Helena Roseta
Helena Roseta
HELENA Roseta é uma pessoa desalinhada, filia-se nos partidos mas uma vez dentro deles marca a diferença e afirma essa diferença quando as posições do partido não coincidem com as suas.
É inteligente e o seu discurso cativa porque é apaixonado, sincero, espontâneo, fluente e a sua preocupação como política tem a ver com aquilo que mais directamente se liga às pessoas e muitas vezes àquelas que representam a parte mais fraca e débil da sociedade.
Foi por causa desta sua característica que episodicamente a conheci quando, nos princípios da década de 80, me dirigi à Assembleia da República, na qualidade de simples cidadão envolvido em Santarém na organização de uma Cooperativa, para lhe solicitar que interviesse como deputada, num aspecto da lei relacionado com as Cooperativas de Habitação Económica.
Já lá vão muitos anos e todos os pormenores desse contacto foram esquecidos excepção feita à sua total disponibilidade e boa vontade para nos ajudar, isso, eu não esqueci.
Helena Roseta é uma espécie de “força da natureza” e se a muitos essa característica provoca admiração a outros suscita reservas mas não me parece justo acusá-la de oportunista à procura de protagonismo político pelo que, neste aspecto, uma vez para variar, discordo do autor de O Jumento.
Das duas uma: ou a intervenção política é uma reserva exclusiva dos partidos políticos ou todo aquele que queira intervir fora da coutada é oportunista político sedento de protagonismo.
Ora, no caso concreto, estamos a falar do Poder Autárquico onde a intervenção de cidadãos independentes para além de consagrada na Constituição é defendida por muito boa gente como sendo um enriquecimento da própria democracia e onde se têm registado excelentes contributos como é o caso agora, aqui em Santarém, com Francisco Moita Flores ou em Lisboa com Sá Fernandes, entre outros.
Por outro lado, Helena Roseta, não anda nisto há dois dias, há mais de 30 anos que intervém publicamente, foi Presidente da Câmara de Cascais, deputada à Assembleia da República, vereadora da Câmara de Lisboa trabalhando na recuperação dos bairros clandestinos desde 1970, foi secretária geral do Sindicato dos Arquitectos e agora Presidente da Ordem e toda a sua vida tem sido de envolvimento permanente em Movimentos Cívicos lutando por causas e ideais.
Reafirmo que o seu estilo pode não ser da simpatia de muita gente mas acusar uma pessoa com um currículo destes de oportunista, sedenta de protagonismo é, para além do mais, muito injusto.
Ofereceu-se ao PS, numa carta que escreveu a José Sócrates, para ser candidata do Partido à Câmara de Lisboa o que fazia sentido porque estava vocacionada para o cargo e era uma militante destacada.
O PS estava no seu pleno direito de recusar e não era difícil adivinhar essa recusa mas, francamente, não teria sido da mais elementar educação terem respondido à carta comunicando-lhe a decisão?
A devolução do cartão de militante e a saída do Partido foi o desfecho inevitável.
Para uns, o PS viu-se livre de uma presença incómoda, para outros a sua saída deixou o PS mais pobre.
Pessoalmente, julgo que, neste momento, este PS não quer Helena Roseta nem esta tem agora interesse no PS e, assim sendo, ponto final na relação que é o que deve acontecer com os casais quando os cônjuges não se entendem, um para cada lado e a vida continua.
Vamos pois assistir, pelo menos, a uma candidatura independente à Câmara de Lisboa protagonizada por Helena Roseta que vai, no mínimo, dar muita luta à concorrência embora seja de prever que as estruturas partidárias venham a impor a sua força até pelos muitos interesses ligados à Câmara da cidade, capital do país e, se o PS apresentar um bom candidato, a vitória não lhe deve fugir.
Mas com este ou aquele Presidente os problemas e as dificuldades financeiras da Câmara de Lisboa vão continuar porque os interesses que se desenvolveram à volta dela enredam-na em conflitos permanentes de pessoas que assumindo poderes em áreas de intervenção directa do Presidente e dos Vereadores entram em competição com eles criando-se um clima de instabilidade e suspeição.
