sábado, março 28, 2015

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Deu-me um trabalhão a ensiná-lo... mas valeu a pena.



SALVATORE ADAMO - UNE MÈCHE DE CHEVEUX

Assim, com esta carinha de rapazinho, foi o cantor, ele e as suas canções, que fizeram as delícias da minha juventude - ainda consegue ser 3 anos  mais novo do que eu - as minhas e as das sopeiras todas lá do bairro... dizia-se com conotação depreciativa. Os cantores intelectuais não gostaram nada do seu sucesso. Mas estivemos muito acompanhados... ele vendeu 100 milhões de discos, albums e simgles.


Camada de Nervos - Mesa de Operações


Acabadinhos de desembarcar
Os Homenzinhos

Verdes




















Neste mundo do planeta Terra muitas pessoas se interrogam sobre a existência de seres extra terrenos que andarão por aí fazendo aparições de soslaio, furtivas, perante poucas testemunhas e sem deixarem rastos indesmentíveis da sua passagem.

Outras, têm uma crença visceral sobre a sua existência de tal forma que se associam em grupos organizados para a recolha e tratamento de todas as informações, especialmente aparições, sempre com a preocupação, dizem eles, de estudarem o fenómeno.

Contudo, sobre este assunto, a posição mais correcta e sensata é a agnóstica, de acordo com o pensamento de cientistas que dedicaram as suas vidas ao estudo dos astros como foi o caso de Carl Sagan, prematuramente falecido aos 62 anos, vítima de uma doença rara, e que sobre as visitas de extraterrestres dizia-nos o seguinte:

 Se nós mesmos estamos explorando o nosso sistema solar, se somos capazes, como somos, de enviar as nossas espaçonaves não apenas a outros planetas do nosso sistema solar como também para lá do nosso sistema solar, para as estrelas, então seguramente, outras civilizações, milhares ou milhões de anos mais avançadas que nós, devem ser capazes de alcançar a viagem espacial interestelar muito mais facilmente.

Contudo, eu certamente não excluiria a possibilidade de que a Terra está sendo ou já foi visitada. Mas precisamente porque está tanto em jogo, precisamos, porque esta é uma questão que engloba emoções poderosas, dos mais escrupulosos padrões de evidência”.

São estes os naturais cuidados de um cientista que, acima de tudo, coloca a honestidade e o rigor intelectual como pressupostos para abordar qualquer tema e este muito em especial pelas razões que ele próprio refere.

O cepticismo de Carl Sagan é uma exigência da sua inteligência, ele não se esquece que faz parte dessa grande família do Homo Sapiens e exactamente porque é “Sapiens” é que é céptico.

O cepticismo é, de resto, um apelo permanente à inteligência.

O cientista francês Henri Poincaré afirmou a este propósito o seguinte:

-“A credulidade é avassaladora e todos sabemos como a verdade é tantas vezes cruel e por isso nos perguntamos se a ilusão não é mais consoladora.

- Mas não é só porque a credulidade é avassaladora, é que o cepticismo é perigoso, desafia as instituições estabelecidas e se nas escolas ensinarmos os alunos a serem cépticos eles amanhã começarão a fazer perguntas difíceis sobre as instituições económicas, sociais, políticas e religiosas.”


Carl Sagan que passou grande parte da sua vida científica na procura da vida extraterrestre é o primeiro a afirmar:

-“Veja o tempo e o trabalho que eu teria economizado se eles andassem por cá mas quando reconhecemos alguma vulnerabilidade emocional sobre este assunto então temos que redobrar o nosso cepticismo porque é aí que podemos ser enganados”.

Em vida, por vezes, Carl Sagan recebia cartas de alguém que afirmava estar em contacto com um extraterrestre e que o convidava a perguntar-lhe “qualquer coisa”.

Para estes casos C. Sagan tinha já preparada uma lista de perguntas e como os extraterrestres são, obviamente, muito avançados ele questionava coisas como esta:

- Forneça uma prova curta do último teorema de Fermat (já foi resolvido mas por humanos) ou da conjectura de Goldbach e para melhor compreensão por parte do extraterrestre escrevia uma pequena equação com expoentes.

