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"O Clero não deve servir-se de Fátima para assustar ou prender as pessoas. Fátima tem muitas virtualidades mas é preciso não seguir a
Frei Bento Domingues
Apesar de encontrar na autonomia religiosa que o fenómeno inventou um ponto positivo (“Cada um tem a sua Fátima, os seus problemas, os seus sonhos, acho graça a isso”), o frade dominicano não pode deixar de apontar para os dois elefantes no centro do santuário. O facto de, ao longo do último século, Fátima ter sido consolidada através de dois pilares pouco recomendáveis (ou católicos). A saber: Turismo —
“É evidente que quem tomou conta dos santuários foi o turismo religioso. Fátima agora tem uma posição fantástica no país, é muito fácil ir até lá, e tem um conjunto hoteleiro invejável. A partir da primavera, para muitas pessoas, o fim de semana é ir a Fátima” –, e sacrifício, como forma de evitar construções mentais de inferno e purgatório — “Fátima é composta de imagens do catolicismo popular, aqui lo que as crianças fizeram foi a objetivação do que tinham em casa: a confissão, a reza do terço, a ida à missa, a leitura da Missão Abreviada, a que na minha terra até se chamava A Vinagreira, porque eram tudo coisas de assustar, com inferno e purgatório e limbo, que entretanto o papa Bento XVI fechou”.
Irremediavelmente perdida a primeira guerra (o turismo não vai abrandar), Frei Bento Domingues diz que há sinais recentes de que a segunda pode ainda ser ganha: “No mês passado, o papa Francisco fez uma carta apostólica para colocar os santuários, até agora nas mãos dos padres, sob a alçada do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização. O Clero não deve servir-se de Fátima para assustar ou prender as pessoas. Fátima tem muitas virtualidades, mas é preciso não seguir aqui lo à letra. Pode ser benéfica ou maléfica. O gosto de sofrer é uma doença, quem gostar de o fazer que vá ao psiqui atra! Há uma ideia, que já vem da Idade Média, de Santo Anselmo, de que Deus foi ofendido e nós estamos em dívida para com Ele e temos de o reparar. E sofrer, sofrer, sofrer. Isto parece-me de um ridículo atroz. Vejam só, um Deus que faz sofrer em vez de dar alegria! É uma deturpação”.
“É evidente que quem tomou conta dos santuários foi o turismo religioso. Fátima agora tem uma posição fantástica no país, é muito fácil ir até lá, e tem um conjunto hoteleiro invejável. A partir da primavera, para muitas pessoas, o fim de semana é ir a Fátima” –, e sacrifício, como forma de evitar construções mentais de inferno e purgatório — “Fátima é composta de imagens do catolicismo popular, a
Irremediavelmente perdida a primeira guerra (o turismo não vai abrandar), Frei Bento Domingues diz que há sinais recentes de que a segunda pode ainda ser ganha: “No mês passado, o papa Francisco fez uma carta apostólica para colocar os santuários, até agora nas mãos dos padres, sob a alçada do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização. O Clero não deve servir-se de Fátima para assustar ou prender as pessoas. Fátima tem muitas virtualidades, mas é preciso não seguir a
“Os senhores bispos não deviam fazer apelos para as pessoas irem a Fátima. Muita gente vai ficar na auto-estrada”
“É evidente que Nossa Senhora não apareceu em Fátima.” Foi com estas palavras, que repete ipsis verbis ao Observador, que a “bronca” rebentou. Desde a entrevista que deu ao Expresso, em abril, Anselmo Borges não tem tido mãos a medir: “Já está em inglês, em espanhol, em francês, até os alemães de uma rádio me querem entrevistar”. O pior, garante o padre da Sociedade Missionária Portuguesa, é que a afirmação-bomba, proferida no contexto de uma explicação sobre as diferenças entre aparições e visões foi mal interpretada:”As pessoas pensaram que sou contra Fátima. Não sou, fui ordenado lá pelo cardeal Cerejeira e quando lá vou rezo na capela das Aparições. Agora, não vou lá no 13 de maio, não gosto de confusões. E até penso que os senhores bispos não deviam fazer apelos para as pessoas irem a Fátima. Muita gente vai ficar na autoestrada e vai ser uma imensa frustração”.
