sábado, março 29, 2014


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A grande pescaria....



AVÉ MARIA - KIMI SKOTA (da África do Sul)


Um diamante negro como lhe chamou André Rieu


GAROTO DE

 PROGRAMA

DA 3ª IDADE






Sou um simpático senhor. Como tenho algumas horas livres com insónias pela madrugada e precisando de ganhar uns extras, resolvi também, ser um “velhinho de programa”.

 - Sou idoso charmoso com lindos olhos meio castanhos (pouco cobertos com cataratas).

 - Cabelos loiros (só dos lados)

 - Atlético (sou adepto, torcedor)

 - Estou curado (das doenças que tive)

 - Minhas medidas: Um metro e noventa (sendo um de altura e mais ou menos noventa de largura)

 - Se precisar atendo em hotéis, residências, elevadores panorâmicos, etc…)

 -  Só não atendo em “drive-in” por causa de dores na coluna, Lordose e Hérnnia de CD porque a de Disco já quebrou…

 - Na cama, dou sempre 3… 3 Opções Sexuais para a parceira: - Mole, Dobrado e Enroladinho.

 - Como fetiche posso usar toucas de lã, pantufas e cachecóis coloridos.

 - Outra Graaaaaande Vantagem: Já tenho Parkinson o que ajuda muito nos preleminares…


 - Além disso Total Descrição… pois o Alzheimar  faz-me esquecer tudo o que fiz na noite anterior…

HÁ VIDA DEPOIS

DA MORTE?
















Mark Twain, considerado por William Faulkner, o primeiro escritor verdadeiramente americano, dizia:


«Não tenho medo da morte. Estive morto durante milhões e milhões de anos antes de nascer e não senti o mais pequeno incómodo por isso».

Richard Dawkins disse precisamente o mesmo mas de uma forma mais elaborada que vale a pena reescrever:

«A vida é uma extraordinária oportunidade e eu que vou morrer considero-me bafejado pela sorte porque a maior parte das pessoas nunca vai morrer porque nunca vai chegar a nascer.

…Como poderemos nós, então, os poucos privilegiados, que contra todas as probabilidades, ganhamos a lotaria do nascimento, atrever-mos a queixar-nos do nosso inevitável regresso a esse estado anterior do qual a vasta maioria nunca despertou?».

Há uns meses, para me poupar a um desagradável exame, submeti-me a uma anestesia geral e quando, deitado na marquesa aguardava a injecção da anestesia, pensei que me ia sujeitar a uma simulação da morte.

Acordado, mais tarde, pensei que ter estado desligado da vida pouco mais de uma hora ou o resto da eternidade, teria sido precisamente o mesmo: o vazio total e, afinal, sem nenhum custo, dor ou sacrifício, nada…

Contudo, as sondagens vão no sentido de que aproximadamente 95% das pessoas acreditam que vão sobreviver à própria morte.

Quase tenho vontade de dizer que os homens vivem durante tantos anos que se habituam a estar vivos e depois não querem morrer.

Claro que a natureza dotou os animais e naturalmente o homem também, do instinto da sobrevivência, fonte de vida, mas para quê estar vivo durante tantos anos depois da fase de procriação?

O arquitecto Niemeyer, nascido em 1907, faleceu há poucos meses e o mesmo acontece com o nosso Manuel de Oliveira, este ainda a trabalhar com 104 anos.


São exemplos relativamente aos quais me apetece dizer que deviam ficar cá para sempre, mas a maioria esmagadora dos nossos velhos limita-se a aguardar a morte, sentados por aí nos bancos dos jardins, muitos deles com vidas prolongadas pelo Serviço Nacional de Saúde.

O meu vizinho do 5º Esq. que lá vai suportando os seus noventa anos com a ajuda da bengala e quase sem ver nada, tendo por companhia a solidão, as dores e os desgostos da vida, desabafou comigo aqui há dias à entrada do elevador:


- “O dia em que morrer vai ser o mais feliz da minha vida…”.