Claro que nunca recebeu qualquer resposta mas se perguntasse algo como “se os humanos devem ser bons” a resposta vinha logo pronta.

Em resumo:

- Qualquer pergunta vaga é respondida com muito prazer mas qualquer coisa de específico, em que haja a possibilidade de se descobrir se sabem alguma coisa, a resposta é sempre o silêncio.

Nestas coisas do cepticismo tem que se encontrar um ponto de equilíbrio porque estamos perante duas necessidades que conflituam uma com a outra:

- Por um lado, o escrutínio mais céptico das hipóteses que nos são oferecidas e pelo outro a necessidade de uma grande abertura a novas idéias.

São, portanto, duas modalidades de pensamento que convivem sobre uma certa tensão e não se pode exercitar só uma delas qualquer que ela seja.

Colocado “apenas” na modalidade do pensamento céptico iremos morrer como velhos excêntricos convencidos que o mundo está a ser governado por idiotas mas, se a nossa abertura de espírito chegar ao ponto da credulidade sem uma certa dose de cepticismo, então estaremos perdidos porque todas as idéias para nós serão boas sem que consigamos distingui-las em função do seu valor.

O sucesso da ciência depende, exactamente, da mistura que se fizer destas duas modalidades de pensamento e é nisso que os cientistas são bons.

Falam sozinhos, criam imensas idéias novas e criticam-nas sem piedade, sendo que, a maior parte delas nunca chega ao mundo exterior e as que conseguem passar pelos rigorosos filtros pessoais têm à sua espera a comunidade científica para as criticar.

Mas vejamos o que, no concreto, Carl Sagan pensava sobre a busca por sinais de rádio da vida inteligente extraterrestre:

- No começo dos anos sessenta os Russos deram uma entrevista em Moscovo para anunciarem que uma distante fonte de rádio, chamada CTA-102 estava variando senoidalmente (como uma onda de seno) com um período aproximadamente de 100 dias.

O porquê desta entrevista em Moscovo residiu no facto de estarem convencidos de que se tratava de uma civilização extraterrestre de enorme poder o que, afinal, não passava de uma “quasar” que ainda hoje não se sabe muito bem o que é mas uma civilização extraterrestre é que ninguém acredita que ela seja.

Logo, do ponto de vista científico, a hipótese extraterrestre é a última em que se pensa e só se todas as outras falharem.

- Outro exemplo:

- Em 1967 os cientistas britânicos encontraram uma fonte intensa de rádio próxima que flutuava num tempo mais curto, com um período constante de dez algarismos significativos.

O que seria? E a primeira ideia era de que se tratava de algo como uma mensagem que era emitida para nós ou uma baliza de navegação interestelar para naves espaciais que andam entre estrelas tendo mesmo, na Universidade de Cambridge, sido dado-lhe o nome de LGM-1, ou seja: Little Green Men, Os Homenzinhos Verdes.

Ao contrário dos Russos, foram mais cautelosos e não convocaram nenhuma entrevista para anunciar ao mundo a descoberta e fizeram bem porque não passava de uma “Pulsar”, a primeira Pulsar da nebulosa Caranguejo, e o que é uma Pulsar?

- Mais uma vez não se trata de nenhuma civilização extraterrestre mas de uma estrela encolhida ao tamanho de uma cidade que se mantêm coesa de maneira diferente de qualquer outra estrela, não pela pressão do gás, não pela degeneração dos eléctrodos mas por forças nucleares.

Frequentemente perguntavam a Carl Sagan se existia inteligência extraterrestre e ele dava a resposta habitual:

- De que há biliões de lugares no Universo e de que seria incrível que essa inteligência não existisse mas que não havia nenhuma evidência forte, até agora, a seu favor.

Depois, insistiam e voltavam a perguntar-lhe:

- Mas o que é que você acha de verdade?

- Ao que ele respondia: “ Mas eu acabei de dizer exactamente o que penso”.

- Sim, mas a sua intuição o que é que lhe diz e ele respondia:

- Mas eu tento não pensar com a minha intuição, não há nenhum problema de adiar a resposta até que as evidências cheguem.

