Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, dezembro 17, 2011
VÍDEO
Em momentos de azar tudo acontece: caem, escorregam e mais difícil ainda, falham golos de baliza aberta, escancarada, é o desespero e a frustação total...
RUI DE MASCARENHAS - ENCONTRO ÁS DEZ
Esta canção, talvez o maior sucesso de Rui de Mascarenhas, que aqui hoje relembramos, obriga-nos a falar dessa dupla excepcional que foram Jerónimo Bragança ( compositor e tradutor de obras teatrais) e Nóbrega e Sousa (igualmente compositor), autores da letra e música desta e de tantas outras canções que foram êxitos musicais. O romantismo cândido e ingénuo de uma poesia plena de lirismo que marcou uma época e um tempo que foram nossos...
Jindungo (Piri-piri) – O Desfazer do Mito de que provoca gastrite, úlcera, pressão alta e até hemorróidas...
Quem usa o jindungo no dia-a-dia está levando, além de tempero, uma série de medicamentos naturais: analgésico, anti-inflamatório, xarope, vitaminas, benefícios que os povos primitivos descobriram há milhares de anos e que agora estão sendo comprovados pela ciência.
O jindungo faz bem à saúde e o seu consumo é essencial para quem tem enxaqueca. Essa afirmação pode cair como uma surpresa para muitas pessoas que, até hoje, acham que o condimento ardido deve ser evitado. O jindungo traz consigo alguns mitos, como por exemplo o de que provoca gastrite, úlcera, pressão alta e até hemorróidas... Nada disso é verdade.
Por incrível que pareça, as pesquisas científicas mostram justamente o oposto! A substância química que dá ao jindungo o seu carácter ardido é exatamente aquela que possui as propriedades benéficas à saúde.
No caso da pimenta-do-reino, o nome da substância é piperina. No jindungo, é a capsaicina. Surpresa! Elas provocam a liberação de endorfinas - verdadeiras morfinas internas, analgésicos naturais extremamente potentes que o nosso cérebro fabrica!
Quem usa o jindungo no dia-a-dia está levando, além de tempero, uma série de medicamentos naturais: analgésico, anti-inflamatório, xarope, vitaminas, benefícios que os povos primitivos descobriram há milhares de anos e que agora estão sendo comprovados pela ciência.
O jindungo faz bem à saúde e o seu consumo é essencial para quem tem enxaqueca. Essa afirmação pode cair como uma surpresa para muitas pessoas que, até hoje, acham que o condimento ardido deve ser evitado. O jindungo traz consigo alguns mitos, como por exemplo o de que provoca gastrite, úlcera, pressão alta e até hemorróidas... Nada disso é verdade.
Por incrível que pareça, as pesquisas científicas mostram justamente o oposto! A substância química que dá ao jindungo o seu carácter ardido é exatamente aquela que possui as propriedades benéficas à saúde.
No caso da pimenta-do-reino, o nome da substância é piperina. No jindungo, é a capsaicina. Surpresa! Elas provocam a liberação de endorfinas - verdadeiras morfinas internas, analgésicos naturais extremamente potentes que o nosso cérebro fabrica!
O mecanismo é simples:
- Assim que você ingere um alimento apimentado, a capsaicina ou a piperina ativam receptores sensíveis na língua e na boca. Esses receptores transmitem ao cérebro uma mensagem primitiva e genérica, de que a sua boca estaria pegando fogo. Tal informação, gera, imediatamente, uma resposta do cérebro no sentido de salvá-lo desse fogo: você começa a salivar, sua face transpira e seu nariz fica húmido, tudo isso no intuito de refrescá-lo.
Além disso, embora a pimenta não tenha provocado nenhum dano físico real, seu cérebro, enganado pela informação que sua boca estava pegando fogo, inicia, de pronto, a fabricação de endorfinas, que permanecem um bom tempo no seu organismo, provocando uma sensação de bem-estar, uma euforia, um tipo de barato, um estado alterado de consciência muito agradável, causado pelo verdadeiro banho de morfina interna do cérebro. E tudo isso sem nenhuma gota de álcool!
Quanto mais arder o jindungo, mais endorfina é produzida! E quanto mais endorfina, menos dor e menos enxaqueca. E tem mais: as substâncias picantes do jindungo (capsaicina e piperina) melhoram a digestão, estimulando as secreções do estômago. Possuem efeito carminativo (antiflatulência). Estimulam a circulação no estômago, favorecendo a cicatrização de feridas (úlceras), desde que, é claro, outras medidas alimentares e de estilo de vida sejam aplicadas conjuntamente.
Existem cada vez mais estudos demonstrando a potente acção antioxidante (antienvelhecimento) da capsaicina e piperina. Pesquisadores do mundo todo não param de descobrir que o jindungo, tanto do gênero piper (pimenta-do-reino) como do capsicum (jindungo), tem qualidades farmacológicas importantes.
Além dos princípios ativos capsaicina e piperina, o condimento é muito rico em vitaminas A, E e C, ácido fólico, zinco e potássio. Tem, por isso, fortes propriedades antioxidantes e protetores do DNA celular. Também contém bioflavonóides, pigmentos vegetais que previnem o câncer.
Graças a essas vantagens, a planta já está classificada como alimento funcional, o que significa que, além de seus nutrientes, possui componentes que promovem e preservam a saúde.
Hoje ela é usada como matéria-prima para vários remédios que aliviam dores musculares e reumatismo, desordens gastrintestinais e na prevenção de arteriosclerose. Apesar disso, muitas pessoas ainda têm receio de consumi-la, pois acreditam que possa causar mais mal do que bem. Se você é uma delas, saiba que diversos estudos recentes têm revelado que o jindungo não é um veneno nem mesmo para quem tem hemorróidas, gastrite ou hipertensão.
DOENÇAS QUE O JINDUNGO CURA E PREVINE
Câncer - Pesquisas nos Estados Unidos apontam a capacidade da capsaicina de inibir o crescimento de células de tumor maligno na próstata, sem causar toxicidade. Outro grupo de cientistas tratou seres humanos portadores de tumores pancreáticos malignos com doses desse mesmo princípio ativo. Depois de algum tempo constataram que houve redução de 50% dos tumores, sem afetação das células pancreáticas saudáveis ou efeitos colaterais. Já em Taiwan os médicos observaram a morte de células cancerosas do esôfago.
Depressão - A ingestão da iguaria aumenta a liberação de noradrenalina e adrenalina, responsáveis pelo nosso estado de alerta, que está associado tb à melhoria do ânimo em pessoas deprimidas.
Enxaqueca - Provoca a liberação de endorfinas, analgésicos naturais potentes, que atenuam a dor.
Esquistossomose - A cubebina, extraída de um tipo de pimenta asiática, foi usada em uma substância semi-sintética por cientistas da Universidade de Franca e da Universidade de São Paulo. Depois do tratamento (que tem baixa toxicidade e, por isso, é mais seguro), a doença em cobaias foi eliminada.
Feridas abertas - É anti-séptica, analgésica, cicatrizante e anti-hemorrágica quando o seu pó é colocado diretamente sobre a pele machucada. Gripes e resfriados - Tanto para o tratamento quanto para a prevenção dessas doenças, é comum recomendar a ingestão de um pequeno jindungo por dia, como se fosse uma pílula. Hemorróidas - A capsaicina tem poder cicatrizante e já existem remédios com jindungo para uso tópico.
Infecções - O alimento combate as bactérias, já que tem poder bacteriostático e bactericida, e não prejudica o sistema de defesa. Pelo contrário, até estimula a recuperação imunológica.
Males do coração - O jindungo caiena tem sido apontada como capaz de interromper um ataque cardíaco em 30 segundos.. Ela contém componentes anticoagulantes que ajudam na desobstrução dos vasos sanguíneos e ativam a circulação arterial.
Obesidade - Consumida nas refeições, ela estimula o organismo a diminuir o apetite nas seguintes. Um estudo revelou que o jindungo derrete os estoques de energia acumulados em forma de gordura corporal. Além disso, aumenta a temperatura (termogênese) e, para dissipá-la, o organismo gasta mais calorias. As pesquisas indicam que cada grama queima 45 calorias.
Pressão alta - Como tem propriedades vaso-dilatadoras, ajuda a regularizar a pressão arterial.
- Assim que você ingere um alimento apimentado, a capsaicina ou a piperina ativam receptores sensíveis na língua e na boca. Esses receptores transmitem ao cérebro uma mensagem primitiva e genérica, de que a sua boca estaria pegando fogo. Tal informação, gera, imediatamente, uma resposta do cérebro no sentido de salvá-lo desse fogo: você começa a salivar, sua face transpira e seu nariz fica húmido, tudo isso no intuito de refrescá-lo.
Além disso, embora a pimenta não tenha provocado nenhum dano físico real, seu cérebro, enganado pela informação que sua boca estava pegando fogo, inicia, de pronto, a fabricação de endorfinas, que permanecem um bom tempo no seu organismo, provocando uma sensação de bem-estar, uma euforia, um tipo de barato, um estado alterado de consciência muito agradável, causado pelo verdadeiro banho de morfina interna do cérebro. E tudo isso sem nenhuma gota de álcool!
Quanto mais arder o jindungo, mais endorfina é produzida! E quanto mais endorfina, menos dor e menos enxaqueca. E tem mais: as substâncias picantes do jindungo (capsaicina e piperina) melhoram a digestão, estimulando as secreções do estômago. Possuem efeito carminativo (antiflatulência). Estimulam a circulação no estômago, favorecendo a cicatrização de feridas (úlceras), desde que, é claro, outras medidas alimentares e de estilo de vida sejam aplicadas conjuntamente.
Existem cada vez mais estudos demonstrando a potente acção antioxidante (antienvelhecimento) da capsaicina e piperina. Pesquisadores do mundo todo não param de descobrir que o jindungo, tanto do gênero piper (pimenta-do-reino) como do capsicum (jindungo), tem qualidades farmacológicas importantes.
Além dos princípios ativos capsaicina e piperina, o condimento é muito rico em vitaminas A, E e C, ácido fólico, zinco e potássio. Tem, por isso, fortes propriedades antioxidantes e protetores do DNA celular. Também contém bioflavonóides, pigmentos vegetais que previnem o câncer.
Graças a essas vantagens, a planta já está classificada como alimento funcional, o que significa que, além de seus nutrientes, possui componentes que promovem e preservam a saúde.
Hoje ela é usada como matéria-prima para vários remédios que aliviam dores musculares e reumatismo, desordens gastrintestinais e na prevenção de arteriosclerose. Apesar disso, muitas pessoas ainda têm receio de consumi-la, pois acreditam que possa causar mais mal do que bem. Se você é uma delas, saiba que diversos estudos recentes têm revelado que o jindungo não é um veneno nem mesmo para quem tem hemorróidas, gastrite ou hipertensão.