Mas a natureza sabe o que faz e não é por acaso que após a idade de procriar continuamos a poder viver mais do  dobro dos anos. As nossas crianças não só precisam dos pais como, igualmente, precisam dos avós, pessoas mais disponíveis que os pais para os proteger e ensinar assegurando-lhes uma melhor oportunidade para serem adultos mais preparados.

Mas querer estar vivo é uma coisa, continuar a viver depois de morrer é outra…

Bertrand Russel, no seu ensaio de 1925 “What I Believe” escrevia:

- “Acredito que quando morrer vou apodrecer e nada do meu ego irá sobreviver. Não sou jovem e amo a vida mas desdenharia tremer de medo ante a perspectiva da aniquilação.

Apesar de tudo, a felicidade só é verdadeiramente felicidade porque tem que ter um fim, do mesmo modo que o pensamento ou o amor não valem menos por não serem eternos.

Muitos foram aqueles que pisaram o cadafalso com orgulho; esse mesmo orgulho deveria, por certo, ensinar-nos a pensar, verdadeiramente, o lugar que o homem ocupa no mundo”.

Para quem teme a morte, acreditar que tem uma alma imortal pode ser consolador – a menos, evidentemente, que esteja convencido que vai para o inferno ou para o purgatório.

As falsas crenças podem ser tão consoladoras como as verdadeiras, até ao momento do desengano. Se um médico mente ao doente dizendo-lhe que ele está curado o consolo é idêntico ao de outro homem a quem seja dito, com verdade, que ele está curado.

A mentira do médico só é eficaz até os sintomas se tornarem inequívocos mas um crente na vida depois da morte nunca poderá, em última análise, ser desenganado.

As pessoas religiosas que dizem acreditar na vida depois da morte se fossem realmente sinceras deveriam reagir como o abade Ampleforth, quando o cardeal Basil Hume lhe disse que estava a morrer:

“Parabéns! Que bela notícia. Quem me dera ir com ir com Vossa Eminência”.

Este abade era um verdadeiro crente mas é exactamente por esta história ser tão rara e inesperada que prende a atenção e quase diverte.

Por que razão todos os cristãos e muçulmanos não dizem a mesma coisa ou algo parecido?

Quando um médico diz a uma mulher devota que não lhe restam senão alguns meses de vida por que razão não sorri ela, emocionada, como se tivesse ganho umas férias nas Seychelles?

Por que razão é que os amigos e familiares, crentes como ela, não a sobrecarregam de mensagens para os que já partiram? -  Dá lá saudades ao tio Alberto quando o vires….

Por que não falam assim as pessoas religiosas na presença dos que estão à beira da morte?

Será que não acreditam em todas as coisas em que era presumível acreditarem?

Ou talvez acreditem mas têm medo do “processo” de morrer que pode ser doloroso e desagradável com a agravante de que, ao contrário de todos os outros animais, não podem ir ao veterinário pedir uma morte indolor.

E, neste caso, por que são as pessoas religiosas as mais ferozes opositores à eutanásia e ao suicídio medicamente assistido?

Não seria de esperar que as pessoas mais religiosas fossem menos inclinadas a agarrarem-se despudoradamente à vida seguindo o exemplo do abade Ampleforth?

A razão oficial é de que provocar a morte é sempre pecado mas por quê considerar isso pecado se se acredita sinceramente que se está desse modo a acelerar uma ida para o céu?

Para quem crê numa vida depois da morte, morrer é apenas a transição de uma vida para outra vida e, sendo assim, se ela for dolorosa porquê prescindir da anestesia quando não se prescinde dela para tirar o apêndice?

Daqueles que vêm na morte não uma transição mas sim o fim é que se poderia, francamente, esperar resistência à eutanásia e ao suicídio medicamente assistido, no entanto, são esses que são a favor.

Uma enfermeira com longos anos de trabalho à frente de um lar de idosos pôde verificar que as pessoas religiosas eram as que tinham mais medo da morte.

Se este comportamento for comprovado estatisticamente poder-se-á perguntar, afinal, qual o poder da religião como reconforto na hora da morte?