Concretamente, estou a referir-me às Empresas Municipais cuja Auditoria realizada pelo Tribunal de Contas a 31 dessas Empresas, relativa a 2003 e 2004, revelou que foram atribuídos aos membros dos respectivos Conselhos de Administração, 5 quando por lei deviam apenas ser 3, vencimentos base e despesas de representação que ultrapassaram o que estava previsto no Estatuto dos Gestores Públicos, nalguns casos, em 40%.
À laia de exemplo, a Presidente da EPUL ganhava, em 2004, 6085 euros, mais 39% do que o autorizado e os Presidentes da GEBALIS e da EMEL 4752, mais 30% para além de regalias indevidas como cartões de crédito, automóveis, telemóveis e ainda prémios ao fim do ano numa espécie de “fartar vilanagem” constituindo-se, assim, em factores de degradação da vida das Autarquias com os quais é necessário acabar.
São focos de desperdício e de corrupção e em vez de eficácia serviram as clientelas partidárias e não os interesses dos Munícipes para além de contribuírem para afundarem as Câmaras em dívidas.
Quando apareceram, nos princípios dos anos 80, com o Bloco Central, procuravam representar a evolução na continuidade, hoje, quase trinta anos depois, o resultado está à vista: uma Câmara ingovernável e falida.
A situação a que chegámos aponta para a necessidade de que as equipes que se candidatarem ao Governo, pelo menos da Câmara de Lisboa, têm que ser constituídas por pessoas qualificadas, competentes, conhecedoras dos problemas, com ideias e um programa para a resolução concreta desses mesmos problemas excluindo as Empresas Públicas Municipais cujos serviços que prestam devem regressar às Câmaras poupando-se nas Administrações que mandam sem terem sido eleitas e que para além de onerarem os Orçamentos Camarários envolvem-se em negócios e negociatas.
Espero e desejo que Helena Roseta conquiste um lugar como Vereadora da Câmara para que a veemência da sua voz de técnica qualificada em questões de urbanismo e o profundo conhecimento que tem de Lisboa se faça ouvir para bem da cidade à qual pertenço por nascimento e que vive no meu imaginário de criança e jovem,
HELENA Roseta é uma pessoa desalinhada, filia-se nos partidos mas uma vez dentro deles marca a diferença e afirma essa diferença quando as posições do partido não coincidem com as suas.
É inteligente e o seu discurso cativa porque é apaixonado, sincero, espontâneo, fluente e a sua preocupação como política tem a ver com aquilo que mais directamente se liga às pessoas e muitas vezes àquelas que representam a parte mais fraca e débil da sociedade.
Foi por causa desta sua característica que episodicamente a conheci quando, nos princípios da década de 80, me dirigi à Assembleia da República, na qualidade de simples cidadão envolvido em Santarém na organização de uma Cooperativa, para lhe solicitar que interviesse como deputada, num aspecto da lei relacionado com as Cooperativas de Habitação Económica.
Já lá vão muitos anos e todos os pormenores desse contacto foram esquecidos excepção feita à sua total disponibilidade e boa vontade para nos ajudar, isso, eu não esqueci.
Helena Roseta é uma espécie de “força da natureza” e se a muitos essa característica provoca admiração a outros suscita reservas mas não me parece justo acusá-la de oportunista à procura de protagonismo político pelo que, neste aspecto, uma vez para variar, discordo do autor de O Jumento.
Das duas uma: ou a intervenção política é uma reserva exclusiva dos partidos políticos ou todo aquele que queira intervir fora da coutada é oportunista político sedento de protagonismo.
Ora, no caso concreto, estamos a falar do Poder Autárquico onde a intervenção de cidadãos independentes para além de consagrada na Constituição é defendida por muito boa gente como sendo um enriquecimento da própria democracia e onde se têm registado excelentes contributos como é o caso agora, aqui em Santarém, com Francisco Moita Flores ou em Lisboa com Sá Fernandes, entre outros.
Por outro lado, Helena Roseta, não anda nisto há dois dias, há mais de 30 anos que intervém publicamente, foi Presidente da Câmara de Cascais, deputada à Assembleia da República, vereadora da Câmara de Lisboa trabalhando na recuperação dos bairros clandestinos desde 1970, foi secretária geral do Sindicato dos Arquitectos e agora Presidente da Ordem e toda a sua vida tem sido de envolvimento permanente em Movimentos Cívicos lutando por causas e ideais.