"Há experiências religiosas melhores e menos boas. Que mãe é que mostrava o inferno a crianças de 10 anos?! Acredito que há ali um núcleo de experiência religiosa. Com aspetos bons -- elas viram a luz -- e aspetos maus -- o terror que pregam."
Padre Anselmo Borges, Sociedade Missionária Portuguesa
A distinção não é nova, foi explicada em 2000 por Joseph Ratzinger, então cardeal e perfeito da Congregação para a Doutrina da Fé, mas o padre português, 72 anos, repete: “Uma aparição é uma manifestação física, é uma presença física que é vista por outras pessoas. É evidente que Nossa Senhora não apareceu em Fátima, Maria não tem corpo físico. Em Fátima o que houve foi uma visão, uma experiência interior religiosa — autêntica, não digo que foi um delírio nem uma alucinação. Agora, é uma experiência religiosa de crianças e à maneira de crianças. Que tem de ser vista no contexto da época”. Apesar de não colocar em questão a legitimidade das “visões”, Anselmo Borges garante que não é obrigatório acreditar em Fátima para ser católico. Primeiro, porque Fátima não é um dogma da Igreja, depois, porque a própria mensagem resultante das visões não é das mais… cristãs. “Há experiências religiosas melhores e menos boas. Que mãe é que mostrava o inferno a crianças de 10 anos?! Acredito que há ali um núcleo de experiência religiosa. Com aspetos bons — elas viram a luz — e aspetos maus — o terror que pregam.” - Padre Anselmo Borges.
Mesmo adapt ando as visões de Lúcia, Jacinta e Francisco à realidade sociopolítica de 1917, o padre, que acaba de publicar “Francisco: Desafios à Igreja e ao Mundo”, livro onde endereça uma série de críticas ao interior da Igreja, a partir das posições do atual Papa, é reticente relativamente à cultura de castigo e sacrifício que emana de Fátima. E também não se coíbe de fazer menção aos “arranjos e rearranjos” que a narrativa do milagre sofreu com o tempo e pela mão de Lúcia-adulta: “Lentamente apareceu a Segunda Guerra Mundial, depois o comunismo.
Mesmo ada
Não percebo, por exemplo, porque é que em Fátima nunca houve também a condenação do nazismo“.
“A Primeira Guerra Mundial estava em curso, as crianças ouviam dizer que os soldados iam para a guerra, havia perseguição da Igreja por parte da Primeira República, e os pregadores aterrorizavam os fiéis com histórias de um Deus castigador, que devia ser compensado com penitências. Admiro a generosidade das crianças, que faziam sacrifícios pela conversão dos pecadores, mas o sacrifício pelo sacrifício não vale nada. Deus não quer que as pessoas vão a Fátima e andem ali a arrastar-se, não é isso que o Evangelho diz“, defende.
Pegando em “metanoia”, a palavra grega que dá origem ao conceito de penitência, traduz à letra e explica: “Fazer penitência é mudar de vida e de mentalidade, não é fazer sacrifícios físicos. O que é mais fácil? Andar de joelhos ou mudar de vida? Ser justo, estar interessado nos mais desgraçados — isso exige sacrifício. É isso que o Evangelho diz! E é esse o grande problema do papa Francisco: ele já se converteu ao Evangelho, agora é preciso que todos os padres e bispos se convertam também”.
"Agora vão canonizar os dois miúdos... todas as crianças são santas, porque são inocentes. Se for uma oportunidade para que se tome consciência disto, de que todas as crianças são santas e devem ser tratadas assim, então sou a favor. Se servir para acabar com o tráfico, a exploração sexual, a violência física e psicológica e a fome, que todos os dias mata no mundo mais de 10 mil crianças, sou a favor. Esse é que seria o verdadeiro milagre."