No caso dos católicos será o medo do purgatório, uma espécie de Ellis Island (um dos principais pontos de entrada dos emigrante para os EUA) divino, uma antecâmara para onde vão as almas se os seus pecados não são suficientemente graves para as lançarem logo no inferno mas, por outro lado, precisam ainda de alguma reciclagem antes de poderem ser admitidas no céu.

Na Idade Média a Igreja dava indulgências a troco de dinheiro o que, na prática, significava menos dias de purgatório antes de entrar no céu.


Nesta história da morte, as Agências Funerárias parecem-me ser as únicas que lucram honestamente...

Low Cost - Camada de Nervos


Sketch escrito por Suzana Verde/ Joana Pais de Brito, Manuel Sá Pessoa e Susana Blazer.


Não ia casar com um qualquer, ela, neta de barão...
OS VELHOS

MARINHEIROS

Episódio Nº 42











Numa valsa fatal, a desilusão. Saíra dançando com Madalena e, conversa vai, conversa vem, falaram de noivado e casamento a propósito de outra moça.

Madalena revelou-lhe sua única exigência a quem quisesse levar-lhe a caixa de ossos ao altar: um título ou uma patente. Não exigia títulos nobiliárquicos, se bem, evidentemente, um conde ou um marquês ou um barão seria o ideal, agora difícil com a República, a traição miserável feita ao pobre Imperador, amigo de seu avô com quem até se correspondia.

Referia-se a títulos republicanos, universitários, carta de doutor, patente de oficial do Exército ou da Marinha. Não ia casar com um qualquer, ela, neta de barão, filha de desembargador, para ser a esposa humilhada de um “seu” Fulano de Tal, de um “seu” Beltrano, de um “seu” Sicrano.

Queria ser a Senhora Doutor ou Capitão ou Comandante, não lhe importava tanto o dinheiro e, sim, a família, o nome. Disso fazia questão.

Vasco perdeu o pé, errou o passo, empalideceu e murchou. Puxara a conversa para aquele assunto na intenção de insinuar-se e a enfatuada magricela atirara-lhe logo em rosto sua condição de “um qualquer”, um daqueles “seu” fulano de quem ela falava numa voz de sumo desprezo.

Não chegara sequer a situar-se candidato, encabulou, entupiu, arrastou-se silencioso até os últimos acordes. Cresceu sua tristeza.

Porque sua tristeza tinha como causa única e exclusiva o fato de não possuir um título a preceder-lhe o nome. Por que não singrava de vez à conquista de Dorothy, ligada a Roberto apenas pelo dinheiro que ele lhe dava?

Muito mais dinheiro podia Vasco garantir-lhe, outro conforto, casa própria, além de uma vida contente, com festas, passeios, noitadas, champanhe. Sem falar no horror de ter de suportar um suíno como Roberto a fuçar-lhe o cangote, a apertá-la contra si, a espojar-se na cama.

E por Dorothy suspirava Vasco, por ela pulsava aflito seu coração e à noite imaginava-a nua, os seios túmidos, as rígidas coxas, a redonda bunda, o ventre de veludo. Por que não a arrancava então dos braços de Roberto? Medo? Sim, medo de Roberto.

Não medo físico, mas temia suas banhas, e homem que bate em mulher é sempre covarde, incapaz de enfrentar outro homem. E quem se atreveria a enfrentar Vasco Moscoso de Aragão, amigo do doutor Jerónimo, mandando na polícia, com soldados e marinheiros às suas ordens, se o quisesse? Era só dar uma palavra ao coronel e ao comandante.

Era outra forma de medo, nascida do respeito do comerciante pelo doutor, com curso de Faculdade, canudo de médico, anel de grau, defesa de tese.

Jamais pudera Vasco vencer a distância a separá-lo dos doutores. Ficava humilde ante eles, não era seu igual.

Essa a procurada causa daquela expressão melancólica, da permanente mágoa a roer-lhe a alegria e a inquietar seus amigos. Para Vasco, os homens com um título ou uma patente formavam casta à parte, situavam-se acima dos outros mortais, eram seres superiores.