Reafirmo que o seu estilo pode não ser da simpatia de muita gente mas acusar uma pessoa com um currículo destes de oportunista, sedenta de protagonismo é, para além do mais, muito injusto.
Ofereceu-se ao PS, numa carta que escreveu a José Sócrates, para ser candidata do Partido à Câmara de Lisboa o que fazia sentido porque estava vocacionada para o cargo e era uma militante destacada.
O PS estava no seu pleno direito de recusar e não era difícil adivinhar essa recusa mas, francamente, não teria sido da mais elementar educação terem respondido à carta comunicando-lhe a decisão?
A devolução do cartão de militante e a saída do Partido foi o desfecho inevitável.
Para uns, o PS viu-se livre de uma presença incómoda, para outros a sua saída deixou o PS mais pobre.
Pessoalmente, julgo que, neste momento, este PS não quer Helena Roseta nem esta tem agora interesse no PS e, assim sendo, ponto final na relação que é o que deve acontecer com os casais quando os cônjuges não se entendem, um para cada lado e a vida continua.
Vamos pois assistir, pelo menos, a uma candidatura independente à Câmara de Lisboa protagonizada por Helena Roseta que vai, no mínimo, dar muita luta à concorrência embora seja de prever que as estruturas partidárias venham a impor a sua força até pelos muitos interesses ligados à Câmara da cidade, capital do país e, se o PS apresentar um bom candidato, a vitória não lhe deve fugir.
Mas com este ou aquele Presidente os problemas e as dificuldades financeiras da Câmara de Lisboa vão continuar porque os interesses que se desenvolveram à volta dela enredam-na em conflitos permanentes de pessoas que assumindo poderes em áreas de intervenção directa do Presidente e dos Vereadores entram em competição com eles criando-se um clima de instabilidade e suspeição.
Concretamente, estou a referir-me às Empresas Municipais cuja Auditoria realizada pelo Tribunal de Contas a 31 dessas Empresas, relativa a 2003 e 2004, revelou que foram atribuídos aos membros dos respectivos Conselhos de Administração, 5 quando por lei deviam apenas ser 3, vencimentos base e despesas de representação que ultrapassaram o que estava previsto no Estatuto dos Gestores Públicos, nalguns casos, em 40%.
À laia de exemplo, a Presidente da EPUL ganhava, em 2004, 6085 euros, mais 39% do que o autorizado e os Presidentes da GEBALIS e da EMEL 4752, mais 30% para além de regalias indevidas como cartões de crédito, automóveis, telemóveis e ainda prémios ao fim do ano numa espécie de “fartar vilanagem” constituindo-se, assim, em factores de degradação da vida das Autarquias com os quais é necessário acabar.
São focos de desperdício e de corrupção e em vez de eficácia serviram as clientelas partidárias e não os interesses dos Munícipes para além de contribuírem para afundarem as Câmaras em dívidas.
Quando apareceram, nos princípios dos anos 80, com o Bloco Central, procuravam representar a evolução na continuidade, hoje, quase trinta anos depois, o resultado está à vista: uma Câmara ingovernável e falida.
A situação a que chegámos aponta para a necessidade de que as equipes que se candidatarem ao Governo, pelo menos da Câmara de Lisboa, têm que ser constituídas por pessoas qualificadas, competentes, conhecedoras dos problemas, com ideias e um programa para a resolução concreta desses mesmos problemas excluindo as Empresas Públicas Municipais cujos serviços que prestam devem regressar às Câmaras poupando-se nas Administrações que mandam sem terem sido eleitas e que para além de onerarem os Orçamentos Camarários envolvem-se em negócios e negociatas.
Espero e desejo que Helena Roseta conquiste um lugar como Vereadora da Câmara para que a veemência da sua voz de técnica qualificada em questões de urbanismo e o profundo conhecimento que tem de Lisboa se faça ouvir para bem da cidade à qual pertenço por nascimento e que vive no meu imaginário de criança e jovem,