- Eu acredito que em parte, muito do que empurra a ciência, é a sede de nos maravilharmos e isso constitui uma emoção poderosa sentida por todas as crianças.

Mais tarde, na última fase do ensino, o mesmo já não acontece e não será só por uma questão de puberdade mas tem a ver com a instrução que não só não ensina o cepticismo como também dá pouco incentivo a essa agitante sensação de nos maravilharmos.

E, finalmente, Carl Sagan, não deixava de se lamentar:

- Na América, todo o jornal diário tem uma coluna sobre astrologia mas sobre astronomia quantos têm, sequer, uma coluna semanal?

-Eu acredito que também seja culpa do sistema educacional.

Nós não ensinamos como pensar e essa é uma falha muito grave que pode até, num mundo equipado com 60.000 armas nucleares, comprometer o futuro da humanidade.

- Eu afirmo que há uma maravilha muito maior na ciência do que na pseudo ciência caso aquela fosse explicada ao indivíduo médio de uma maneira acessível e emocionante.

- Também aqui há um tipo de lei de Grecham que estabelece que na cultura popular a ciência ruim retira o espaço à boa e a comunidade científica tem muita responsabilidade por não fazer melhor um trabalho de popularização da ciência.

Obrigado, Carl Sagan, pela tua parte não podias ter feito mais nem melhor!


Frank Drake, um apaixonado pela astronomia, depois de tirar o seu Curso em Astronomia Óptica com uma especialização em Radioastronomia foi trabalhar para o Observatório Nacional de Radioastronomia dos EUA e apresentou, em 1961, aquilo que ficaria conhecido por Equação Drake.

Através dela pretendeu calcular o número de civilizações extraterrestres na nossa Galáxia com as quais poderemos entrar em contacto.

Feitas as contas dessa equação complicadíssima que nem me atrevo a transcrevê-la o resultado era do mais pessimista: 0,0000008.

Hoje, passados todos estes anos, com os avanços registados na ciência, existirão 170 planetas extra solares girando na órbita de 147 estrelas o que constitui uma considerável melhoria relativamente ao cálculo de Drake mas não o suficiente para deixarmos de ser agnósticos embora um pouco menos ignorantes do que em 1961.


Só podia ser um...












Uma mulher encontra uma Lâmpada de Aladin. Imediatamente a esfrega e, como um passe de mágica, sai um Génio.


A mulher olha o Génio e pede - lhe um desejo:

- Quero que meu marido só tenha olhos para mim,

- Que eu seja a única,

- Que tome seu café da manhã, almoce e jante sempre ao meu lado,

- Que me toque logo que se levante ,

- Que não me deixe nem para ir ao banheiro ,

- Que viaje sempre comigo,

- Que cuide de mim, me contemple,

- Que se me afaste um segundo, se desespere, e me diga a falta que lhe faço,

- Que nunca me deixe só e me leve a todas partes com ele.... e   zzzasssss.... !!! 

Foi transformada num telemóvel.


O suor escorrendo pela testa: era um desparrame de mulher.
TOCAIA GRANDE
(Jorge Amado)

Episódio Nº 209

















Contratado com frequência, assim como os demais mestres pedreiros e carpinas, para construir benfeitorias nas fazendas, Bastião da Rosa pouco parava em Tocaia Grande, fazia meses que não via a filha de Ambrósio.

Recordava-se da moleca calada e magricela, as tranças penduradas, correndo picula com os meninos, vendendo na feira ao lado dos pais e dos irmãos.

Não podia ser a mesma que ele enxergava em sua frente, o busto erguido, a saia arregaçada, cavoucando a terra com a enxada, o suor escorrendo pela testa: essa era um desparrame de mulher: nova, viçosa e tão bonita, com que se parecia? Com as verdejantes plantações de mandioca.

Antes, o mato crescia ressequido na capoeira, chão de espinhos e de cobras. Com a vinda dos sergipanos floresciam roçados de feijão, campos de milho e mandioca, latadas de maxixe e de chuchu. Tudo se transformara. Não apenas a terra, também o povo.