Padre Anselmo Borges, Sociedade Missionária Portuguesa
Exatamente pelo mesmo motivo de fundo, Anselmo Borges não é a favor da canonização de Jacinta e Francisco, o ponto alto da celebração do centenário. Mas também não se manifesta activamente contra: “Agora vão canonizar os dois miúdos… todas as crianças são santas, porque são inocentes. Se for uma oportunidade para que se tome consciência disto, de que todas as crianças são santas e devem ser tratadas assim, então sou a favor. Se servir para acabar com o tráfico, a exploração sexual, a violência física e psicológica e a fome, que todos os dias mata no mundo mais de 10 mil crianças, sou a favor. Esse é que seria o verdadeiro milagre”.
"A Senhora de Fátima é um mito, uma criação, não tem nada a ver com a mãe de Jesus, que é Maria”
Nasceu em 1937, duas décadas depois dos acontecimentos registados na Cova da Iria e outras tantas antes da expansão do santuário, hoje visitado por seis milhões de pessoas todos os anos. Garante que, na dúzia de anos que passou no seminário no Porto, em regime de internato, como na altura tinha de ser, nem por uma só vez ouviu falar em Nossa Senhora de Fátima. “E os últimos quatro anos foram só Teologia! Nunca nos falaram, nem a mim nem aos meus condiscípulos, em Fátima. Nem nas aulas, nem nas missas, nem nas devoções mais particulares. Entrei em 1950, fui ordenado em 1962” , conta Mário de Oliveira, 80 anos, dois livros anti-Fátima no currículo, padre sem paróqui a desde 1975.
"Percebi que aquelas pessoas nunca tinham ouvido falar em Maria, mãe de Jesus, só em Nossa Senhora de Fátima! Como não pude impedir essa devoção, em vez de ter ali as pessoas a dizer 50 ave marias, resolvi fazer diferente: rezava só um mistério, 10 ave marias, e todos os dias escrevia uma meditação. Foi em 1970. Na meditação de 12 para 13 de maio falei abertamente naqui lo que se fazia lá e nas promessas, nos rastejares, nos pagamentos: 'Vedes algum bispo lá de joelhos? A dar os anéis ou a puxar da bolsa? Então porque ides para lá vocês?!'"
Padre Mário de Oliveira, autor de "Fátima Nunca Mais" e "Fátima S.A."
Diz que foi em 1967, em plena guerra colonial na Guiné-Bissau, para onde foi enviado como capelão militar assim que fez 30 anos — “Cada batalhão levava um padre católico, no ano em que completássemos os 30 éramos chamados e tínhamos de ir, sob pena de sermos considerados refratários” — que conheceu os primeiros devotos de Fátima. Liderava espiritualmente um grupo bem heterogéneo: metade eram alentejanos, “que não queriam saber de missas para nada”, os restantes eram minhotos, ultra devotos que passavam a vida a fazer e a cumprir promessas e iam para as matas combater de terço ao pescoço. “Isso fez-me muita confusão, falavam de Fátima, atribuíam-lhe os tais milagres e as vitórias que tinham na guerra, pediam-me que lhes rezasse missas, para não morrerem em combate. Nunca o fiz: um padre é de toda a gente, eu era deles como era dos que eles combatiam, nunca podia rezar pela vida de uns se em causa estava a dos outros“. Quando voltou a Portugal, quatro meses depois (“Quando perceberam que tinham ali um padre que defendia o direito dos povos à liberdade e à independência dos povos, despacharam-me”), percebeu rapidamente que o culto que tinha descoberto na colónia estava ainda mais vivo na metrópole. Primeiro na paróqui a de Paredes de Viadores, no Marco de Canaveses, depois na de Macieira da Lixa, em Felgueiras, levou um banho de Fátima. “Faziam os cantares de Maio, as novenas, o rosário. Durante todo o mês, ao fim dos trabalhos nos campos, vinham rezar o terço à Igreja, cantar os cânticos e fazer uma meditaçãozinha — e os padres tinham de presidir a isso. Percebi que aquelas pessoas nunca tinham ouvido falar em Maria, mãe de Jesus, só em Nossa Senhora de Fátima! Como não pude impedir essa devoção, em vez de ter ali as