pariu três dias depois de Diva.
- Se nascer mulher - decidiu o mestre
pedreiro, quando os dois crescerem vão juntar os trapos. Fica contratado desde agora.
Nas fazendas, as colheitas haviam
terminado, chegava ao fim a secagem do cacau. Safra além de todas as previsões
e esperanças, dobrara a anterior com a impetuosa produção das roças novas.
Nas casas dos coronéis dinheiro era cama
de gato, disparavam os créditos nas agências do Banco do Brasil em Ilhéus e em Itabuna,
nas contas correntes das firmas exportadoras. Nos cabarés, os fazendeiros
espoucavam champanha, presenteavam as comborças com anéis de brilhante,
pulseiras de ouro, colares de pérolas.
Para um coronel ser deveras respeitado, devia
possuir casa civil e casa militar: na civil, esposa austera e religiosa, rainha
do lar, devotada aos cuidados da família, aos deveres de mãe; na militar,
amante vistosa e chique, posta nos trinques, boa de cama, alegre companhia,
para deleite da vista e regalo do corpo e para fazer inveja.
No intento de dar a medida dos
despropósitos, corria à voz pequena nas ruas das cidades, nos caminhos das
roças, que os coronéis acendiam charutos com notas de qui nhentos
mil-réis.
Ao que parece, realmente, em noite de esbórnia
memorável, comemorativa do fim da safra num cabaré de Ilhéus, o coronel Damásio
de Castro ou o filho dele, o bacharel Zequi nha
- as versões se contradizem - botara fogo numa nota de qui nhentos
para com ela acender o cigarro de Wanda Miau-Miau, suprema homenagem.
Acendera o cigarro da fúlvida polaca e
aproveitara o lume para o charuto Suerdieck feito à mão na fábrica de São
Félix.
Não menos farta e feliz fora a colheita
de Jacinta Coroca, colheita de meninos. Não perdera nenhum e em lugar de sete
tinham sido nove, um atrás do outro. Como assim se eram sete as prenhas
desfilando em Tocaia
Grande , nas duas margens do rio, durante o inverno, sob a
chuva fina?
Dinorá, conforme as previsões dos
abelhudos, pariu gêmeas com a diferença de menos de meia hora entre as duas
meninas, duas bonequi nhas na gabação
da parteira, Marta e Maria, as primeiras mabaças de Coroca.
O nono, aliás o primeiro a nascer, foi
posto no mundo por Guaraciaba, mulher de Elói Coutinho, casal proveniente do
Recôncavo.
Por eles Castor soubera do falecimento
do tio Cristóvão Abduim e do devoto comportamento de Madame La Baronne , entregue aos
afazeres da Matriz.
Mais do que a idade, o sol dos trópicos a
avelhantara sem contudo lhe diminuir o élan, prosseguia activa e actuante: na
fervorosa récita do ora-pro-nobis, debulhava adolescentes coroinhas, sem
distinção de cor, mantendo no entanto certo fraco antigo pelos escurinhos, dos
acólitos de Deus os predilectos.
sexta-feira, junho 05, 2015
No peito do negro o coração cresceu... |
TOCAIA GRANDE
(Jorge Amado)
Episódio Nº 261
Esperavam, ansiosos. Finalmente foi de
rebuliço a madrugada na tenda do ferreiro. Com o início da entressafra
reduzira-se o movimento das tropas de cacau seco.
Quando, no correr da noite, as dores
fizeram-se sentir, Tição fora buscar o galo, amarrado com prudente antecedência
na goiabeira do qui ntal, e o sacrificara
aos orixás. Somente depois saíra em demanda de Coroca.
Na pisada da parteira, as parentas não
tardaram a invadir a casa: Vanjé, Lia e Dinorá. Dinorá com a barriga
desconforme, tão avultada, dando a pensar que os ibejes haviam azeitado a
estrovenga de Jãozé e iam nascer gêmeos, Cosme e Damião, mabaças.
Não adiantou Castor fazer cara feia,
tentando impor sua presença ao lado da esteira onde Diva padecia. Quando parava
de gemer, ria para ele, valente, como se fosse parideira veterana.
- Fora daqui !
- Ordenou Coroca, empurrando o negro: Vá se pegar com os santos.