Jãozé, Dinorá e o filho que por pouco não morrera no caminho.

O sombrio Agnaldo e sua mulher Lia: chegara prenha, botando os bofes pela boca. Aurélio e Nando, sem falar no casal de velhos, batidos e humilhados. Os corumbas enxotados de Maroim remanesciam grapiúnas, uns porretas no trabalho.

A criança que Lia desovara nas mãos de Coroca, a primeira a nascer em Tocaia Grande, era um bitelo.

Ambrósio e José dos Santos detalhavam planos para a casa de farinha, Lupiscínio escutava e discutia. Bastião da Rosa fazia menção, os olhos na moça debruçada sobre a terra, iluminada de sol, o rosto de santa, um corpo de rainha: com aquela, sim, valia a pena se amigar.

7

Com Castor Abduim não se passou assim, tão de repente, nem por isso a surpresa e o sobressalto foram menores. A revelação se deu alguns dias após a mudança da família do capitão Natário da Fonseca para a residência construída no alto da colina: a principal de Tocaia Grande pelo tamanho, pelo conforto e pela situação.

Carregando um boca-pio na cabeça, Diva galgava a subida, íngreme porém bem calçada de pedregulhos para permitir o passo das alimárias mesmo na estação das chuvas. Em troca seria fácil fechar-lhe o acesso aos estranhos, bastava colocar um homem de carabina em punho em qualquer das viradas da rampa tortuosa.

 Por casualidade, passando em direcção do rio, ele a viu subindo e espantado se deteve: simplesmente não podia ser Diva, recusava- se a crer nos próprios olhos. Mas era Diva, sim, não era outra: tendo parado a ajeitar a cesta, ela o percebera embaixo a espiar, boquiaberto: sob a saia apareciam as coxas nuas.

sexta-feira, março 27, 2015

Isto é talento...


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Ele é rigoroso no cumprimento das recomendações do médico...



Roberta Flack & Peabo Bryson - Tonight Celebrate My Love


Um hino à qualidade e ao bom gosto...


Mixórdia de Temáticas -  Nova e Moderna Estupidez


Mais de 35%

de eficiência…











Almada Negreiros dizia que “um povo completo tem todas as qualidades e todos os defeitos.

 - Coragem, portugueses, já só vos faltam as qualidades!”

Esta imagem corresponde bastante ao que pensamos de nós mesmos. Alimentamos, de resto, o gosto da auto-crítica, temos prazer em dizer mal do nosso país e dos seus habitantes. Não há nada que mais entusiasme um português que dizer mal do seu vizinho.

A auto-estima dos portugueses é baixa e isso afecta-os na confiança, dificulta-lhes o futuro. Na verdade, colectivamente, somos pró fracalhote por falta de uma tradição de bons exemplos da parte das classes nobres, mandantes e poderosas deste país, desde sempre.

Educa-se pela palavra mas sem exemplo adianta pouco… O trabalho como método de enriquecimento é fundamental em substituição da “esperteza saloia” tão caracteristicamente nacional.

As energias e as vitalidades têm que ser educadas ou, se quiserem, encaminhadas por quem tem responsabilidades na condução do país aos mais variados níveis, para servirem correctamente os interesses dos próprios e os da comunidade em reciprocidade.

Casos isolados de coragem, confiança, espírito vencedor são, isso mesmo, sucessos individuais que tanto jeito tem dado ao país nestes últimos anos.

Mas senão cultivarmos valores de ética, cidadania e de respeito pelo colectivo, a tendência irá noutro sentido e tornar-se-á padrão na sociedade: o “chico espertismo”, a técnica do desenrascanso - "essa inefável qualidade que os lusitanos espalharam pelo mundo."

Não basta ficarmo-nos pelo que é legal. Os maiores crimes contra os interesses do país cometeram-se em aparentes legalidades e daí a dificuldade da justiça condenar os prevaricadores e, também por isso, os processos se arrastam e raramente resultam em condenações em conformidade com os delitos, muitas vezes multas ridículas.

A Justiça é a pedra basilar de uma sociedade porque prevaricadores sempre os houve e há-de haver em todas as sociedades e as pessoas sabem que é assim. A diferença de umas para outras está na eficiência e celeridade com que a justiça actua.