pessoas a dizer 50 ave marias, resolvi fazer diferente: rezava só um mistério, 10 ave marias, e todos os dias escrevia uma meditação. Foi em 1970. Na meditação de 12 para 13 de Maio falei abertamente naqui lo que se fazia lá e nas promessas, nos rastejares, nos pagamentos: - ‘Vedes algum bispo lá de joelhos? A dar os anéis ou a puxar da bolsa? Então porque ides para lá vocês? Os sermões, em que também criticava recorrentemente a guerra colonial, valeram-lhe a presença de agentes da polícia política entre os fiéis e dois bilhetes de ida para Caxias — esteve detido pela PIDE, ao todo, durante 19 meses. Quando tudo acabou, padre sem paróqui a, decidiu tornar-se jornalista e mergulhar ainda mais a fundo nas questões da fé (e do resto) em Fátima. Autor de dois livros: “Fátima Nunca Mais” (1999) e “Fátima S.A.” (2015), Mário de Oliveira mantém: “A Senhora de Fátima é um mito, uma criação, não tem nada a ver com a mãe de Jesus, que é Maria. Não há nenhum teólogo católico de renome internacional que aceite as chamadas aparições, sejam as de Fátima, de Lurdes ou de Guadalupe. Dizem que não é uma expressão de fé mas de medo“. Mais do que apontar o dedo aos devotos ou aos videntes de Fátima, o padre acusa a Igreja Católica de alimentar a devoção, sem a enquadrar: “As pessoas estão em sofrimento e aqui lo é um ópiozinho. Sentem-se melhor enquanto lá estão, embora depois tenham de lá ir outra vez, tomar outra dose. São devoções de religiosidade popular do mais primitivo que há, precisam de ser evangelizadas. É criminoso da parte dos bispos — e do Papa, então, nem se fala! — que alimentem esta anestesia em vez de ajudarem as pessoas a resolver os seus problemas”.
"Se não é dogma, se não é uma verdade fundamental para se ser padre, se não faz parte da fé, por que motivo se lhe dá tanta importância? O tempo veio a revelar que aqui lo é a galinha dos ovos de ouro, no sentido não só do dinheiro mas também das multidões que ali se reúnem gratuitamente, da Igreja Católica e do Vaticano."
Padre Mário de Oliveira, autor de "Fátima Nunca Mais" e "Fátima S.A."
Já sobre os acontecimentos de 1917, Mário de Oliveira, cujo segundo livro é baseado na análise da Documentação Crítica de Fátima, entretanto recentemente disponibilizada, não tem dúvidas: “Aqui lo foi uma encenação, um teatrinho formado pelo clero de Ourém, com guião escrito pelo cónego Formigão, que andou um mês e meio em Lourdes a estudar como se faziam milagres e depois arranjou três atores, três crianças tenrinhas da mesma família que andavam naqueles ambientes de pregação de terror que havia na paróqui a de Fátima naquela altura. O clima, o ambiente, era tudo horrível. Os pregadores diziam que os pecadores iam todos para o inferno se não se arrependessem dos pecados — e depois diziam que era mais fácil encontrar um corvo branco do que um pecador ser salvo!Acredito que as crianças, neste ambiente e com a preocupação grande que tinham em agradar ao adulto, tenham acreditado. Coitada da Jacintita, que foi a mais impressionável dos três e não comia nem bebia pela conversão dos pecadores”.Apesar de garantir que sem o cónego Manuel Nunes Formigão Fátima nunca teria existido, Mário de Oliveira enquadra o que aconteceu depois num plano muito maior, de reação de uma Igreja acossada e “a perder clientela”, contra a Primeira República que a perseguia:
- “Se não é dogma, se não é uma verdade fundamental para se ser padre, se não faz parte da fé, por que motivo se lhe dá tanta importância? O tempo veio a revelar que aqui lo é a galinha dos ovos de ouro, no sentido não só do dinheiro mas também das multidões que ali se reúnem gratuitamente, da Igreja Católica e do Vaticano.”Profundamente crítico do fenómeno, levanta dúvidas sobre a veracidade de alguns documentos incluídos no processo do santuário, questiona acontecimentos — passados e actuais.