DOENÇAS QUE O JINDUNGO CURA E PREVINE
Câncer - Pesquisas nos Estados Unidos apontam a capacidade da capsaicina de inibir o crescimento de células de tumor maligno na próstata, sem causar toxicidade. Outro grupo de cientistas tratou seres humanos portadores de tumores pancreáticos malignos com doses desse mesmo princípio ativo. Depois de algum tempo constataram que houve redução de 50% dos tumores, sem afetação das células pancreáticas saudáveis ou efeitos colaterais. Já em Taiwan os médicos observaram a morte de células cancerosas do esôfago.
Depressão - A ingestão da iguaria aumenta a liberação de noradrenalina e adrenalina, responsáveis pelo nosso estado de alerta, que está associado tb à melhoria do ânimo em pessoas deprimidas.
Enxaqueca - Provoca a liberação de endorfinas, analgésicos naturais potentes, que atenuam a dor.
Esquistossomose - A cubebina, extraída de um tipo de pimenta asiática, foi usada em uma substância semi-sintética por cientistas da Universidade de Franca e da Universidade de São Paulo. Depois do tratamento (que tem baixa toxicidade e, por isso, é mais seguro), a doença em cobaias foi eliminada.
Feridas abertas - É anti-séptica, analgésica, cicatrizante e anti-hemorrágica quando o seu pó é colocado diretamente sobre a pele machucada. Gripes e resfriados - Tanto para o tratamento quanto para a prevenção dessas doenças, é comum recomendar a ingestão de um pequeno jindungo por dia, como se fosse uma pílula. Hemorróidas - A capsaicina tem poder cicatrizante e já existem remédios com jindungo para uso tópico.
Infecções - O alimento combate as bactérias, já que tem poder bacteriostático e bactericida, e não prejudica o sistema de defesa. Pelo contrário, até estimula a recuperação imunológica.
Males do coração - O jindungo caiena tem sido apontada como capaz de interromper um ataque cardíaco em 30 segundos.. Ela contém componentes anticoagulantes que ajudam na desobstrução dos vasos sanguíneos e ativam a circulação arterial.
Obesidade - Consumida nas refeições, ela estimula o organismo a diminuir o apetite nas seguintes. Um estudo revelou que o jindungo derrete os estoques de energia acumulados em forma de gordura corporal. Além disso, aumenta a temperatura (termogênese) e, para dissipá-la, o organismo gasta mais calorias. As pesquisas indicam que cada grama queima 45 calorias.
Pressão alta - Como tem propriedades vaso-dilatadoras, ajuda a regularizar a pressão arterial.
Sabiam disto? - Eu não, mas lembro-me dos camarões abertos, grelhados na braza com molho de piri-piri (chamavam-lhe "jindungo") e batatas fritas que comia num restaurante no Maputo, capital de Moçambique, antiga Lourenço Marques, que me deixavam perfeitamente a suar e... muito feliz! (fiquei agora a saber porquê: estava cheio de endorfinas... abençoadas!)
TEREZA
BATISTA
CANSADA
DE
GUERRA
Episódio Nº 285
47
O vereador Reginaldo Pavão não perde deixa para aparecer, projectar o nome, ganhar prestígio. Não pode ver microfone dando sopa sem dele lançar mão. É um delirante do discurso, orador barroco e analfabeto, politiqueiro, malandríssimo, um águia. Onde houver povo reunido, seja qual for o motivo, ali se apresenta e actua. Naquela tarde do balaio fechado, onde haveria de estar senão na zona?
Invejosos propalaram que para lá se dirigira com fins inconfessáveis e, não podendo dar vazão aos instintos, aproveitara-se da presença dos jornalistas e das estações de rádio para a habitual demagogia.
Línguas malignas: o prestimoso edil agiu levado por um imperativo de consciência, no desejo de servir à causa pública, servindo ao mesmo tempo às autoridades constituídas e às grandes massas populares.
Ao chegar ao Pelourinho, ao fim da tarde, após a sessão do Conselho Municipal, onde fora votada moção de boas-vindas aos navios da esquadra norte-americana, rumara como sempre para casa de dona Paulina de Sousa, à qual dá preferência pela qualidade das fêmeas, a limpeza dos aposentos e aquele propício sossego, e por ser amigo de Ariosto Alvo Lírio, de quem merece apoio e voto, uma mão lava a outra. A gorda patroa explicou o sucedido. Perdoe o bom amigo a falta involuntária, hoje não pode ser, o balaio está fechado.
Com ela se encontrava a dançarina do cabaré Flor de Lotus, divindade de olhos flamejantes, uma Vénus. Tomando da palavra a bela acrescentou. Está fechado e fechado vai permanecer até que as donas-de-pensão da Barroquinha, presas na véspera, maltratadas no xadrez, regressem às casas invadidas e as raparigas expulsas retornem aos leitos de onde foram arrancadas, sem novas ameaças de mudança.
Disposta, enérgica, apaixonada, a peregrina daria um bom vereador. Caberá às mulheres da Barroquinha o grito de aleluia. Reginaldo Pavão decide frequentar o Flor de Lótus assim o cabaré reabra as portas. Uma aparição, a rapariga.
Em seguida, o vereador foi visto andando apressado pela zona, no Pelourinho, no Taboão, no Maciel, em conversa nos bares com clientes e polícias. Dirigiu-se então à Delegacia de Jogos e Costumes onde o bacharel hélio Cotias o escutou, cordial e educado. Manteve-se porém o delegado intransigente nos propósitos de transferir os bordéis da Barroquinha para a Ladeira do Bacalhau. Mudança praticamente realizada na véspera, fazendo-se necessário apenas que as caftinas se conformem e obedeçam ao disposto pela polícia, medida tomada em benefício da colectividade.
Nesse particular, caro vereador, nada a fazer, são ordens superiores vindas de cima: com um gesto vago o delegado grifou a alta procedência da decisão.
Quanto ao resto é com o Comissário Labão, a ele cabe botar o meretrício em funcionamento. Tem de agir com rapidez e energia, pois às vinte horas os marinheiros desembarcarão.
48
Ao cair da noite, a zona é uma praça de guerra. Carros de polícia desembarcaram os reforços pedidos pelo comissário, as viaturas de choque e as celulares bloqueiam estrategicamente as entradas das ruas, ladeiras e becos. Patrulhas da Polícia Militar, a cavalo, sobem e descem o Pelourinho, circulam no Maciel.
(click na imagem)
O vereador Reginaldo Pavão não perde deixa para aparecer, projectar o nome, ganhar prestígio. Não pode ver microfone dando sopa sem dele lançar mão. É um delirante do discurso, orador barroco e analfabeto, politiqueiro, malandríssimo, um águia. Onde houver povo reunido, seja qual for o motivo, ali se apresenta e actua. Naquela tarde do balaio fechado, onde haveria de estar senão na zona?
Invejosos propalaram que para lá se dirigira com fins inconfessáveis e, não podendo dar vazão aos instintos, aproveitara-se da presença dos jornalistas e das estações de rádio para a habitual demagogia.
Línguas malignas: o prestimoso edil agiu levado por um imperativo de consciência, no desejo de servir à causa pública, servindo ao mesmo tempo às autoridades constituídas e às grandes massas populares.
Ao chegar ao Pelourinho, ao fim da tarde, após a sessão do Conselho Municipal, onde fora votada moção de boas-vindas aos navios da esquadra norte-americana, rumara como sempre para casa de dona Paulina de Sousa, à qual dá preferência pela qualidade das fêmeas, a limpeza dos aposentos e aquele propício sossego, e por ser amigo de Ariosto Alvo Lírio, de quem merece apoio e voto, uma mão lava a outra. A gorda patroa explicou o sucedido. Perdoe o bom amigo a falta involuntária, hoje não pode ser, o balaio está fechado.
Com ela se encontrava a dançarina do cabaré Flor de Lotus, divindade de olhos flamejantes, uma Vénus. Tomando da palavra a bela acrescentou. Está fechado e fechado vai permanecer até que as donas-de-pensão da Barroquinha, presas na véspera, maltratadas no xadrez, regressem às casas invadidas e as raparigas expulsas retornem aos leitos de onde foram arrancadas, sem novas ameaças de mudança.
Disposta, enérgica, apaixonada, a peregrina daria um bom vereador. Caberá às mulheres da Barroquinha o grito de aleluia. Reginaldo Pavão decide frequentar o Flor de Lótus assim o cabaré reabra as portas. Uma aparição, a rapariga.
Em seguida, o vereador foi visto andando apressado pela zona, no Pelourinho, no Taboão, no Maciel, em conversa nos bares com clientes e polícias. Dirigiu-se então à Delegacia de Jogos e Costumes onde o bacharel hélio Cotias o escutou, cordial e educado. Manteve-se porém o delegado intransigente nos propósitos de transferir os bordéis da Barroquinha para a Ladeira do Bacalhau. Mudança praticamente realizada na véspera, fazendo-se necessário apenas que as caftinas se conformem e obedeçam ao disposto pela polícia, medida tomada em benefício da colectividade.
Nesse particular, caro vereador, nada a fazer, são ordens superiores vindas de cima: com um gesto vago o delegado grifou a alta procedência da decisão.
Quanto ao resto é com o Comissário Labão, a ele cabe botar o meretrício em funcionamento. Tem de agir com rapidez e energia, pois às vinte horas os marinheiros desembarcarão.
48
Ao cair da noite, a zona é uma praça de guerra. Carros de polícia desembarcaram os reforços pedidos pelo comissário, as viaturas de choque e as celulares bloqueiam estrategicamente as entradas das ruas, ladeiras e becos. Patrulhas da Polícia Militar, a cavalo, sobem e descem o Pelourinho, circulam no Maciel.
(click na imagem)
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 30 SOBRE O TEMA:
“O MILAGRE DE JONAS” (4º e últº)
O Milagre de Jonas
Na história bíblica de Jonas o "extraordinário" não é a sobrevivência de Jonas na barriga de uma baleia. O "milagre" é que o povo de Nínive, considerado “duro de coração” estrangeiros pagãos, aceitaram a palavra do profeta judeu Jonas e mudaram de vida. Os ninivitas "converteram-se", transformaram-se. Então, Jesus usa a história de Jonas com os repórteres, para exemplificar que o grande milagre da vida é mudança, mudança de atitudes na vida.
sexta-feira, dezembro 16, 2011
MAYSA MATARAZZO - BOM DIA TRISTEZA
Depois da 2ª G.G. Mundial a recuperação da Europa começou rapidamente com a ajuda da América através do Plano Marshal. No Brasil, com a eleição de Juscelino Kubitschek, em 1956, entrou-se também numa época de grande prosperidade económica, social, política e cultural. Viveu-se então o auge dos programas de Rádio quando a Televisão era já uma realidade moldando hábitos e contribuindo para a ascensão da classe média. É neste ambiente de mudança que desponta uma cantora de voz grave e doce que deslumbrou o país com os seus versos tristes e românticos acompanhados de lindas melodias: Maysa, a quem um apresentador lhe chamou de dois olhos e uma boca (com trejeitos a lembrar o Elvis, digo eu...)
Um homem estava a jogar golf, quando de repente se sentiu perdido...