Vasco sentia sua inferioridade a cada momento. Quando entrava na Pensão Monte Cario e Carol saudava-o com ternura: “seu Aragãozinho”, após ter dito coronel, doutor, comandante, tenente aos outros quatro.

Quando uma nova mulher era descoberta e incorporada à roda, na mesa de um cabaré ou na sala clandestina de um castelo, e, ao informar-se da condição dos demais, perguntava por seu título ou propunha-se a adivinhá-lo:

- Deixe que eu adivinho. O senhor é major, sou capaz de jurar.

Quando no palanque governamental, eram apresentados pelo chefe do Estado a uma personalidade e após as sílabas sonoras dos títulos proclamados, chegava sua vez:

- Seu Vasco Moscoso de Aragão, grande comerciante da praça. 

sexta-feira, março 28, 2014

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 Castelo de São Jorge, em Lisboa, com o casario à volta.



SALVATORE ADAMO - UNE MÈCHE DE CHEVEUX

Assim, com esta carinha de rapazinho, foi o cantor, ele e as suas canções, que fizeram as minhas delícias da juventude - ainda consegue ser 3 anos  mais novo do que eu - e as delícias das sopeiras todas lá do meu bairro... dizia-se com conotação depreciativa. Os cantores intelectuais não gostaram nada do seu sucesso. Mas estivemos muito acompanhados... ele vendeu 100 milhões de discos, albums e simgles.

Professor João César das Neves
As Crenças e o 

Prof. João César das Neves







Há anos transcrevi neste blog trechos do livro de Richard Dawkins “A Desilusão de Deus” e fi-lo porque o autor é um dos mais eminentes cientistas e intelectual dos nossos dias e nessa qualidade teve a coragem de se afirmar como ateu e explicar porque somos religiosos e como as religiões se constituíram ao longo dos séculos em factores de ódio, violência, sofrimento, guerras e mortes para além de terem funcionado como grilhetas que aprisionaram o pensamento impedindo que ele se desenvolvesse e expressasse em liberdade.

Outra razão porque o fiz é que eu sinto e penso como Richard Dawkins

A nossa sociedade é tradicionalmente católica e embora se perceba a importância cada vez maior do consumismo e das naturais preocupações da juventude com o seu futuro profissional, não a vemos deslocar-se em massa para os locais de culto em busca da ajuda divina.

Mas continua a haver pudor em abordar este tema porque, dizem, tem a ver com algo que as pessoas sentem como sagrado e mesmo que não sejam crentes respeitam-no, omitem-no, se é que não o temem.

Que as televisões passem com regularidade missas em canais abertos e generalistas e outros programas que contribuem para estimular e desenvolver a fé religiosa, para além de reportagens em que durante horas são trazidas até às nossas casas as peregrinações e as procissões da Nossa Senhora de Fátima, - nas quais em jovem também participei -  parece não levantar nenhum tipo de reacção, mesmo que nos sintamos chocados pelo espectáculo deprimente dado pelas pessoas que se arrastam de joelhos no santuário da Cova da Iria, ou se deslocam pelas bermas das estradas, cansadas, com os pés cheios de bolhas mas com aquele ar estranhamente feliz no cumprimento de promessas.

No entanto, se Richard Dawkins, aparecesse, clandestinamente, num desses canais numa prelecção em que expusesse às pessoas o seu ponto de vista acerca das religiões e de uma maneira geral sobre as crenças religiosas teríamos, muito provavelmente, a emissão cortada por um qualquer motivo de natureza técnica e no dia seguinte a Direcção da RTP e o Ministro da Tutela estariam todos à procura de novo emprego, (palavra de Paulo Portas…) apesar de ele ser considerado um dos três mais brilhantes intelectuais da actualidade e o seu livro ter tido quatro edições em 6 meses e vendido nesse período de tempo, mais de um milhão de exemplares.

Nasci e fui educado no seio de uma família católica e durante a minha juventude passei, como aluno em regime de semi-internato, por um colégio de Jesuítas e essa passagem, embora longínqua, tenho-a bem presente na minha memória.