Os cidadãos aguardam esses sinais e se eles não aparecem sobra a descrença, o desalento e a sociedade, o colectivo, começa a pensar mal de si próprio.

O Estado português conseguiu no ano de 2013 cobrar receitas mais de 35% superiores às do ano anterior, coisa nunca atingida em nenhum outro país, autêntico recorde, sendo que, cobrança de impostos é, efectivamente, uma das obrigações dos Estados, desde sempre.

Parece que pelo meio houve um perdão fiscal… mas recordes são recordes.

Suponham agora que o mesmo Estado, que foi 35% mais eficiente na cobrança de impostos, era também 35% mais eficiente na aplicação da justiça?

Eu, como português, ter-me-ia sentido muito orgulhoso por essa eficiência acrescida de 35%. Agora, na cobrança de impostos, mesmo que em parte tenha a ver com aqueles que deviam pagar e não pagavam, caloteiros que andavam fugidos, tresmalhados, mesmo assim só significa que o Estado enlouqueceu em ir-nos aos bolsos.

Eu e os meus colegas reformados e funcionário do Estado somos vítimas predilectas porque nem temos, sequer, oportunidade de os pagar. É tudo descontado no recibo de pagamento, umas vezes explicado, outras esquecido.

Mas não há surpresa. O ministro das Finanças, o que se foi embora escrevendo uma carta em que reconhecia ter falhado, ameaçou logo na entrada em funções, que íamos ser sujeitos a um enorme aumento de impostos.

Vejamos um caso concreto, o meu. Em 2000, quando me reformei, foi-me atribuída uma pensão anual de 36.786.73. Reparem que eu digo atribuída e não dada porque, se falamos em dar depois falamos em tirar e daí a roubar é um pequeno passo como se demonstra nas manifestações.

Pois bem, fazendo fé na importância do que me foi entregue neste 1ª mês de Janeiro e multiplicando por 12 meses,  verifico que mais de 45% já lá vai… mas, sabendo nós, que vamos descontar mais 1,5% para o sistema de Saúde começamos a aproximar-mo-nos da metade para eles, metade para mim..

Chegados aqui, uma pergunta se pode fazer:

 - O meu país alguma vez produziu riqueza que lhe permitisse pagar no futuro a pensão que me foi atribuída no Ano 2000?

- Não terá sido tudo isto uma ficção, um desejo de voar alto, o alimentar de um sonho bom com muita má gestão, demagogia e alguma roubalheira à mistura?

Pessoalmente não me queixo. Seria injusto para com tantos concidadãos meus, da minha geração, que também trabalharam uma vida inteira para o Estado e sobrevivem com muito menos.

Para se queixar, de resto, temos o nosso Presidente da República que trocou o seu ordenado pela reforma de 10.000 euros, que lhe é superior, e em Janeiro de 2012 dizia no Porto numa entrevista:

 - “Tudo somado, quase de certeza que não vai chegar para pagar as minhas despesas porque, como sabe, eu não recebo salário como PR.”  

Com governos como estes, que nos trouxeram aonde estamos e Presidentes “solidários” como Cavaco, os portugueses, ordeiros, que não incendeiam carros nas ruas nem partem montras, podem gabar-se de ser um povo maduro, uma verdadeira pátria a merecer o respeito e a confiança dos credores.


Nota - A cobrança de impostos ganha cada vez mais foros de "saque" de impostos e numa velha tradição que vem de trás, a entidade tributária não é justa nem honesta para com os contribuintes. Injusta e prepotente sem respeito pelos cidadãos  demonstrando uma ganância por dinheiro que chega a inquietar. A isto não se pode chamar cobrança de impostos eficaz. Não é uma questão quantitativa, é uma questão de ser justa, como muito bem chamou a atenção a anterior ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite.

A VELHICE















O médico atende o paciente idoso e milionário, que 

estava a usar um revolucionário aparelho de audição, e 

pergunta:

- E então, Sr. Almeida, está a gostar do aparelho?

- É muito bom! Respondeu o velhinho.