Olha adiante e vê uma mulher a jogar e vai ao seu encontro...
Bom dia! Pode ajudar-me? Não sei qual o buraco em que estou...
O senhor está um buraco atrás do meu. Eu estou no 7 e o senhor está no 6.
O homem agradeceu e continuou o seu jogo. Algumas horas depois, sentiu- se novamente perdido.
Viu a mesma mulher e perguntou já envergonhado.
Desculpe incomodá-la, perdi- me novamente.
Pode-me dizer em que buraco estou agora?
O senhor está um buraco atrás de mim, eu estou no 14 e o senhor está no 13.
Novamente agradeceu à mulher a gentileza e continuou o seu jogo.
Quando acabou o jogo, encontrou a mulher no bar do clube. Foi na sua direcção e perguntou-lhe se a poderia convidar a tomar algo em agradecimento por o ter ajudado. Ela aceitou e começaram a conversar animadamente, quando ele perguntou o que ela fazia para viver.
Trabalho em vendas.
É mesmo? eu também!
E o que vende? Perguntou o homem.
Ela sentiu- se acanhada e depois de muita insistência, lá se dispôs a contar se ele prometesse não rir e wle prometeu não fazê-lo...
- Vendo tampões higiénicos.
Ele imediatamente soltou uma gargalhada que chamou a atenção de todos os presentes; então brava ela disse:
- Você prometeu não rir!
- Mas como não vou rir? Sou vendedor de papel higiênico... Continuo um buraco atrás de você!!!
TEREZA
BATISTA
CANSADA
DE
GUERRA
Episódio Nº 284
Dólares ameaçados pelas negregadas raparigas. O comissário põe os olhos funestos no atrevido, mas o zarolho não se intimida com facilidade. Vive acima do medo em sua nuvem de fumaça.
No arruinado Buick, rodando sem destino, o detective tivera luminosa ideia, porque não lhe ocorrera antes? Mandou tocar para a Ladeira do Bacalhau e num dos sobradões descarregou a maconha. Tendo sempre Camões nos calcanhares, pôs-se em contacto com os especialistas encarregados da venda do produto aos marinheiros. Dirijam-se para o Bacalhau e lá aguardem um aviso.
Assim a situação se esclareça, com o retorno da ordem e das raparigas, enviará um recado e eles partirão para a zona, a recolher dólares. Mantenham-se lúcidos, por favor. Depois do trabalho, a recompensa: além da comissão em dinheiro, a diamba. Tudo certo, apenas Camões a chatear, querendo receber.
- Desapareça da minha frente! – brada o comissário.
O maconheiro sente que não aguenta mais sem puxar uma fumaça. O que tem a fazer é voltar ao Bacalhau, tapear os caras lá plantados, retomar a mercadoria na calada, de mansinho, colocá-la no Buick, levá-la de volta. Antes, porém, precisa de uma tragada.
46
Enquanto o comissário combina os detalhes da acção destinada a obrigar a abertura dos bordéis e a volta das meretrizes ao exercício da profissão – a operação Retorno Alegre ao Trabalho, nome lindo, só mesmo os inimigos da polícia podem botar defeito – inquietantes notícias circulam na cidade, nascidas quase todas das emissões radiofónicas.
O popularíssimo comentarista desportivo Nereu Werneck, em sua crónica vespertina, falto de assunto, após informar sobre os desportos praticados pelos marinheiros da esquadra americana, revelando encontrar-se num dos navios fundeados no porto um campeão de boxe, peso pena, descambou para o problema do balaio fechado.
Dramático, como se irradiasse a cobrança de um penalti: se os esforças da polícia resultarem infrutíferos, persistindo as marafonas em condenável atitude negativa no propósito de não colaborarem com as autoridades, se os marinheiros ficarem a ver navios – para usar a pitoresca expressão do comissário Labão Oliveira – que acontecerá?
Ah! Tudo pode acontecer! Habituado à transmissão de empolgantes partidas de futebol, Nereu Werneck , sugere, relata, argumenta. Incisivo, inquietante. O suspense é o segredo de uma boa emissão.
Aglomeração na área do meretrício sempre significou distúrbios muitas vezes sangrentos. Em se tratando de estrangeiros o perigo aumenta, sendo frequentes as rixas entre os hóspedes e os nacionais, degenerando em arruaças graves, em conflitos de imprevisíveis consequências. Citou quantidade de exemplos, recordou os dias da guerra.
Que sucederá, pergunta o popular desportista, quando os marinheiros desembarcados, no desespero de mulher, não encontrarem com quem satisfazer os instintos naturais? Regressarão conformados, aos navios, à solidão do mar? Ou, soltos na cidade, sairão buscando mulher ruas afora, desrespeitando as famílias, invadindo, quem sabe, residências? No passado aconteceu, certamente os ouvintes se recordam.
A pergunta ameaçadora permanece no ar, o medo abre caminho, fechaduras são trancadas, instala-se o pânico.
(click na imagem)
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 30 SOBRE O TEMA:
“O MILAGRE DE JONAS” (3)
Jornalismo Sensacionalista
Os Jornalistas que procuram Jesus e Raquel representam, de forma caricaturada, os repórteres de tablóide que abundam na imprensa, rádio e televisão, relutantes em aprofundar e analisar as causas e consequências da transmissão de notícias dramáticas.
Imprensa "amarela" é o nome dado para aos tablóides, ansiosos por notícias sensacionalistas, manchetes assustadoras, histórias de desastres e informações detalhadas sobre crimes, acidentes e escândalos envolvendo personagens populares da política ou do show business.
Desse jornalismo "amarelo" resultou a batalha entre o jornal New York World EUA de Joseph Pulitzer e do New York Journal of William Randolph Hearst, entre 1895 e 1898. Ambos os jornais foram acusados de sobredimensionar este tipo de notícias exclusivas para aumentar as vendas.
The New York Press denunciou o estilo de Hearst e Pulitzer num texto intitulado "Nós os chamamos de amarelos porque eles são amarelos (sinónimo de covarde)".
Em Inglês, "amarelo" significa "amarelo" e também "covarde". Chamando amarelo é chamar de covardes.
Desse jornalismo "amarelo" resultou a batalha entre o jornal New York World EUA de Joseph Pulitzer e do New York Journal of William Randolph Hearst, entre 1895 e 1898. Ambos os jornais foram acusados de sobredimensionar este tipo de notícias exclusivas para aumentar as vendas.
The New York Press denunciou o estilo de Hearst e Pulitzer num texto intitulado "Nós os chamamos de amarelos porque eles são amarelos (sinónimo de covarde)".
Em Inglês, "amarelo" significa "amarelo" e também "covarde". Chamando amarelo é chamar de covardes.
quinta-feira, dezembro 15, 2011
FRANCISCO JOSÉ - TEUS OLHOS CASTANHOS
Francisco José, o nosso cantor romântico de eleição e, talvez não saibam, irmão do cientista Galopim de Carvalho. Nasceu em 1924 e foi, no Brasil, o cantor português mais popular de sempre.
Diz a professora para os alunos:
- Amanhã, tragam todos um animal de estimação.
No outro dia, diz a professora para a menina Raquel:
- Então menina Raquel, diga-me lá o que é que trouxe...
- Eu trouxe uma cadelinha, senhora professora.
- E como é que sabe que é uma cadelinha e não um cãozinho?
- Porque é uma menina tal como eu.
- E o Pedrinho o que trouxe?
- Eu trouxe uma pombinha, senhora professora.
- E como é que sabe que é uma pombinha e não um pombo?
- Porque ela põe ovos.
- Muito bem! E o menino Joãozinho, vá, diga-me lá o que é que trouxe?
- Eu trouxe um sardinho, senhora professora.
- E como é que sabe que é um sardinho e não uma sardinha?
- Porque na lata dizia "sardinha com tomates"!!!
TEREZA
BATISTA
CANSADA
DE
GUERRA
Episódio Nº 283
De mãos dadas, sem sombra de preocupação, contentes com a vida. Deitaram-se sobre a relva no Farol da Barra, tomaram água de coco em Amaralina, comeram de merenda acarajé frito na hora, tomaram banho de mar em Piatã, assistiram o crepúsculo desatar-se sobre o mar. Ditosos adolescentes.
Nada sabiam das ocorrências da cidade, de navios de guerra ancorados no porto da Bahia, da polícia ocupando o Maciel, o Pelourinho, o Taboão, a zona chamada do baixo meretrício.
Emergiram da praia e do crepúsculo para o começo da noite na Pituba. Antes de entrar no Restaurante Jangadeiro, onde jantaram moqueca de siri mole com cerveja, Anália tirou a sorte no velho do realejo pelo bico de um piriquitinho verde:
Quem quiser escolher noivo
Escolha pelo chapéu
Se usar chapéu de banda
Não queira que é tabaréu.
Riam-se sem quê nem porquê. Dia mais feliz aquele do balaio fechado, quando por uma vez a Primavera, obedecendo ao calendário, aconteceu na cidade da Bahia.
44
Na Delegacia de Jogos e Costumes, o comissário Labão Oliveira traçara para o doutor delegado o plano de acção.
- Deixe comigo. Boto essas filhas da puta no trabalho, seja como for. Ou abrem o balaio daqui a uma hora ou não me chame Labão de Oliveira. Mudo de nome.
O nome fazia tremer raparigas e caftinas, proxenetas, malandros, contraventores, escrachados marginais ou inocentes cidadãos, quem quer que fosse obrigado a ter qualquer espécie de contacto com o mantenedor da moral e dos bons costumes.
Falava-se à boca pequena em mortes praticadas a frio na polícia, em cadáveres enterrados às escondidas, horrores. Quando certas acusações atingiam as páginas dos jornais, cadê provas?
Naquela tarde até calejados tiras, velhos companheiros de trabalho, associados por vezes em negócios, se assustaram à vista do comissário fora de si, o olhar sinistro. Sinistro, não há outro objectivo. Sensibilidade à flor da pele, considerado um cagão pelos polícias, o bacharel Hélio Cotias sente-se mal e ri, contrafeito, ao aprovar os projectos da competente autoridade.
Um aperto no estômago, aquele bolo subindo, querendo subir pela boca. Custa esforço contê-lo, dominar-se, sobretudo após a estafa da tarde com uma louca. Na intenção de amenizar o clima pesado, o gentleman da polícia propôs dar-se à operação o título de Retorno Alegre ao Trabalho. Não foi feliz, pois o já citado poeta Jehová de Carvalho, em crónica posterior, comentando os acontecimentos, considerou a designação “fúnebre, monstruosa pilhéria, digna de Hitler e dos nazis nos campos de concentração e morte”.
45
No Bar da Elite ou Bar das Putas, à escolha, pois o proprietário não se incomoda, onde o comissário Labão prepara-se para celebrar com o seu estado-maior a conferência final antes de iminente campanha contra as forças do vício em revolta, Camões Fumaça, traficante e viciado, tenta receber o dinheiro que lhe é devido pela monumental carga de maconha. O desaparecimento de Vavá deixara o detective Coca sem ter onde guardar a explosiva mercadoria nem a quem arrancar os cobres para os cinquenta por cento do pagamento combinado – o restante só no fim da lucrativa noite de dólares.