Pela vida fora o “remoer” dessa experiência e tudo o resto que fui aprendendo foi fazendo com que a religião perdesse sentido e significado, não obstante a força, reconheço, com que me chegou inserida na herança cultural que meus pais, avós, restante família, professores e toda a sociedade me transmitiram.

Agradeço a R. Dawkins o seu livro, cuja leitura recomendo, e que me ajudou a perceber aspectos essenciais do fenómeno da crença que está na base de todas as religiões e que não se coadunava com a lógica da evolução, a qual, através de fenómenos de selecção natural, deveria eliminar os comportamentos que são contrários aos interesses da espécie no que respeita à sua sobrevivência.

Fiquei a saber porque é que o homem nasceu para acreditar e não para ser religioso. Acreditar naquilo que os seus pais, chefes e pessoas mais velhas lhes diziam para eles fazerem ou não fazerem evitando que aprendessem exclusivamente à sua custa com demasiado risco e demasiado tarde, muitas vezes, para as suas próprias vidas.

E tão importante era respeitar e cumprir essas instruções que, em um determinado local do cérebro, se desenvolveu uma predisposição que nos “mandava” acreditar, da mesma forma que nos facultou, com idêntica finalidade de sobrevivência, a capacidade de aprender a linguagem materna como não mais seria possível pela vida fora relativamente a outras línguas.

Mas o cérebro, dotado com essa característica, apurada ao longo das gerações, não tinha forma de seleccionar as boas informações, os bons e úteis conselhos dos outras que o não eram. Por isso, acreditava que não devia tomar banho no rio porque o crocodilo representava um sério perigo para a sua vida, da mesma forma que também acreditava que se matasse uma cabra iria provocar a chuva.

Temos, assim, que uma determinado atributo do nosso cérebro desenvolvido para uma determinada finalidade que era decisiva para a nossa sobrevivência de seres fisicamente frágeis e quase indefesos, acabou por servir também outros fins desinteressantes que apareceram como subprodutos, da mesma forma que um computador concebido para nos ajudar em tantas coisas úteis não consegue evitar as “ordens” dos vírus que ele cumpre como se fossem boas porque também não as consegue distinguir.

Foi uma grande “partida” que o Evolucionismo, que é como quem diz, a natureza nos pregou mas o cérebro humano foi desenvolvendo progressivamente, para além dessa capacidade / necessidade de acreditar, faculdades de inteligência e raciocínio que permitiram à humanidade desbravar o caminho da ciência e ir explicando as regras de funcionamento da natureza satisfazendo, assim, uma curiosidade e um desejo de saber sem o qual a espécie humana estaria condenada à partida.

Eu respeito as pessoas que são crentes, que foram ensinadas desde tenra idade a serem crentes e que não se concebem a si próprias fora dessa crença até porque, como foi assinalado por Richard Dawkins, as pessoas são boas ou más independentemente de serem ou não crentes apenas… com a diferença que nas chamadas “guerras santas” se mata com mais “alegria espiritual”.

Mas seria um “mal menor”se as pessoas se limitassem apenas a ser crentes, se exercessem a sua religião com a descrição, e o recato daquilo que é íntimo e que por isso mesmo deveria ser vivido em comunhão com elas próprias.

 Mas dizer isto é ignorar a natureza verdadeiramente social do homem e as religiões tornaram-se no maior e mais importante fenómeno da história da humanidade.

As crenças transformaram-se, inevitavelmente, em organizações estruturadas, hierarquizadas e fortemente lideradas por pessoas altamente vocacionadas para o exercício do poder e que se comportaram como chefes supremos de grandes exércitos de guerreiros unidos e subordinados pela mente, pela obediência cega a uma crença.