Como o 13 de Agosto, por exemplo:
- “Nesse mês o governador de Ourém fez um teste e levou as crianças para a sua casa no dia 13. Na Cova de Iria não houve nada, queriam matar o padre e tudo, que as deixou ir, mas se não havia atores, como é que podia haver teatro? A ‘aparição’ teve de ser adiada para 19, quando elas voltaram, porque a senhora não se deu ao trabalho de ir ter com elas a Ourém.
Curioso também é a Igreja, que como Agosto é o mês dos emigrantes andarem por aqui e pode lá cair muito dinheirinho em Fátima, ter posto a Peregrinação dos Emigrantes a 13. Que é um dia em que não houve nada”“Há pessoas que têm 40 vestidos ou blasers e nem um dão aos pobres — mas vão a Fátima”... Sem querer entrar em discussões sobre as diferenças significantes de “aparições” ou “visões”, nos planos religioso ou filosófico, mas entrando — e citando Sartre, Camus e Kant no processo –, D. Januário Torgal Ferreira encerra o assunto com vários “não sei”. Não sabe se aqui lo que aconteceu em Fátima em 1917 foi uma ou outra. Ou sequer aqui lo que aconteceu: “Não sei se acredito. Não tenho nada de me confessar publicamente. Uma coisa é Nossa Senhora narrada por Lúcia. Sigo mais a narrativa de São Lucas. Sei o que ela fez em Caná, quando o filho se perdeu, o que sofreu com saudades quando o filho andava a pregar, como subiu com ele o calvário”. - D. Januário Torgal Ferreira, bispo emérito das Forças Armadas.
O que atormenta o bispo emérito das Forças Armadas no que respeita a Fátima são outras coisas. Nomeadamente o facto de o fenómeno, assumidamente popular, nunca ter sido arrancado à incultura em que surgiu e devidamente enquadrado na doutrina da Igreja Católica: “Muita gente diz, quando volta de Fátima, que lá foi ver a santinha. Como?! Qual santinha?! Aqui lo é Nossa Senhora, está acima de todos os santos, é a mãe da Igreja! Isto não devia ser composto? Há muitas pessoas que até dizem que Nossa Senhora de Fátima é melhor do que a do Evangelho! Saberão que só há uma?!”Outro aspecto de que é crítico: a troca de favores que, a arrepio da verdadeira mensagem do fenómeno, que deveria ser de amor e mudança, o povo estabeleceu com e em Fátima. “A minha maior angústia é que as pessoas reduziram Fátima a um pedido salvacionista, mas não modificam a sua própria vida em Fátima. Os adúlteros vão amantizados para Fátima e voltam de Fátima amantizados. Os que defendem o capitalismo selvagem fazem o mesmo. Há pessoas que têm 40 vestidos ou blasers e nem um dão aos pobres — mas vão a Fátima. A mensagem de Fátima veio do Evangelho e devia fazer com que as pessoas mudassem de facto o próprio coração”, lamenta.
"Muita gente diz, quando volta de Fátima, que lá foi ver a santinha. Como?! Qual santinha?! Aqui lo é Nossa Senhora, está acima de todos os santos, é a mãe da Igreja! Isto não devia ser composto? Há muitas pessoas que até dizem que Nossa Senhora de Fátima é melhor do que a do Evangelho! Saberão que só há uma?!"
D. Januário Torgal Ferreira, bispo emérito das Forças Armadas
Faz o mesmo relativamente à cultura de sacrifício que decorre de toda a interpretação popular do fenómeno:
- “Respeito as pessoas que vão a Fátima de joelhos em sangue, mas o Deus em que eu acredito não quer o sangue de ninguém, basta-lhe a única cruz que o filho trouxe às costas."