De mãos dadas, sem sombra de preocupação, contentes com a vida. Deitaram-se sobre a relva no Farol da Barra, tomaram água de coco em Amaralina, comeram de merenda acarajé frito na hora, tomaram banho de mar em Piatã, assistiram o crepúsculo desatar-se sobre o mar. Ditosos adolescentes.
Nada sabiam das ocorrências da cidade, de navios de guerra ancorados no porto da Bahia, da polícia ocupando o Maciel, o Pelourinho, o Taboão, a zona chamada do baixo meretrício.
Emergiram da praia e do crepúsculo para o começo da noite na Pituba. Antes de entrar no Restaurante Jangadeiro, onde jantaram moqueca de siri mole com cerveja, Anália tirou a sorte no velho do realejo pelo bico de um piriquitinho verde:
Quem quiser escolher noivo
Escolha pelo chapéu
Se usar chapéu de banda
Não queira que é tabaréu.
Riam-se sem quê nem porquê. Dia mais feliz aquele do balaio fechado, quando por uma vez a Primavera, obedecendo ao calendário, aconteceu na cidade da Bahia.
44
Na Delegacia de Jogos e Costumes, o comissário Labão Oliveira traçara para o doutor delegado o plano de acção.
- Deixe comigo. Boto essas filhas da puta no trabalho, seja como for. Ou abrem o balaio daqui a uma hora ou não me chame Labão de Oliveira. Mudo de nome.
O nome fazia tremer raparigas e caftinas, proxenetas, malandros, contraventores, escrachados marginais ou inocentes cidadãos, quem quer que fosse obrigado a ter qualquer espécie de contacto com o mantenedor da moral e dos bons costumes.
Falava-se à boca pequena em mortes praticadas a frio na polícia, em cadáveres enterrados às escondidas, horrores. Quando certas acusações atingiam as páginas dos jornais, cadê provas?
Naquela tarde até calejados tiras, velhos companheiros de trabalho, associados por vezes em negócios, se assustaram à vista do comissário fora de si, o olhar sinistro. Sinistro, não há outro objectivo. Sensibilidade à flor da pele, considerado um cagão pelos polícias, o bacharel Hélio Cotias sente-se mal e ri, contrafeito, ao aprovar os projectos da competente autoridade.
Um aperto no estômago, aquele bolo subindo, querendo subir pela boca. Custa esforço contê-lo, dominar-se, sobretudo após a estafa da tarde com uma louca. Na intenção de amenizar o clima pesado, o gentleman da polícia propôs dar-se à operação o título de Retorno Alegre ao Trabalho. Não foi feliz, pois o já citado poeta Jehová de Carvalho, em crónica posterior, comentando os acontecimentos, considerou a designação “fúnebre, monstruosa pilhéria, digna de Hitler e dos nazis nos campos de concentração e morte”.
45
No Bar da Elite ou Bar das Putas, à escolha, pois o proprietário não se incomoda, onde o comissário Labão prepara-se para celebrar com o seu estado-maior a conferência final antes de iminente campanha contra as forças do vício em revolta, Camões Fumaça, traficante e viciado, tenta receber o dinheiro que lhe é devido pela monumental carga de maconha. O desaparecimento de Vavá deixara o detective Coca sem ter onde guardar a explosiva mercadoria nem a quem arrancar os cobres para os cinquenta por cento do pagamento combinado – o restante só no fim da lucrativa noite de dólares.
(click na imagem)
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 30 SOBRE O TEMA:
“O MILAGRE DE JONAS” (2)
A Bíblia de Thomaz Jefferson
Porque apreciava a mensagem de Jesus e rejeitava a imagem, tão comum, de um Jesus mágico que faz milagres e ações extraordinárias, Thomas Jefferson, principal autor da Declaração de Independência dos Estados Unidos e terceiro Presidente do E.U.A., aboliu dos Evangelhos todas as histórias que contêm elementos sobrenaturais e compôs o que é conhecido hoje como "A Bíblia de Jefferson" ou "A Vida e Moral de Jesus de Nazaré".
Nesse texto já não há anjos, nem profecias, nem milagres nem há ressurreição. Jefferson corta todas essas histórias, convencido de que o valor de Jesus estava na sua mensagem e não nos milagres que podiam ser interpretados como actos de magia. Ele terminou o seu trabalho por volta de 1820, mas nunca o publicou por medo de críticas. A versão mais completa de seu trabalho foi publicado em 1895 pelo Museu Nacional de Washington e está disponível na Internet.
Nesse texto já não há anjos, nem profecias, nem milagres nem há ressurreição. Jefferson corta todas essas histórias, convencido de que o valor de Jesus estava na sua mensagem e não nos milagres que podiam ser interpretados como actos de magia. Ele terminou o seu trabalho por volta de 1820, mas nunca o publicou por medo de críticas. A versão mais completa de seu trabalho foi publicado em 1895 pelo Museu Nacional de Washington e está disponível na Internet.
quarta-feira, dezembro 14, 2011
VÍDEO
Uma baleia, na Baixa Califórnia, Mar de Cortez, estava em vias de morrer enrolada em redes de nylon quando foi salva pela tripulação de um pequeno barco de recreio depois de mais de uma hora de esforço. As manifestações de alegria por sentir-se livre e de reconhecimento aos seus salvadores são a melhor paga para aquelas pessoas que teimaram em libertá-la. Parabéns para eles e boa sorte para a baleia... para evitar mais redes e os e os barcos de caça do japão, seus principais inimigos, embora contra a vontade de 70% da sua população.
PERGUNTA: - Por que razão o frango atravessou a estrada?
Algumas respostas de eminentes personalidades e de outras nem tanto:
Algumas respostas de eminentes personalidades e de outras nem tanto:
Professora de Instrução Primária: - Porque queria chegar ao outro lado da estrada.
Criança: - Porque sim.
Platão: - Porque pretendia alcançar o Bem.
Aristóteles: - É da natureza dos frangos cruzar a estrada.
Karl Marx: O actual estádio das forças produtivas exigia uma nova classe de frangos, capazes de atravessar a estrada.
Moisés: Uma voz vinda do céu bradou ao frango: "Atravessa a estrada!" E o frango atravessou a estrada e todos se regozijaram.
Martin Luther King: Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos eram livres para atravessar a estrada sem que sejam questionados seus motivos.
Maquiavel: A quem importa o por quê? Estabelecido o fim de atravessar a estrada, é irrelevante discutir os meios que utilizou para isso.
Sigmund Freud: A preocupação com o facto de o frango ter atravessado a estrada é um sintoma de sua insegurança sexual.
Charles Darwin: Ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido seleccionados naturalmente, de modo que, agora, têm uma predisposição genética para atravessar estradas.
Einstein: - Se o frango atravessou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango, depende do ponto de vista. Tudo é relativo.
José Sócrates: Porque ele atravessou a estrada, não vem ao caso. O importante é que, com o Plano Tecnológico, o povo está comendo mais frango.
Drogado: - Foi uma viagem...
Liedson: - Sei lá, entende?
Feministas:- Para humilhar a franga, num gesto exibicionista, tipicamente machista, tentando, além disso, convencê-la de que, enquanto franga, jamais terá habilidade suficiente para atravessar a estrada.
Che Guevara: - Hay que cruzar la carretera, pero sin jamás perder la ternura...
Blaise Pascal: - Quem sabe? O coração do frango tem razões que a própria razão desconhece.
Sócrates: - Tudo que sei é que nada sei.
Dorival Caymmi: - Eu acho (pausa)... - Amália, vai lá ver pra onde vai esse frango pra mim, minha filha, que o moço aqui tá querendo saber...
Katia Sofia (artista da Telenovela “Cerejas c/ Chantily”): - Porque queria juntar-se aos outros mamíferos.
Platão: - Porque pretendia alcançar o Bem.
Aristóteles: - É da natureza dos frangos cruzar a estrada.
Karl Marx: O actual estádio das forças produtivas exigia uma nova classe de frangos, capazes de atravessar a estrada.
Moisés: Uma voz vinda do céu bradou ao frango: "Atravessa a estrada!" E o frango atravessou a estrada e todos se regozijaram.
Martin Luther King: Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos eram livres para atravessar a estrada sem que sejam questionados seus motivos.
Maquiavel: A quem importa o por quê? Estabelecido o fim de atravessar a estrada, é irrelevante discutir os meios que utilizou para isso.
Sigmund Freud: A preocupação com o facto de o frango ter atravessado a estrada é um sintoma de sua insegurança sexual.
Charles Darwin: Ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido seleccionados naturalmente, de modo que, agora, têm uma predisposição genética para atravessar estradas.
Einstein: - Se o frango atravessou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango, depende do ponto de vista. Tudo é relativo.
José Sócrates: Porque ele atravessou a estrada, não vem ao caso. O importante é que, com o Plano Tecnológico, o povo está comendo mais frango.
Drogado: - Foi uma viagem...
Liedson: - Sei lá, entende?
Feministas:- Para humilhar a franga, num gesto exibicionista, tipicamente machista, tentando, além disso, convencê-la de que, enquanto franga, jamais terá habilidade suficiente para atravessar a estrada.
Che Guevara: - Hay que cruzar la carretera, pero sin jamás perder la ternura...
Blaise Pascal: - Quem sabe? O coração do frango tem razões que a própria razão desconhece.
Sócrates: - Tudo que sei é que nada sei.
Dorival Caymmi: - Eu acho (pausa)... - Amália, vai lá ver pra onde vai esse frango pra mim, minha filha, que o moço aqui tá querendo saber...
Katia Sofia (artista da Telenovela “Cerejas c/ Chantily”): - Porque queria juntar-se aos outros mamíferos.
De manhã o marido acorda, dá um beliscão na nádega da mulher e diz:
- Se fizesses exercício para dar firmeza a esse rabo, podias livrar-te dessas cuecas!
No dia seguinte o marido acorda, dá um beliscão nas mamas da mulher e diz:
- Se fizesses exercício para dar firmeza a esse rabo, podias livrar-te dessas cuecas!
No dia seguinte o marido acorda, dá um beliscão nas mamas da mulher e diz:
- Se conseguisses dar-lhes firmeza, podias livrar-te desse soutien!
Ela já "lixada" virou-se para ele, agarra-lhe no pénis e diz:
Ela já "lixada" virou-se para ele, agarra-lhe no pénis e diz:
- E Tu? Se conseguisses dar firmeza a esta merda bem te podias livrar desses cornos!
TEREZA
BATISTA
CANSADA
DE
GUERRA
Episódio Nº 282
O comissário Labão Oliveira que se encontra no Maciel tomando as providências exigidas pelas circunstâncias, afirmou a esta emissora que a normalidade será restabelecida antes do desembarque dos marinheiros. Eles não ficarão a ver navios, garantiu-nos, acrescentando: onde iriam parar os nossos foros de civilização, se tal acontecesse? Enérgicas providências serão postas em prática, a polícia tem o controle da situação. Ouviram a Rádio Grémio da Bahia.”