Autoridade de parteira, a maior que
existe. Sentado junto ao peji, Tição aguardou, contendo a impaciência. Alma
Penada e Oferecida estenderam-se a seus pés, inqui etos
eles também, os focinhos farejando o ar, as orelhas atentas, os olhos postos no
amigo.
Algo estava a ponto de acontecer, eles
sabiam. Ao escutar o vagido, Castor levantou-se de um salto e varou quarto
adentro: Coroca tinha o recém-nascido nas mãos e exibiu o pequeno corpo sujo de
sangue na luz alvacenta da barra da manhã para que todos o vissem: Tição e
Diva, Vanjé, Lia e Dinorá com seu barrigão.
No peito do negro o coração cresceu e
ele sentiu os olhos húmidos. Desde que se entendia por gente jamais lhe
acontecera lágrimas. Nem mesmo ao receber no fim do inverno a notícia da
chegada com tamanho atraso da morte de seu tio Cristóvão Abduim, ferreiro e
alabê.
Dissera a Diva: se for menino vai se chamar
Cristóvão como meu tio que me criou; se for menina tu bota o nome que escolher.
2
Logo no mesmo dia mandou, pelo tropeiro
Romeu da Luz recado para o coronel Robustiano de Araújo na Fazenda Santa
Mariana:
- Não esqueça de dizer ao Coronel que
nasceu o afilhado dele. Romeu da Luz acompanhara Gerino até a tenda do ferreiro para
visitar Diva e conhecer o filho de Tição.
Incessante romaria, não faltou ninguém.
Zilda trouxe uma camisola de pagão e sapatinhos de croché, feitos por ela.
Fadul retirou de seus guardados e pendurou no pescoço de Cristóvão, para
livrá-lo do mau-olhado, uma correntinha com uma figa de ouro, pequenina.
de uma mulher inteligente...
Um casal sai de férias
para um hotel-fazenda.
O homem gosta de pescar e a mulher
gosta de ler.
Uma manhã, o marido volta da pesca e
resolve tirar uma soneca.
Apesar de não conhecer bem o lago, a
mulher decide pegar o barco do marido e ir ler no lago.
Ela navega um pouco, ancora, e
continua lendo seu livro.
Chega um guarda do parque em seu
barco, pára ao lado da mulher e fala:
- Bom-dia, senhora. O que está
fazendo?
- Lendo um livro - responde e pensa:
"será que não é óbvio?"
- A senhora está em uma área restrita
em que a pesca é proibida, informa.
- Sinto muito, tenente, mas não estou
pescando, estou lendo.
- Sim, mas com todo o equi pamento de pesca. Pelo que sei, a senhora pode
começar a qualquer momento. Se não sair daí imediatamente, terei de multá-la e
processá-la.
- Se o senhor fizer isso, terei que
acusá-lo de assédio sexual.
- Mas eu nem sequer lhe toquei! - diz o
guarda.
- É verdade, mas o senhor tem todo o
equi pamento. Pelo que sei, pode
começar a qualquer momento.
- Tenha um bom-dia senhora, diz ele, e
foi-se embora.
Esperar para ver... |
Esperar para ver
Ao nível da política nacional nada de novo: a Coligação vai
metendo medo aos portugueses e o PS a tentar ser um factor de esperança e assim
vai continuar a ser nestes meses inúteis até às próximas eleições legislativas
em Outubro.
A nível europeu também não há alterações. Bruxelas e a Alemanha,
mesmo que não o digam estão apavoradas com a possível saída da Grécia da zona Euro
e a decisão final do empréstimo aos gregos arrasta-se por entre sorrisos e
palavras de esperança dos intervenientes.
Os Deficits Orçamentais mantêm-se como um garrote aos países
europeus do Sul enquanto que o Superávite Orçamental alemão parece não
incomodar ninguém, sem nenhum tipo de consequências, mesmo sabendo-se que esses
excedentes comerciais fazem falta e condicionam o desenvolvimento económico
europeu.
Perante estes impasses momentâneos ditados pelo poder dos mais
fortes em que a própria Alemanha, tão zelosa no cumprimento dos Tratados Europeus
que a favorecem, já vai dizendo que eles podem se alterar para satisfazer as
exigências inglesas no próximo referendo entre ficar ou sair da Zona Euro, o
que resta a nós, portugueses, especialmente a sul do Sistema Montanhoso
Montejunto-Estrela que não seja o Jorge Jesus?