Quando se fala hoje no ecumenismo, no entendimento entre todas as grandes Igrejas porque, com várias faces, o Deus é o mesmo, percebe-se perfeitamente que a grande preocupação é salvar aquilo que é a essência do “negócio” religioso: a Fé, o Acreditar, porque o resto, as pequenas diferenças, são pormenores que não afectam o essencial. Acreditar, continuar a acreditar, cada vez com mais força, nem que para isso as criancinhas tenham que decorar o Corão em vez de serem felizes a brincarem umas com as outras, ou a rezar intermináveis ladainhas e Pais Nossos para cimentarem dentro do espírito os dogmas relativamente aos quais nunca terão nem deverão fazer qualquer esforço racional para tentarem compreender porque eles são incompreensíveis.

Há uma incompatibilidade de base entre raciocínio e inteligência que conduzem ao conhecimento científico e a religião que é a preguiça mental, a certeza em vez da dúvida, a confiança cega em verdades que não se discutem.

No entanto, todos conhecemos pessoas que adoptam uma atitude fervorosamente religiosa que coexiste com uma actividade intelectual que desenvolvem no âmbito das ciências que estudam o social, e muito menos, as ciências da natureza.

O Dr. João César das Neves, Prof. Universitário, conhecido economista que nesta qualidade participa num programa semanal de televisão, pessoa indiscutivelmente inteligente, afirmava recentemente, numa das suas crónicas do jornal Diário de Notícias,- que leio diariamente -  atirando-se aos Ateus “como gato a bofe”, que «recusar Deus é uma crença como as outras» e esta surpreendente acusação deixou-me estupefacto por ter vindo de quem veio.

No meu caso particular fui deixando de acreditar em tudo o que tem a ver com religiões e não percebo como é que este “deixar de acreditar” se transformou, para o Sr. Professor, afinal, numa “crença”.

Saber se tudo quanto existe: Seres vivos, Terra, Sistema Solar, Via Láctea, restantes Galáxias e o Universo no seu todo, com 15 biliões de anos de existência, são obra de um Deus ou não, francamente, Sr. Professor é uma questão que me ultrapassa de tal maneira que me parece ser de grande pretenciosismo pronunciar-me sobre ela, mas será isso também uma “crença”?

Será que o Sr. Prof. pretendia referir-se a uma “não crença” ou trata-se apenas de um ataque insidioso que é chamar de crentes àqueles que nunca tiveram crenças ou que delas se libertaram?

Ah!, com que então vocês não queriam ser crentes, pois fiquem sabendo que isso também é uma crença. Bem feita…bem feita!

Depois, o Sr. Prof., desenvolve uma argumentação para tentar comprovar a existência de Deus apresentando argumentos atrás de argumentos que mais parecem tentativas desesperadas para convencer, através da razão, daquilo aonde só vai pela fé.

João César da Neves não vai ler o livro de Richard Dawkins porque o Professor é um teísta convicto 100% da existência de Deus.

Nas palavras de C. G. Jung «eu não acredito, eu sei» e, portanto, não leria nada que contrarie frontalmente aquilo em que ele não só acredita, mas sabe.

Se se desse a esse trabalho encontraria a desmontagem dos seus argumentos um por um mas quando se acredita todos os argumentos em defesa da crença são bons, mesmo os mais disparatados, enquanto que os outros, os que desmontam as nossas crenças, são falsos como Judas.

Diz o Sr. Professor:

- «…O pior obstáculo do ateísmo é a ausência de finalidade. Para o ateu este universo, sem origem nem orientação, também não tem propósito. Bons e maus têm o mesmo destino vazio. Saber que vivemos num mundo que se dirige à morte e ao nada faz de nós os mais infelizes dos seres.»

«Se Deus não existe não existem o bem, a moral, a própria razão…»

O Sr. Prof. tem muito pouca auto-estima quando pensa que, se de repente a fé em Deus desaparecesse do mundo, tornar-nos-íamos todos hedonistas insensíveis e egoístas, desprovidos de amabilidade, caridade, generosidade, enfim, tudo aquilo que merece o nome de bondade.

Se Vª. Exª, Sr. Professor, concorda que, na ausência de Deus, seríamos capazes de cometer assaltos, violações e homicídios, na opinião de Michael Shermer, o Sr. é considerado uma pessoa imoral e “o melhor será passarmos-lhe ao largo”.