O bacharel Hélio Cotias arregala os olhos, tenta livrar-se de Bada. Que significa essa notícia, porque a situação no meretrício preocupa as autoridades? A música retornou, nostálgica canção napolitana.
Puxado, exigido pela amante, o delegado suplica: um momento só, minha querida. Mexe no dial em busca de mais informação. Finalmente encontra: “… não houve alteração, apenas o policiamento cresceu com a chegada da cavalaria. A greve no meretrício prossegue, nossa reportagem se encaminha para o local, a qualquer momento estaremos transmitindo directamente do Maciel, onde as forças da polícia se concentram. Mantenham seus aparelhos ligados com a Rádio Abaeté, a qualquer instante voltaremos com novas notícias.”
Irritada, Bada atira longe o aparelho de rádio. O delegado, em pânico, quer partir, o dever o chama. Agarrá-lo, tentar interessá-lo, não adianta. Hélio agora não pode, falta-lhe tempo, forças, vontade, basta olhar para ele e ver. Precisa ir para a Delegacia, pôr-se a par do que ocorre, do significado dessas notícias alarmantes, assumir o posto de comando, para tanto é o doutor delegado de Jogos e Costumes.
- Tenho de sair agora mesmo, minha querida. Me largue, por favor.
Não conhece Bada nem lhe adivinha a força do desejo:
- Frouxo!
Cai de boca em cima dele, o delegado deixa-a fazer, se esvai: puta desgraçada, furor uterino. Do chão, o rádio berra: “Estamos transmitindo directamente do Pelourinho. A polícia decidiu abrir à força as portas dos Bordéus.”
43
Pelo braço de Kalil, rindo a qualquer pretexto, Anália aplaudiu as meninas e os meninos dos colégios no desfile da Primavera, recordando os tempos de Grupo Escolar, antes da fábrica de tecidos e do doutor Bráulio a largar na vida.
Almoçaram no Restaurante Porto, especialista em comida portuguesa e, para acompanhar o bacalhau à Brás, o estudante determinou vinho verde, brindaram ao amor eterno. Na saída, ele comprou e lhe ofereceu um pequeno buquê de violetas, ela o prendeu na gola do branco vestido vaporoso. Para fazê-lo, parou ao lado do busto do finado jornalista Giovanni Guimarães e, à sombra protectora do amorável cronista da vida do povo e da cidade, deixou-se beijar pelo rapaz, beijo de namorados.
Anália sentia uma tonteira boa, ria sem querer, devagar andaram pelas ruas.
A pretexto de obrigações na Faculdade, Kalil deixara o velho sozinho na loja de antiguidades, reservando o dia para a amiga. Pela primeira vez desde o começo do rabicho, há cerca de dois meses, passam juntos uma jornada completa. Em geral se reúnem pela madrugada, depois dela despedir o último freguês, e juntos ficam na cama até ao raiar da aurora – ele tem a obrigação de acordar em casa, tomar o café da manhã em companhia dos pais.
O comissário Labão Oliveira que se encontra no Maciel tomando as providências exigidas pelas circunstâncias, afirmou a esta emissora que a normalidade será restabelecida antes do desembarque dos marinheiros. Eles não ficarão a ver navios, garantiu-nos, acrescentando: onde iriam parar os nossos foros de civilização, se tal acontecesse? Enérgicas providências serão postas em prática, a polícia tem o controle da situação. Ouviram a Rádio Grémio da Bahia.”
O bacharel Hélio Cotias arregala os olhos, tenta livrar-se de Bada. Que significa essa notícia, porque a situação no meretrício preocupa as autoridades? A música retornou, nostálgica canção napolitana.
Puxado, exigido pela amante, o delegado suplica: um momento só, minha querida. Mexe no dial em busca de mais informação. Finalmente encontra: “… não houve alteração, apenas o policiamento cresceu com a chegada da cavalaria. A greve no meretrício prossegue, nossa reportagem se encaminha para o local, a qualquer momento estaremos transmitindo directamente do Maciel, onde as forças da polícia se concentram. Mantenham seus aparelhos ligados com a Rádio Abaeté, a qualquer instante voltaremos com novas notícias.”
Irritada, Bada atira longe o aparelho de rádio. O delegado, em pânico, quer partir, o dever o chama. Agarrá-lo, tentar interessá-lo, não adianta. Hélio agora não pode, falta-lhe tempo, forças, vontade, basta olhar para ele e ver. Precisa ir para a Delegacia, pôr-se a par do que ocorre, do significado dessas notícias alarmantes, assumir o posto de comando, para tanto é o doutor delegado de Jogos e Costumes.
- Tenho de sair agora mesmo, minha querida. Me largue, por favor.
Não conhece Bada nem lhe adivinha a força do desejo:
- Frouxo!
Cai de boca em cima dele, o delegado deixa-a fazer, se esvai: puta desgraçada, furor uterino. Do chão, o rádio berra: “Estamos transmitindo directamente do Pelourinho. A polícia decidiu abrir à força as portas dos Bordéus.”
43
Pelo braço de Kalil, rindo a qualquer pretexto, Anália aplaudiu as meninas e os meninos dos colégios no desfile da Primavera, recordando os tempos de Grupo Escolar, antes da fábrica de tecidos e do doutor Bráulio a largar na vida.
Almoçaram no Restaurante Porto, especialista em comida portuguesa e, para acompanhar o bacalhau à Brás, o estudante determinou vinho verde, brindaram ao amor eterno. Na saída, ele comprou e lhe ofereceu um pequeno buquê de violetas, ela o prendeu na gola do branco vestido vaporoso. Para fazê-lo, parou ao lado do busto do finado jornalista Giovanni Guimarães e, à sombra protectora do amorável cronista da vida do povo e da cidade, deixou-se beijar pelo rapaz, beijo de namorados.
Anália sentia uma tonteira boa, ria sem querer, devagar andaram pelas ruas.
A pretexto de obrigações na Faculdade, Kalil deixara o velho sozinho na loja de antiguidades, reservando o dia para a amiga. Pela primeira vez desde o começo do rabicho, há cerca de dois meses, passam juntos uma jornada completa. Em geral se reúnem pela madrugada, depois dela despedir o último freguês, e juntos ficam na cama até ao raiar da aurora – ele tem a obrigação de acordar em casa, tomar o café da manhã em companhia dos pais.
(click na imagem)
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 30 SOBRE O TEMA:
“O MILAGRE DE JONAS” (1)
Jonas e a Baleia
O Livro de Jonas é um dos livros mais famosos e populares do Antigo Testamento. Pelo seu humor e tensão dramática, esta história tem dado material para a rádio, revistas aos quadrinhos, desenhos animados, filmes.
Nínive, onde Jonas vai, era uma cidade importante da Assíria, nas margens do rio Tigre, perto da actual Mossul, no Iraque. Jonas não foi uma figura histórica, mesmo que seja classificado como um dos "profetas menores". O Livro de Jonas foi escrito provavelmente no século VIII A.C. e a sua mensagem central é uma chamada ao universalismo e uma crítica ao ultra- nacionalismo do povo judeu.
Jesus lembra esta história aos jornalistas para que eles entendam que ele não foi um mago e que a parte nuclear da sua actividade foi a denúncia das injustiças e o anúncio da justiça de um reino onde o único milagre é compartilhar o que temos.
Nínive, onde Jonas vai, era uma cidade importante da Assíria, nas margens do rio Tigre, perto da actual Mossul, no Iraque. Jonas não foi uma figura histórica, mesmo que seja classificado como um dos "profetas menores". O Livro de Jonas foi escrito provavelmente no século VIII A.C. e a sua mensagem central é uma chamada ao universalismo e uma crítica ao ultra- nacionalismo do povo judeu.
Jesus lembra esta história aos jornalistas para que eles entendam que ele não foi um mago e que a parte nuclear da sua actividade foi a denúncia das injustiças e o anúncio da justiça de um reino onde o único milagre é compartilhar o que temos.
terça-feira, dezembro 13, 2011
NINO DE MÚRCIA - ESPERANZA
Eu sei que já passou mais de Meio Século (escrito assim ainda parece mais tempo...) mas não diga que não dançou este tango!... e ainda fazia uma perninha, não fazia?...
MICHEL OBAMA
Numa ocasião, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, saiu para jantar com sua esposa, Michelle, e foram a um restaurante não muito luxuoso, porque queriam fazer algo diferente e sair da rotina.
Estando sentados à sua mesa no restaurante, o dono pediu aos guarda-costas que o deixassem aproximar e cumprimentar a primeira dama, e assim foi.
Quando o dono do restaurante se afastou, Obama perguntou a Michelle: Qual é o interesse deste homem em te cumprimentar?
Respondeu Michele:
- Acontece, que na minha adolescência, este homem foi apaixonado por mim, durante muito tempo.
Disse então Obama: - "Ah, quer dizer que se você se tivesse casado com ele, hoje você seria dona deste restaurante?
Respondeu Michelle: Não, meu querido, se eu me tivesse casado com ele, hoje ELE seria o Presidente dos Estados Unidos!
Estando sentados à sua mesa no restaurante, o dono pediu aos guarda-costas que o deixassem aproximar e cumprimentar a primeira dama, e assim foi.
Quando o dono do restaurante se afastou, Obama perguntou a Michelle: Qual é o interesse deste homem em te cumprimentar?
Respondeu Michele:
- Acontece, que na minha adolescência, este homem foi apaixonado por mim, durante muito tempo.
Disse então Obama: - "Ah, quer dizer que se você se tivesse casado com ele, hoje você seria dona deste restaurante?
Respondeu Michelle: Não, meu querido, se eu me tivesse casado com ele, hoje ELE seria o Presidente dos Estados Unidos!
O Joãozinho escreve uma carta ao pai natal a dizer o seguinte:
- " Oh seu barrigudo do cacête, seu paneleiro de merda, todos os anos te escrevo uma carta a dizer que quero um camião de bombeiros e tu só me ofereces meias e cuecas. Vou-te partir os cornos à pedrada quando passares à frente da minha porta com as putas das renas".
O Pai Natal manda-lhe uma carta a dizer o seguinte:
- " Meu querido filho, este Natal vou compensar-te. Vou pôr fogo à tua casa seu filho dum cabrão e vais ver que não te vão faltar camiões de bombeiros".
O Pai Natal manda-lhe uma carta a dizer o seguinte:
- " Meu querido filho, este Natal vou compensar-te. Vou pôr fogo à tua casa seu filho dum cabrão e vais ver que não te vão faltar camiões de bombeiros".
TEREZA
BATISTA
CANSADA
DE
GUERRA
Episódio Nº 281
Antes ele dissera: estatueta de Tanagra, Gioconda enigmática; ao tê-la nua nos braços sussurrou-lhe aos ouvidos: Josefina, minha Josefina!