Ontem, por curiosidade, estive atento à reacção dos adept os de ambos os Clubes e como era de esperar, o
desespero é muito maior nas hostes benfiqui stas
com a passagem do seu amado treinador para o outro lado da grande-circular
agora ao serviço do eterno rival Sporting havendo mesmo quem, no auge da
revolta, se pronuncie a favor da morte de Jesus.
Se alguém neste momento precisa de segurança reforçada é o
actual-novo treinador do Sporting e neste mundo de paixões avassaladoras só é
de esperar que os ânimos acalmem até ao próximo embate entre as duas equi pas na disputa da Super-Taça.
Abençoado futebol que a preço zero concentrou em si as atenções e
nos livrou daquele inútil programa de governo, ou lá o que é, da Coligação de
que não mais se falou nos média por critérios editoriais.
Eu estou curioso e expectante não sobre a qualidade de carácter do Presidente do Sporting que o Manuel José, antigo jogador e treinador conceituado internacionalmente, especialmente no Egipt o, considerou de execrável pelo que fez ao seu
colega Marco Silva acabado de ganhar para o Clube a Taça de Portugal e que
ainda com 3 anos de Contrato foi despedido com Justa Causa e com Processo
Disciplinar por motivos ridículos.
O Sporting tem um Conselho Leonino mas devia ter um Conselho de
Ética para reprovar e condenar o comportamento deste senhor.
Quanto a Jorge Jesus, terminado que foi o seu Contrato com o
Benfica, opt ou pelo Sporting numa
jogada de grande risco desportivo, risco que ainda é maior por parte de Bruno
de Carvalho porque a generalidade dos adept os
ainda vê em J. Jesus
o “inimigo” e se os resultados não aparecerem vão ser ambos crucificados até
porque, não esqueçamos, Marco Silva era o treinador de 97% dos adept os do Sporting e o seu comportamento em todo este
processo foi, no mínimo, de um cavalheiro.
Alguns Sportinguistas dizem agora que Jorge Jesus é o melhor
treinador de futebol do mundo, só ao nível de José Mourinho e eu vou esperar
para ver porque uma coisa foi vê-lo no Benfica e outra, muito diferente, é vê-lo
agora no meu Sporting e, portanto, tenho que esperar para ver...
Se ser o melhor treinador é gesticular muito no seu espaço e fora
dele junto às linhas do campo de futebol, então ele será, com o italiano Simeone do Atlético de Madrid, o melhor do
mundo.
quinta-feira, junho 04, 2015
SAUNA
A sauna, chamada ainda de banho finlandês, cheia de água
térmica, consiste em uma sala ou casa com um ambiente muito aquecido, a fim de
propiciar relaxamento e promover o convívio social entre os frequentadores do
recinto. Há basicamente dois tipo de saunas: a "sauna a vapor" (sauna húmida ou
banho turco) e a "sauna seca", que utiliza pedras ou outro material que é
aquecido, sem libertar vapor. É frequente que à permanência na sauna se siga um
banho ou chuveiro de água fria, ainda que essa prática seja contra-indicada por
alguns médicos.
A sauna húmida raramente ultrapassa os 60°C enquanto na sauna seca o corpo humano tolera
facilmente temperaturas superiores a 80 °C durante curtos períodos de tempo.
A sauna seca é de origem finlandesa (2 milhões de saunas para 5,2 milhões
de habitantes) e a prática de saunas é habitual na Escandinávia, onde a temperatura no interior
pode chegar a 100 °C e a nudez é natural e
quase obrigatória. O interior das saunas secas é revestido de madeira e as cabinas de sauna são
aquecidas a lenha ou a electricidade.
Alegadamente, entre os benefícios da sauna estão o alívio de dores de coluna,
o aumento da circulação sanguínea, a hidratação da pele e desobstrução dos
poros, o combate ao stress e à hipertensão. Além disso, relaxa a
musculatura, limpa e desobstrui as vias respiratórias, desintoxica e expulsa as
impurezas do organismo e combate doenças do sistema respiratório.