- E a família gostou? ? Pergunta o médico.

- Não contei a ninguém ainda... Mas já mudei o meu 

testamento três vezes!

A fidalga não era mais cabaço...
TOCAIA GRANDE
(Jorge Amado)

Epidódio Nº 208


















Tocaia Grande não passava de um ponto de pernoite de tropeiros quando para ali ele viera, contratado para construir, em regime de empreitada e de sociedade com Lupiscínio, a casa de madeira do Turco Fadul Abdala que resolvera aposentar a mala de mascate.

Tendo se dado bem, ficara em definitivo, gostava do lugar. Detendo-se em constantes temporadas nas fazendas próximas, contratado para levantar barcaças, cochos e estufas, deixara crescer bigode e barba, podia passar por gringo se quisesse, bastava engrolar a língua.

Em Tocaia Grande empatava com Tição no favor das putas. Transcorria porém o tempo e Bastião da Rosa continuava solteiro, nem mesmo pensara em amigar-se apesar de não ter faltado quem se insinuasse, inclusive Maria Beatriz Morgado, prima pobre de dona Carmem Morgado de Assis Godinho e, por afinidade, do coronel Enoch de Assis Godinho - pobre porém fidalga.

Bastião demorara-se na Fazenda Godinho, mestre-deobras à frente da reforma da casa-grande, e por desfastio passara nos peitos dona Maria Beatriz: a fidalga não era mais cabaço, o primo rico colhera-o também por desfastio.

Não fosse assim e a prima pobre, já trintona, ostentando um buço respeitável, sobraria intacta para os vermes.

Enrabichada, a dona quis abandonar a cama e a comida que os primos lhe forneciam por caridade - em troca ela se ocupava na arrumação da casa, fiscalizava o trabalho das criadas e cuidava dos meninos - para ir viver com Bastião sem exigir sequer papel passado, nem dar satisfação aos preconceitos, à jactância, às merdices dos Morgados e Godinhos.

Bastião da Rosa desconversou, tirou o corpo fora, não desejava apodrecer numa encruzilhada, vítima de tocaia, por causa de mulher.

Atravessara o rio em companhia de Guido, atendendo convite do velho Ambrósio e de José dos Santos para discutir sobre a construção de uma casa de farinha: não reconheceu Diva ao encontrá-la cavoucando a terra, enxada em punho.

Pensou que se tratasse de uma das filhas de José dos Santos. Eram três, valendo cada uma delas por um homem disposto no trabalho; duas ainda bem modernas e uma mais idosa, cega de um olho, Ricardina.

Nem por isso deixava de encontrar quem a quisesse: havia sido vista aos trancos e barrancos com Dodô Peroba, um tipo meio pancada que viera parar naquelas bandas ninguém sabe como nem por quê. Somente pelos passarinhos não podia ser.

 Encomendara uma cadeira de barbeiro a Lupiscínio, no fiado, para pagar quando pudesse: dedicava-se a cortar cabelo e a fazer barba. Segundo o capitão Natário da Fonseca, que se tomara seu freguês, a cadeira de barbeiro de Dodô Peroba era uma prova a mais de evidência alvissareira: Tocaia Grande ganhava foros de povoação adiantada.


Os Aviões têm as asas largas
Os Aviões Têm as Asas 

Largas












Estamos todos preocupados com a mecânica dos aviões, se são velhos ou novos, se a manutenção é ou não bem feita e, afinal, não nos apercebemos que os tempos hoje são outros e os receios devem ser alargados a outras componentes que não apenas o material.

Não aprendemos com os desastres dos automóveis nas estradas por esse mundo fora, mais numas que noutras, responsáveis por um número de vítimas, entre mortos e feridos, que equivalem às baixas de uma guerra que não tem tréguas.

Todos nós que temos uma carta de condução ou, simplesmente andamos a pé pelas cidades onde vivemos, somos testemunhas que mais vítimas ainda poderiam existir se as leis do acaso não nos protegessem a nós e aos condutores suicidas, irresponsáveis, autênticos kamikazes da condução.