- Porquê Josefina? Nome mais feio, virgem!
- Não sou o teu Napoleão, teu Bonaparte? Não era ele casado com Josefina?
- Prefiro ser Maria Antonieta.
- Historicamente errado, querida, pois Maria…
- Que me importa? – cerrou-lhe a boca com um beijo, um chupão daqueles.
Nem Josefina, nem Maria Antonieta, se o bacharel Cotias tivesse ânimo, lhe diria agora: Messalina. Tarde de tredo enlevo, de feroz metida: Bada era uma fúria, um desatino, o delegado teve de esforçar-se ao máximo para se manter à altura da situação. Cármen, a esposa, née Sardinha, carácter áspero, quando o sentia interessado numa mulher lhe dizia com desdém:
- Veja como se comporta, não vá fazer feio e me deixar em ridículo.
Aquilo o perturbava, tornando tudo difícil, aliás, não era outro, com certeza, o objectivo de Cármen. Com Bada, felizmente dera conta do recado. Vaca insaciável, dissoluta. Querendo saber dos particulares da zona, não só do conflito da véspera, da triunfal acção de Hélio, mas também da intimidade das marafonas, como elas são e agem. Ah! Tenho tanta vontade de visitar um bordel! Morde os lábios, atraca-se ao delegado e na hora final pede aos soluços:
- Me chame de puta, me xingue, me bata, meu polícia!
O apartamento fica no alto da Gamboa, pela janela dos fundos o delegado, exausto, coberto de suor, fumando um cigarro, ouvindo uma melodia de uma canção italiana, enxerga os três navios fundeados no porto.
Antes de vir ao encontro de Bada, o bacharel Cotias, no cumprimento do dever, passara pela Especializada, onde o comissário Labão lhe informou estar tudo na mais perfeita ordem: os marinheiros desembarcariam no fim da tarde ou no começo da noite, o policiamento da zona já estava organizado, a polícia militar reforçando a polícia civil para impedir qualquer arruaça.
Quanto às caftinas da Barroquinha, persistem insolentes na recusa às determinações de mudança de residência. O que vai decidi-las é uma boa tunda, muita porrada em todas elas.
Pela madrugada, quando o movimento na zona terminar. Por ora elas vão tomando uns bolos e passando fome. Um pouco de paciência, doutor, e as ruínas do Bacalhau estarão alugadas a bom preço. Ri o comissário na cara do delegado, pondo-lhe aqueles olhos impiedosos. Um criminoso, pensa o gentleman da polícia: que deseja insinuar falando no aluguer dos sobrados? Quem sabe, a firma devia ter molhado o bico do comissário?
Bada fecha a torneira, cessa o ruído do chuveiro. Coberta de pingos de água, uma gota no bico do seio esquerdo, os olhos postos no amante, dirige-se para ele. No rádio, a música é subitamente interrompida e a voz do locutor se faz ouvir após o prefixo marcial dos noticiários: “Atenção! Muita atenção!”
Na cama, indiferente ao pedido urgente de atenção, Bada atira-se sobre Hélio. No beijo ávido o bacharel ouve o locutor:
“A situação no meretrício preocupa as autoridades. O desembarque dos marinheiros está confirmado para as vinte horas no cais da Praça de Cayru e até ao momento os bordéis estão fechados ".
(click na imagem)
- Porquê Josefina? Nome mais feio, virgem!
- Não sou o teu Napoleão, teu Bonaparte? Não era ele casado com Josefina?
- Prefiro ser Maria Antonieta.
- Historicamente errado, querida, pois Maria…
- Que me importa? – cerrou-lhe a boca com um beijo, um chupão daqueles.
Nem Josefina, nem Maria Antonieta, se o bacharel Cotias tivesse ânimo, lhe diria agora: Messalina. Tarde de tredo enlevo, de feroz metida: Bada era uma fúria, um desatino, o delegado teve de esforçar-se ao máximo para se manter à altura da situação. Cármen, a esposa, née Sardinha, carácter áspero, quando o sentia interessado numa mulher lhe dizia com desdém:
- Veja como se comporta, não vá fazer feio e me deixar em ridículo.
Aquilo o perturbava, tornando tudo difícil, aliás, não era outro, com certeza, o objectivo de Cármen. Com Bada, felizmente dera conta do recado. Vaca insaciável, dissoluta. Querendo saber dos particulares da zona, não só do conflito da véspera, da triunfal acção de Hélio, mas também da intimidade das marafonas, como elas são e agem. Ah! Tenho tanta vontade de visitar um bordel! Morde os lábios, atraca-se ao delegado e na hora final pede aos soluços:
- Me chame de puta, me xingue, me bata, meu polícia!
O apartamento fica no alto da Gamboa, pela janela dos fundos o delegado, exausto, coberto de suor, fumando um cigarro, ouvindo uma melodia de uma canção italiana, enxerga os três navios fundeados no porto.
Antes de vir ao encontro de Bada, o bacharel Cotias, no cumprimento do dever, passara pela Especializada, onde o comissário Labão lhe informou estar tudo na mais perfeita ordem: os marinheiros desembarcariam no fim da tarde ou no começo da noite, o policiamento da zona já estava organizado, a polícia militar reforçando a polícia civil para impedir qualquer arruaça.
Quanto às caftinas da Barroquinha, persistem insolentes na recusa às determinações de mudança de residência. O que vai decidi-las é uma boa tunda, muita porrada em todas elas.
Pela madrugada, quando o movimento na zona terminar. Por ora elas vão tomando uns bolos e passando fome. Um pouco de paciência, doutor, e as ruínas do Bacalhau estarão alugadas a bom preço. Ri o comissário na cara do delegado, pondo-lhe aqueles olhos impiedosos. Um criminoso, pensa o gentleman da polícia: que deseja insinuar falando no aluguer dos sobrados? Quem sabe, a firma devia ter molhado o bico do comissário?
Bada fecha a torneira, cessa o ruído do chuveiro. Coberta de pingos de água, uma gota no bico do seio esquerdo, os olhos postos no amante, dirige-se para ele. No rádio, a música é subitamente interrompida e a voz do locutor se faz ouvir após o prefixo marcial dos noticiários: “Atenção! Muita atenção!”
Na cama, indiferente ao pedido urgente de atenção, Bada atira-se sobre Hélio. No beijo ávido o bacharel ouve o locutor:
“A situação no meretrício preocupa as autoridades. O desembarque dos marinheiros está confirmado para as vinte horas no cais da Praça de Cayru e até ao momento os bordéis estão fechados ".
(click na imagem)
Entrevista Nº30 Com Jesus Cristo
Sobre o Tema: “O Milagre de Jonas”
RAQUEL - Continuamos com a nossa unidade móvel em Cafarnaum, entrevistando nada mais, nada menos que Jesus Cristo durante a sua segunda vinda à terra. ... Neste momento, vemos chegar correspondentes de outras Emissoras...
JESUS – Será que te ouviram falar de milagres e agora vêm todos?
RAQUEL- Onde houver eventos e coisas espectaculares, eles aparecem… não empurrem, por favor…
JORNALISTA – Você é realmente Jesus Cristo ou apenas se parece?
OUTRO JORNALISTA - Você apoia ou rejeita a Organização Mundial do Comércio?
OUTRO REPÓRTER - Será a China o novo Império do Século XXI?
RAQUEL - Um pouco de ordem, colegas. Podemos abrir uma conferência de imprensa… não empurre… Coloquem-se por aí… onde poderem…
JORNALISTA – Se você é de verdade Jesus Cristo que voltou à Terra, faça um milagre para demonstrá-lo.
VÁRIAS VOZES - Um milagre… Queremos ver um milagre!
CORRESPONDENTE – Preparem a câmara, flash, agora começa realmente o que é bom! ... Vamos lá, o cara vai fazer um milagre.
JESUS – Escutem … uma vez eu estava aqui em Cafarnaum, e pediram-me curas e milagres.
REPÓRTER - Quantos fez?
JESUS - Nenhum.
REPÓRTER - O que quer dizer nenhum?... Se não há milagres, perdemos a audiência.
CORRESPONDENTE - E agora vai fazer?
JESUS - Eu disse então, o que digo agora, esta geração não vai ver outro milagre de Jonas.
REPÓRTER - Isso é bom, uma baleia, logo o come e depois o vomita! ... Você pode repetir?
JESUS - Não, amigo, nenhuma baleia engoliu quem quer que seja. O milagre de Jonas foi que Deus enviou o profeta para pregar em Nínive e os habitantes dessa cidade foram convertidos.
REPÓRTER – E em que se converteram? Em baleias?
JESUS – Escutem, abram os vossos ouvidos. Os ninivitas eram arrogantes, gananciosos e violentos. Mas eles acreditaram na palavra de Jonas, arrependeram-se e mudaram suas vidas.
JORNALISTA - Que milagre é esse? ... Isso não tem graça nenhuma!
JESUS - O milagre é terem-se convertido, mudado de vida.
CORRESPONDENTE - Deixe essa conversa para outra altura e faça agora um milagre, daqueles que sabe fazer.
JESUS – Escutem, meus amigos. Jonas e todos os profetas disseram o mesmo: compartilhar, ajudar os outros. Quem tenha um prato de comida, dê metade a quem não tenha. Quem levantar a mão para golpear que a estenda para curar as feridas. O único milagre é partilhar o que você tem, não fazer mal, fazer o bem. O resto, são truques.
REPÓRTER - Um pequeno que seja! ... Por que não transformar em vinho esta gasosa?
CORRESPONDENTE - Ou por que não fazer surf no lago sem prancha?
REPÓRTER – Ou subir ao céu e voltar para baixo!
JESUS - Isto é atirar pérolas a porcos ... Vamos, Raquel!
RAQUEL - Sim, a verdade é que estes colegas ...
REPÓRTER - Hey, hey, onde você está indo? ... Nós não terminamos ainda… Nós não vimos nada…
CORRESPONDENTE - Este não é Jesus Cristo, é um impostor! Recolham as câmeras, a reportagem não serve.
JESUS - Vamos, Raquel! ... Agita as sandálias…
RAQUEL - Sim é melhor ... Vamos lá… Depois do fracasso desta conferência de imprensa e de Cafarnaum, informou Raquel Perez.
JESUS – Será que te ouviram falar de milagres e agora vêm todos?
RAQUEL- Onde houver eventos e coisas espectaculares, eles aparecem… não empurrem, por favor…
JORNALISTA – Você é realmente Jesus Cristo ou apenas se parece?
OUTRO JORNALISTA - Você apoia ou rejeita a Organização Mundial do Comércio?
OUTRO REPÓRTER - Será a China o novo Império do Século XXI?
RAQUEL - Um pouco de ordem, colegas. Podemos abrir uma conferência de imprensa… não empurre… Coloquem-se por aí… onde poderem…
JORNALISTA – Se você é de verdade Jesus Cristo que voltou à Terra, faça um milagre para demonstrá-lo.
VÁRIAS VOZES - Um milagre… Queremos ver um milagre!