No entanto, a
frequência habitual ou prolongada de saunas deve ser autorizada por um médico,
pois certas patologias respiratórias e circulatórias não beneficiam com a
permanência no ambiente quente das saunas, com uma frequência superior a uma vez
por semana.
Pois será com muito gosto, Tição. |
TOCAIA GRANDE
(Jorge Amado)
Episódio Nº 260
Na porta, Castor Abduim saudou o
fazendeiro com alvoroço:
- Entre, compadre, a casa é sua. Seu
afilhado já nasceu, venha ver que bitelo de mulato.
Amulatado também, o Coronel. Mas
naquelas bandas a divisão se fazia entre ricos e pobres: para fazendeiro não
passar por branco era necessário ser negro retinto como o coronel José Nique e
fazer questão de apregoar a raça. Negro Zé Nique! Bonito e milionário! - proclamava-se
ele do alto do cavalo pampa estalando o rebenque de couro trançado e cabo de
prata.
O
coronel Robustiano entregava na abertura da entressafra ao padre Mariano
Rastos, prior da catedral de São Jorge, uma espórtula para o altar do santo
guerreiro, e um óbolo, igualmente liberal, a pai Arolu para o peji de Oxóssi,
senhor da natureza.
Entre os dois, o santo e o encantado, haviam de
manter a chuvarada em limites razoáveis para que a floração e os bilros de
cacau se desenvolvessem livres de ameaças e a safra fosse ainda maior.
Promessa urgente e necessária: nas
cabeceiras do rio das Cobras o tempo desabava. O Coronel desabotoou o capote e
o depôs no pedregulho próximo à forja para secá-lo: tempo mais filho
da puta, arrenegado!
- Recebi o recado com a boa nova, vim
visitar a comadrinha.
Como é que ela está passando?
- Contente como um passarinho, não pára
de se rir.
O compromisso do compadrio vinha de
longe. Ao saldar a dívida contraída com o Coronel para as despesas de
instalação da oficina, paga aos pedaços, à la vonté, como o generoso credor lhe
permitira - não precisa se afobar, Tição, não corre pressa: repetia-lhe a cada
recebimento
- Tição anunciara:
- Quando um dia eu me casar, vou pedir a
vosmicê e a dona Isabel pra batizar meu primeiro filho.
- Pois será com muito gosto, Tição.
O negro cumprira o empenho. Casar não se
casara mas se ajuntara, na prática a mesma coisa. Quando Diva começou a botar barriga,
ao avistar o Coronel em
Tocaia Grande , Tição lhe dissera:
- Me amarrei, Coronel, e o afilhado de
vosmicê já está encomendado.
- Negro gabola e galhofeiro,
acrescentou: - No capricho.
No capricho, no embalo, no gemer da
rede. Amásios, ele e Diva mais pareciam namorados: de zanga ou rusga, nem
sequer rumor; de mãos dadas, risonhos, estavam sempre juntos, trocando segredos
e beijinhos, e se dizia que haviam nascido um para o outro.
Ele a tratava por preta, minha preta, e
ela o chamava de meu branco. Repousava a cabeça no peito negro e largo e ele
tocava-lhe a barriga com a mão espalmada, medindo-lhe o crescimento.
NANA MOUSKOURI - LOVE STORY
Uma das mais lindas
canções de amor numa das mais lindas vozes femeninas. É uma história de amor
clássica de um filme de 1970, Love Story, considerado o mais romântico de todos
os tempos pelo American Film Institut. O autor da música, Francis Lai, ganhou
um Óscar pelo seu trabalho. A letra da canção começa assim: ... nós éramos
jovens quando eu te vi pela primeira vez... eu fecho os olhos e começo a
lembrar... eu estava aqui na varanda
ao ar de verão...
Um grupo de homens está na sauna, quando eis que um telemóvel começa a tocar.
-Alô.
-Querido.
-Sim querida.
-Está na sauna?
-Sim, estou.
-Sabe o que é, estou em frente a uma loja de roupa que tem um casaco
de vison magnifico, posso comprá-lo?
-Quanto custa?
-Só 3.000 €.
-Bem, está bem compra.
-Ah que bom, outra coisa, acabei de passar no concessionário da
Mercedes e vi o ultimo modelo, é fantástico, falei com o vendedor que
faz um ópt imo preço.