Coitados dos automóveis, que culpa têm eles se quem os conduz os transforma em armas de arremesso, “objectos perigosos não identificados como tal” disfarçados em meios de transporte?

Por que é que esta volúpia assassina não haveria de chegar aos aviões comerciais que transportam centenas de inocentes passageiros?

Em relativo pouco tempo tivemos o Voo 470 das Linhas Aéreas de Moçambique, em fins de 2013, cujo piloto, Hermínio dos Santos Fernandes, “teve a intenção clara” de derrubar a aeronave com 33 pessoas a bordo.

O avião da Malásia que há cerca de um ano mudou de rumo e desapareceu, provavelmente afundado nas águas do Oceano, levando consigo 162 pessoas por motivos que se presumem estar relacionados com a situação do comandante confrontado com o pagamento de uma dívida de jogo incomportável que o esperava no fim da viajem.

Agora, o A 320 que foi atirado contra uma montanha por um jovem piloto de 28 anos ao que, já vão dizendo, sofrendo de uma depressão relacionada com um desgosto de amor, arrastou para a morte 150 pessoas.

Ao todo, foram 345 pessoas vítimas de Kamikazes que não mataram por amor à pátria, por devoção a um deus menor, como nas Torres Gémeas, mas apenas porque tinham graves problemas nas suas vidas pessoais que levaram a distúrbios psicológicos profundos.

A partir deste momento os mais receosos que embarcavam olhando para o avião com desconfiança pensando se ele estava nas devidas condições, vão agora pretender também observar os pilotos para tentarem perceber, pela cara, se eles são fiáveis. Por outras palavras, se eles estão bons da cabeça...

Dizia o nosso amigo Pina no programa de ontem na televisão onde colabora, no seu conhecido estilo de galhofa, que os Bilhetes de avião deviam passar a ter inseridos as fotografias dos respectivos pilotos...

As Companhias reagiram de imediato e passaram a tornar obrigatório o que já era uma recomendação, a presença permanente de uma segunda pessoa dentro do Cokpit.

Medida óbvia que representa mais uma preocupação do que um encargo que, a haver, será perfeitamente suportável e que já devia ter sido antecipado especialmente a partir do momento em que por questões de segurança as portas das cabines dos aviadores se puderam passar a bloquear por dentro.

Mas não só, estes três casos mencionados revelam a necessidade destas pessoas terem uma vida normal, equilibrada e, por esta razão, devem ser acompanhados.

Não faz sentido que o comandante de um avião destes possa ser um jogador e, como tal, acumular dívidas que o levem ao desespero.

As companhias de aviação não devem alhear-se da vida pessoal destes seus profissionais pelas graves implicações que delas pode resultar como mostram estes três casos que aconteceram em relativo pouco tempo.

Lembro o já falecido Eusébio que tinha um medo pavoroso de andar de avião. Passaria, agora, a ter também medo dos pilotos.

quinta-feira, março 26, 2015

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Cuidado comigo, não estou nada bem disposta. Não viram que parti a minha boneca?



Martinho Da Vila & Katia Guerreira - Dar e Receber


Quais divórcios
Quais carapuças!...














Marido e mulher estão a jantar num belo restaurante quando entra uma rapariga absolutamente fantástica, que se dirige à mesa deles, dá um beijo apaixonado ao marido, diz:

- Vemo-nos mais tarde... - E vai-se embora.

A mulher, furiosa, fita o marido e pergunta:

- Quem diabo era aquela?

– Oh – responde o marido, – é a minha amante.

- Ah é? Pois esta foi a última gota de água! - Diz a mulher.


- Para mim chega! Quero o divórcio!

– Compreendo – responde o marido, – mas lembra-te, se nos divorciarmos acabam-se as compras em Paris, os Invernos na República Dominicana, os Verões em Itália, os Porsches e os Ferraris na garagem e o Iate. Mas, enfim... a decisão é tua.

Nesse momento entra um amigo comum no restaurante com uma loura estonteante pelo braço.

- Quem é aquela mulher que entrou com o Bernardo? - Pergunta ela.

- É a amante dele! - Responde o marido.


- A nossa é mais bonita! - Responde a mulher...

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