CORRESPONDENTE – Preparem a câmara, flash, agora começa realmente o que é bom! ... Vamos lá, o cara vai fazer um milagre.
JESUS – Escutem … uma vez eu estava aqui em Cafarnaum, e pediram-me curas e milagres.
REPÓRTER - Quantos fez?
JESUS - Nenhum.
REPÓRTER - O que quer dizer nenhum?... Se não há milagres, perdemos a audiência.
CORRESPONDENTE - E agora vai fazer?
JESUS - Eu disse então, o que digo agora, esta geração não vai ver outro milagre de Jonas.
REPÓRTER - Isso é bom, uma baleia, logo o come e depois o vomita! ... Você pode repetir?
JESUS - Não, amigo, nenhuma baleia engoliu quem quer que seja. O milagre de Jonas foi que Deus enviou o profeta para pregar em Nínive e os habitantes dessa cidade foram convertidos.
REPÓRTER – E em que se converteram? Em baleias?
JESUS – Escutem, abram os vossos ouvidos. Os ninivitas eram arrogantes, gananciosos e violentos. Mas eles acreditaram na palavra de Jonas, arrependeram-se e mudaram suas vidas.
JORNALISTA - Que milagre é esse? ... Isso não tem graça nenhuma!
JESUS - O milagre é terem-se convertido, mudado de vida.
CORRESPONDENTE - Deixe essa conversa para outra altura e faça agora um milagre, daqueles que sabe fazer.
JESUS – Escutem, meus amigos. Jonas e todos os profetas disseram o mesmo: compartilhar, ajudar os outros. Quem tenha um prato de comida, dê metade a quem não tenha. Quem levantar a mão para golpear que a estenda para curar as feridas. O único milagre é partilhar o que você tem, não fazer mal, fazer o bem. O resto, são truques.
REPÓRTER - Um pequeno que seja! ... Por que não transformar em vinho esta gasosa?
CORRESPONDENTE - Ou por que não fazer surf no lago sem prancha?
REPÓRTER – Ou subir ao céu e voltar para baixo!
JESUS - Isto é atirar pérolas a porcos ... Vamos, Raquel!
RAQUEL - Sim, a verdade é que estes colegas ...
REPÓRTER - Hey, hey, onde você está indo? ... Nós não terminamos ainda… Nós não vimos nada…
CORRESPONDENTE - Este não é Jesus Cristo, é um impostor! Recolham as câmeras, a reportagem não serve.
JESUS - Vamos, Raquel! ... Agita as sandálias…
RAQUEL - Sim é melhor ... Vamos lá… Depois do fracasso desta conferência de imprensa e de Cafarnaum, informou Raquel Perez.
segunda-feira, dezembro 12, 2011
LUIZ GONZAGA - CINTURA FINA
Mais uma vez, Zé Dantas, escreveu a letra inspirado na mulher, Iolanda, que tinha mesmo cintura fina... e eu, que era rapaz, cá deste lado do Atlântico, à noite, num colégio interno onde estudava, cantava com outros colegas: cintura fina, cintura de pilão, cintura de menina, vem cá meu coração... recordações! ... obrigado amigo Gonzaga por acordares os tempos da minha meninice.
«Transcrito do The London Times»
No exterior do England 's Bristol Zoo existe um parque de estacionamento para 150 carros e 8 autocarros. Durante 25 anos, a cobrança do estacionamento foi efectuada por um muito simpático cobrador.
As taxas eram o correspondente a 1.40 € para carros e 7.00 € para os autocarros.
No exterior do England 's Bristol Zoo existe um parque de estacionamento para 150 carros e 8 autocarros. Durante 25 anos, a cobrança do estacionamento foi efectuada por um muito simpático cobrador.
As taxas eram o correspondente a 1.40 € para carros e 7.00 € para os autocarros.
Um dia, após 25 sólidos anos de nenhuma falta ao trabalho, o cobrador simplesmente não apareceu.
A administração do Zoo, então, ligou para a Câmara Municipal e solicitou que enviassem um outro cobrador. A Câmara fez uma pequena pesquisa e respondeu que o estacionamento do Zoo era da responsabilidade do próprio Zoo, não dela. A administração do Zoo respondeu que o cobrador era um empregado da Câmara. A Câmara, por sua vez, respondeu que o cobrador do estacionamento jamais fizera parte dos seus quadros e que nunca lhe tinha pago ordenado.
A administração do Zoo, então, ligou para a Câmara Municipal e solicitou que enviassem um outro cobrador. A Câmara fez uma pequena pesquisa e respondeu que o estacionamento do Zoo era da responsabilidade do próprio Zoo, não dela. A administração do Zoo respondeu que o cobrador era um empregado da Câmara. A Câmara, por sua vez, respondeu que o cobrador do estacionamento jamais fizera parte dos seus quadros e que nunca lhe tinha pago ordenado.
Enquanto isso, descansando na sua bela residência nalgum lugar da costa da Espanha (ou algo parecido), existe um homem que, aparentemente, instalou a máquina de cobrança por sua conta e então, simplesmente começou a aparecer, todos os dias, cobrando e guardando as taxas de estacionamento, estimadas em 560 € por dia... durante 25 anos!!!
Assumindo que ele trabalhava os 7 dias da semana, arrecadou algo em torno de 7 milhões de Euros.
E ninguém sabe, nem sequer, seu nome ...!!!
Assumindo que ele trabalhava os 7 dias da semana, arrecadou algo em torno de 7 milhões de Euros.
E ninguém sabe, nem sequer, seu nome ...!!!
A sogra chega a casa na nora e encontra o filho saindo, furioso, com as malas na mão.
- O que aconteceu, Manuel?
- O que aconteceu?
- Aconteceu o seguinte, minha mãe: - Fui viajar e mandei um telegrama para a Isabel avisando que voltaria hoje. Chego a casa e o que eu encontro? - Ela com um sujeito! - Os dois na nossa cama! É o fim, estou a ir embora para sempre!
- Calma! - pede Dona Maria. Deve haver algo errado nessa história, a Isabel jamais teria uma atitude dessas! Espera um pouco que vou verificar o que se passou.
Momentos depois, Dona Maria volta sorridente:
- Não disse que havia um equívoco, meu filho?
- A Isabel, pura e simplesmente, não recebeu o teu telegrama.
- Calma! - pede Dona Maria. Deve haver algo errado nessa história, a Isabel jamais teria uma atitude dessas! Espera um pouco que vou verificar o que se passou.
Momentos depois, Dona Maria volta sorridente:
- Não disse que havia um equívoco, meu filho?
- A Isabel, pura e simplesmente, não recebeu o teu telegrama.
TEREZA
BATISTA
CANSADA
DE
GUERRA
Episódio Nº 280
Também algumas velhas compareceram à inauguração da Primavera. Por um dia libertas da obrigação da terrível maquilhagem destinada a esconder rugas e pelancas, de luta inglória por um cliente, apenas mulheres idosas e cansadas.
Em desacostumado ócio, as raparigas ocuparam a cidade inteira, uma festa rara. De pés nus, correndo pelas praias, sentadas na grama dos jardins, no zoo paradas diante das jaulas das feras, dos macacos e das aves, em visita à igreja do Bonfim, comprando guias do santo milagreiro.
As que estavam na colina, contemplando o golfo, puderam ver por volta das quinze horas, três navios de guerra atravessando a barra.
40
Pouco antes das dezasseis horas, o Senhor governador recebeu no Palácio a visita do comandante-em-chefe dos navios de guerra norte americanos fundeados ao largo. Acompanhado do seu estado-maior, o almirante trocou amabilidades com o chefe do Governo e o convidou a visitar, na manhã seguinte, a nau capitânia e a almoçar com a oficialidade.
Espocaram flashes, os fotógrafos movendo-se de um lado para outro, fixando sorrisos, cortesias. O almirante comunicou que os marinheiros teriam permissão de vir a terra à noite, hora propícia.
41
No grande Jornal Falado das dezasseis horas, a Rádio Abaeté, emissora potente e detentora de grande audiência, ofereceu pormenorizada reportagem sobre os navios de guerra norte-americanos surtos no porto. “Informação quente é com a Abaeté”, “A notícia está acontecendo, a Abaeté está divulgando”, “O microfone da Abaeté é o ouvido da História”, repetiam os locutores ao longo dos programas. “Se não há notícia a Abaeté inventa”, glosavam os concorrentes.
Após descrever a visita dos oficiais superiores ao Governador, as frases trocadas, os convites feitos, a rádio deteve-se em detalhes precisos, numerosos e educativos sobre os três navios; nomes, datas de lançamento ao mar, número de oficiais e marinheiros, canhões, potência de tiro, velocidade, carreira de oficiais com postos de comando, dados completos. O documento de documentação e pesquisa esteve mais uma vez à altura das tradições da emissora.
A reportagem concluía informando que os marinheiros baixariam a terra no começo da noite, a hora exacta ainda não tinha sido determinada, provavelmente por volta das oito.
Uma última e curiosa novidade, a ligar-se de certa forma à visita dos marinheiros ianques: em protesto contra a projectada mudança do meretrício, iniciada na véspera com violenta incursão da polícia de costumes na Barroquinha, as mulheres públicas resolveram não exercer enquanto suas companheiras não possam regressar às casas de onde foram expulsas e a ameaça de mudança persista.
42
Por volta das dezassete horas, enquanto Bada toma rápida ducha para livrar-se do suor pegajoso da tarde calorenta, o delegado Cotias, o gentleman da polícia, amante feliz e exangue, liga o rádio e descansa o corpo na cadência da música.
Merecido repouso após uma hora de violento exercício: a frágil Bada é um trem de risco, um foguete, fêmea sensacional sobre todos os aspectos.
(click na imagem)
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 29 SOBRE O TEMA:
“CUROU ENFERMOS?” (7º e últ.)
Regras do Jogo
Embora a atitude positiva e vital do paciente e as energias positivas do curandeiro possam curar determinadas doenças e fazer regredir o processo de algumas doenças graves - tem sido observado por exemplo, no câncer - as pessoas devem ser cépticas sobre a durabilidade dessas curas já que, por se tratar de curas de origem psicológica, muitas vezes o que desaparece na "cura" são os sintomas, mas as causas físicas da doença permanecem.
domingo, dezembro 11, 2011
HOJE É
DOMINGO
(continuação)
Os tempos passaram. Nada mais aconteceu depois daquele surrealista telefonema até que um dia, sem se fazer anunciar como era hábito daquela gente, dei por mim, quando levantei a cabeça, com o senhor inspector à minha frente no meu gabinete de trabalho.
Uma das prerrogativas daqueles “defensores do regime” era, querendo, o de entrarem na casa das pessoas, nos locais de trabalho, em qualquer lado, de surpresa, sem avisarem. Como polícias muito especiais que eram, o factor surpresa, fora de qualquer processo de averiguação ou de Autorização Judicial que o permitisse, constituía uma espécie de “marca” identificadora da sua autoridade e poder.