-Qual é o preço?
-Meu amor são só 150.000 €.
-Bom ok mas por esse preço tem de ter todas as opções.
-Pode deixar eu trato brigado queridão. Olha outra coisa só.
-O quê?
-Hoje passei em frente à imobiliária e reparei que aquela casa que vimos o ano passado está a venda, lembras-te dela? Aquela que tem jardim, churrasqueira completamente isolada naquela praia magnífica, lembras?
-Lembro sim quanto custa?
-Meu querido somente 650.000€ agora.
-Bom pode comprar mas pague no máximo somente 620.000 €.
-Está bom amor, obrigado és um maridão até logo beijos.
-Até logo.
Ele desliga o telemóvel e pergunta aos outros:
-ALGUÉM SABE DE QUEM É ESTE TELEMÓVEL?
Meu filho acabou de sair de casa... |
N’ Acredito !
Tal como diz a minha neta de 2 anos, também
eu com 76 de idade e mais de sessenta de sportinguista digo: n’ acredito!
Bruno de Carvalho, Presidente do meu Clube
perdeu os pruridos que tinha com os fundos de investimento que compram passes
de jogadores para depois os venderem e ganhar dinheiro com eles, isto a
propósito do seu jogador Marcos Rojo que foi jogar para o Manchester, e
resolveu abrir as portas do Clube aos dinheiros africanos que cheiram a
petróleo, diamantes e a florestas... digo eu, não sei.
A ambição de um jovem que saltou das
bancadas da Juve Leo para o banco dos jogadores suplentes na qualidade de
Presidente do Clube e que na hora de festejar a vitória como vencedor da Taça
de Portugal passeia às cavalitas no relvado do Estádio um seu jogador de
futebol e decide, como prémio do êxito do seu treinador, jovem, competente,
honesto e sensato, despedi-lo quando ele tem ainda três anos de contrato, é um
verdadeiro “golpe de mestre”, “uma jogada genial” só ao alcance dos presidentes
predestinados...
Mas o melhor vem depois, “o coelho que sai
de dentro da cartola”, o verdadeiro passe de mágica: Jorge Jesus, treinador
vencedor do eterno rival de 100 anos da outra circular, para humilhação da nação
benfiqui sta, vai para o Sporting a
ganhar ainda mais do que no Benfica para aumentar a humilhação...
Há dois dias atrás, ainda debaixo do efeito
da vitória no bi -Campeonato Nacional, dizia-me, arrebatada emocionalmente, a jovem
empregada que todos os dias me vende o pão, a propósito do Jorge Jesus: “eu amo
aquele homem, quero casar com ele, quero ir ao relvado do meu Clube dar-lhe um
beijo...”
Os fazedores de opinião, os gurus do futebol
que semanalmente alimentam na rádio e televisão conversas intermináveis, chatas
e cansativas sobre futebol, foram convocados de urgência. Os telemóveis
retiniram nos vários toques insistentemente. Os mais cuidadosos ainda
encostaram à direita, os outros, uma mão no volante, outra na orelha, lá foram
dizendo da sua surpresa.
Os sportinguistas vão-se dividindo:
- “Génio
do futebol, golpe de mestre, aquele Bruno de Carvalho de uma penada humilhou a
nação benfiqui sta e prepara-se para
ser campeão...”
- “Aqui lo não se faz, 97% da massa associativa do
Sporting gostava e preferia a continuação de Marco Silva acabadinho de ganhar a
Taça de Portugal, título que escapava desde 2007 e, para além do mais, jovem,
competente, sensato, honesto e com mais 3 anos de contrato. Aqui lo não se faz...”
Qual programa político da Coligação ou do
PS, mas quem vai querer saber disso?... mete-se o cigarro à boca, inala-se uma
longa coluna de fumo que lentamente nos vai deixando, cérebro toldado,
finalmente felizes...
E eu, que digo eu?
– O nosso Clube é como um filho. Com este
Presidente e este treinador ele acabou de sair de minha casa, foi para a sua
vida, não deixa de ser meu filho mas, à cautela, vou pôr um anúncio nos Jornais
declarando que não me responsabilizo pelos seus actos.