Com ar altivo, o peito cheio, não se sentou, olhava-me de pé, de cima, em sinal de superioridade e de dominação… “estou aqui para lhe mostrar que não estou zangado… aqui tem – e acompanhou as palavras com os gestos – dinheiro estrangeiro que foi apreendido, para fazer entrega dele no Banco de Moçambique…” disse, enquanto colocava em cima da secretária um maço de notas e saíu com o seu avantajado corpanzil numa retirada de estilo, sempre para impressionar…
Os meses continuaram a passar e desembocaram na Revolução do 25 de Abril em Portugal, com cravos distribuídos no Rossio, coração de Lisboa, que os soldados enfiaram nos canos das espingardas em imagens que correram mundo, numa extrema humilhação para os Srs. Inspectores, zelozos defensores do regime.
Não tiveram oportunidade de mostrar a valentia e a coragem de que se fizeram portadores durante tantos anos… acabaram presos, perseguidos, muitos acossados como bichos pela população, mãos nas paredes, pernas abertas, calças arriadas, cuecas à mostra… era a hora do "reviralho"!
Eram umas dez da manhã quando a notícia me chegou, hora histórica para mim e para todos os portugueses aquela em que souberam da revolução. A vida de todos ia dar uma cambalhota, o curso ia mudar e muito mais, ali, nas colónias.
Fui até à praça do Município e era enorme o entusiasmo, faziam-se discursos, davam-se gritos à liberdade, muito provavelmente por elementos de um núcleo contrário ao regime de Salazar/Caetano que vivia clandestinamente na cidade.
Encostei-me a uma coluna e observei o ambiente de alegria e de vitória que se vivia na Praça e pensei, lembro-me bem de ter pensado, que muitas daquelas pessoas, quase todas, não tinham razões para estarem alegres. Era apenas o momento de euforia a que alguns, que esperaram tantos anos, tinham direito. Aquela, no entanto, não era a terra deles, era o local errado, o equívoco ia finalmente desfazer-se e o parto de um novo país iria ser para todos muito doloroso…
Samora Machel disse: Portugal não nos deu a independência, nós é que ganhámos a guerra! Esta era a mensagem que ia ao encontro do orgulho dos moçambicanos mas que escondia uma outra, implícita, lógica e perigosa: os portugueses, colonialistas ou não, eram considerados “despojos” de guerra, restava-lhes abandonar o território.
Para os moçambicanos ficou um país vazio de actividade económica, palco para uma futura guerra civil, também conhecida como a guerra dos Dezasseis Anos entre o exército de Moçambique (Frelimo) e a Renamo…
À tarde o telefone tocou. Era um amigo meu do tempo do Liceu e da Faculdade, pessoa de confiança do regime que superintendia numa empresa de um grupo económico importante daquela região.
Trabalhava no edifício contíguo ao meu e pelo grau de confiança e amizade que tínhamos pedia-me que fizesse um favor ao Sr. Inspector que estava ali ao pé dele, em desespero, porque precisava com rapidez de uma Autorização de Transferência para mandar para Portugal a mulher e as filhas.
- “Diz ao Sr. inspector que eu trabalho exactamente no mesmo local que ele conhece e se pretende alguma coisa de mim só tem que vir até cá… não precisa de te incomodar…”
Passados poucos minutos, o senhor que tinha sido até ao dia anterior o todo-poderoso inspector da Pide da cidade da Beira, entrava no meu gabinete, cabeça baixa, peito para dentro e ali ficou até eu o mandar sentar, em silêncio, incapaz de me olhar nos olhos, não fosse qualquer gesto ou palavra desagradar-me… era a segurança da família que estava em causa e ele não podia correr riscos.
- “Sr. Inspector - disse-lhe eu – se me viesse fazer este pedido há dois dias atrás dir-lhe-ia para se dirigir aos balcões, preencher o impresso e aguardar que a Autorização corresse os seus trâmites no Serviço até estar despachada para lhe ser entregue, mas o senhor, neste momento, é um homem derrotado a atravessar o pior momento da sua vida, é uma pessoa frágil e eu vou atender de imediato o seu pedido”.
Chamei uma funcionária e dentro de minutos ele abandonava a Delegação com o papel pretendido sem que eu me lembre de ter ouvido um obrigado… mas talvez o tenha dito… baixinho… já passaram tantos anos… uma vida.
No outro dia viajou para Lourenço Marques, hoje Maputo, preso, como todos os Pides que exerciam funções em Moçambique.
Numa contra-revolução em 7 de Setembro, tentativa frustrada de interromper o processo de independência em curso e reconduzir novamente o poder aos brancos numa solução tipo Ian Smith, como na vizinha Rodésia, fugiram da cadeia e refugiaram-se na África do Sul onde muitos se exilaram porque Portugal, naquela altura, não era também para eles uma terra recomendável…
Depois, com os anos, tudo acabou por esquecer… o tempo tudo apaga… os acontecimentos seguiram o seu rumo de forma inexorável, Portugal “digeriu”, como por encanto, meio milhão de retornados regressados à “trouxe-mouxe” ao ponto de partida e que, paradoxalmente, acabaram por ser eles um motor de desenvolvimento para um país adormecido pela guerra e a ditadura.
Só eu não consegui apagar da minha memória esta figura bizarra do Sr. Inspector da Pide que se cruzou comigo na cidade da Beira em Moçambique.
Uma das prerrogativas daqueles “defensores do regime” era, querendo, o de entrarem na casa das pessoas, nos locais de trabalho, em qualquer lado, de surpresa, sem avisarem. Como polícias muito especiais que eram, o factor surpresa, fora de qualquer processo de averiguação ou de Autorização Judicial que o permitisse, constituía uma espécie de “marca” identificadora da sua autoridade e poder.
Com ar altivo, o peito cheio, não se sentou, olhava-me de pé, de cima, em sinal de superioridade e de dominação… “estou aqui para lhe mostrar que não estou zangado… aqui tem – e acompanhou as palavras com os gestos – dinheiro estrangeiro que foi apreendido, para fazer entrega dele no Banco de Moçambique…” disse, enquanto colocava em cima da secretária um maço de notas e saíu com o seu avantajado corpanzil numa retirada de estilo, sempre para impressionar…
Os meses continuaram a passar e desembocaram na Revolução do 25 de Abril em Portugal, com cravos distribuídos no Rossio, coração de Lisboa, que os soldados enfiaram nos canos das espingardas em imagens que correram mundo, numa extrema humilhação para os Srs. Inspectores, zelozos defensores do regime.
Não tiveram oportunidade de mostrar a valentia e a coragem de que se fizeram portadores durante tantos anos… acabaram presos, perseguidos, muitos acossados como bichos pela população, mãos nas paredes, pernas abertas, calças arriadas, cuecas à mostra… era a hora do "reviralho"!
Eram umas dez da manhã quando a notícia me chegou, hora histórica para mim e para todos os portugueses aquela em que souberam da revolução. A vida de todos ia dar uma cambalhota, o curso ia mudar e muito mais, ali, nas colónias.
Fui até à praça do Município e era enorme o entusiasmo, faziam-se discursos, davam-se gritos à liberdade, muito provavelmente por elementos de um núcleo contrário ao regime de Salazar/Caetano que vivia clandestinamente na cidade.
Encostei-me a uma coluna e observei o ambiente de alegria e de vitória que se vivia na Praça e pensei, lembro-me bem de ter pensado, que muitas daquelas pessoas, quase todas, não tinham razões para estarem alegres. Era apenas o momento de euforia a que alguns, que esperaram tantos anos, tinham direito. Aquela, no entanto, não era a terra deles, era o local errado, o equívoco ia finalmente desfazer-se e o parto de um novo país iria ser para todos muito doloroso…
Samora Machel disse: Portugal não nos deu a independência, nós é que ganhámos a guerra! Esta era a mensagem que ia ao encontro do orgulho dos moçambicanos mas que escondia uma outra, implícita, lógica e perigosa: os portugueses, colonialistas ou não, eram considerados “despojos” de guerra, restava-lhes abandonar o território.
Para os moçambicanos ficou um país vazio de actividade económica, palco para uma futura guerra civil, também conhecida como a guerra dos Dezasseis Anos entre o exército de Moçambique (Frelimo) e a Renamo…
À tarde o telefone tocou. Era um amigo meu do tempo do Liceu e da Faculdade, pessoa de confiança do regime que superintendia numa empresa de um grupo económico importante daquela região.
Trabalhava no edifício contíguo ao meu e pelo grau de confiança e amizade que tínhamos pedia-me que fizesse um favor ao Sr. Inspector que estava ali ao pé dele, em desespero, porque precisava com rapidez de uma Autorização de Transferência para mandar para Portugal a mulher e as filhas.
- “Diz ao Sr. inspector que eu trabalho exactamente no mesmo local que ele conhece e se pretende alguma coisa de mim só tem que vir até cá… não precisa de te incomodar…”
Passados poucos minutos, o senhor que tinha sido até ao dia anterior o todo-poderoso inspector da Pide da cidade da Beira, entrava no meu gabinete, cabeça baixa, peito para dentro e ali ficou até eu o mandar sentar, em silêncio, incapaz de me olhar nos olhos, não fosse qualquer gesto ou palavra desagradar-me… era a segurança da família que estava em causa e ele não podia correr riscos.
- “Sr. Inspector - disse-lhe eu – se me viesse fazer este pedido há dois dias atrás dir-lhe-ia para se dirigir aos balcões, preencher o impresso e aguardar que a Autorização corresse os seus trâmites no Serviço até estar despachada para lhe ser entregue, mas o senhor, neste momento, é um homem derrotado a atravessar o pior momento da sua vida, é uma pessoa frágil e eu vou atender de imediato o seu pedido”.
Chamei uma funcionária e dentro de minutos ele abandonava a Delegação com o papel pretendido sem que eu me lembre de ter ouvido um obrigado… mas talvez o tenha dito… baixinho… já passaram tantos anos… uma vida.
No outro dia viajou para Lourenço Marques, hoje Maputo, preso, como todos os Pides que exerciam funções em Moçambique.
Numa contra-revolução em 7 de Setembro, tentativa frustrada de interromper o processo de independência em curso e reconduzir novamente o poder aos brancos numa solução tipo Ian Smith, como na vizinha Rodésia, fugiram da cadeia e refugiaram-se na África do Sul onde muitos se exilaram porque Portugal, naquela altura, não era também para eles uma terra recomendável…
Depois, com os anos, tudo acabou por esquecer… o tempo tudo apaga… os acontecimentos seguiram o seu rumo de forma inexorável, Portugal “digeriu”, como por encanto, meio milhão de retornados regressados à “trouxe-mouxe” ao ponto de partida e que, paradoxalmente, acabaram por ser eles um motor de desenvolvimento para um país adormecido pela guerra e a ditadura.
Só eu não consegui apagar da minha memória esta figura bizarra do Sr. Inspector da Pide que se cruzou comigo na cidade da Beira em Moçambique.
(click na imagem. Painéis de azulejos alusivos à cidade na Estação dos combóios de Santarém)