E já agora, deixe-me recorrer a Einstein: “Se as pessoas só são boas porque temem o castigo e esperam a recompensa então somos mesmo uma triste cambada.”

E porque vem igualmente a “talhe de foice” transcrevo, ainda de Einstein:

- « Estranha a nossa situação aqui na Terra. Cada um de nós vem para uma curta visita, sem saber porquê, contudo, por vezes parecemos adivinhar um objectivo. No entanto, do ponto de vista do quotidiano, há uma coisa que sabemos: que o homem está aqui pelos outros homens – acima de tudo por aqueles de cujos sorrisos e bem estar depende a nossa própria felicidade.»

Informo o Sr. Prof. João C. das Neves que a única página da Internet que consegui encontrar, referia uma lista dos “cristãos cientistas vencedores do prémio Nobel” em que apenas seis eram mencionados como crentes de um total de várias centenas de prémios Nobel da Ciência.

Destes seis, quatro nem sequer tinham ganho o prémio e pelo menos um é um não crente que vai à Igreja por motivos meramente sociais.

Um estudo mais metódico conduzido por Benjamin Beit-Hallahmi «apurou que entre os galardoados com o Prémio Nobel na área das ciências, bem como no da literatura se regista um assinalável grau de irreligiosidade comparativamente com as populações donde são, respectivamente, provenientes».

Um estudo da autoria de Larson e Witham saído na conceituada revista Nature , 1998, mostrava que de entre os cientistas americanos considerados pelos seus pares suficientemente eminentes para serem eleitos para a National Academy of Sciences apenas 7% acreditava num Deus pessoal.

Este predomínio esmagador de ateus é quase o oposto do perfil da população norte-americana em geral pois, 90%, acreditam num ser sobrenatural.

Todos os 1074 membros da Royal Society que têm endereço electrónico foram inquiridos tendo respondido 25% (que é um bom número para este tipo de estudos).

Foram-lhes apresentadas várias proposições, como, por exemplo:

«Acredito num Deus pessoal, isto é, um Deus que se interessa pelas pessoas, que ouve e atende preces, que se preocupa com o pecado e as ofensas, e que profere juízos.»

Para cada uma destas proposições pedia-se lhes que escolhessem entre 1 (discordância total) e 7 (concordância total).

Apenas 3,3% concordaram totalmente com a existência de um Deus pessoal ao passo que 78,8% discordaram totalmente.

Se definirmos como “crentes” os que escolheram 6 ou 7 e como “não crentes” os que escolheram 1 ou 2 obtemos 213 descrentes para uns meros 12 crentes.

Mas deixando agora a elite dos cientistas da National Academy e da Royal Society há outras conclusões interessantes de trabalhos de pesquisa sobre a relação estatística entre a religiosidade e o grau de instrução ou entre a religiosidade e o QI.

Michael Shermer, em “How we Believe”: The Search for God in Age of Science, descreve uma grande sondagem que levou a cabo com o seu colega Frank Sulloway, tendo por alvo pessoas escolhidas aleatoriamente e descobriu que a religião tem, na verdade, uma correlação negativa com o nível de instrução e com o interesse pela ciência e de maneira muito forte com inclinações políticas mais progressistas.

Nada disto surpreende tal como não espanta haver uma correlação positiva entre a religiosidade do indivíduo e a dos pais. De acordo com os sociólogos, em cada 12 crianças apenas uma se afasta das crenças religiosas dos pais (herança cultural).

Finalmente, quanto à correlação entre a religiosidade e o QI e de acordo com os dados publicados por Paul Bell na “Mensa Magazine”.

Eis a conclusão:

- “De um total de 43 estudos realizados desde 1927 sobre a relação entre a crença religiosa e o grau de inteligência e/ ou de instrução, apenas 4 encontraram uma conexão inversa. Isto é, quanto maior é o grau de inteligência ou de instrução de um indivíduo menor a probabilidade de esse indivíduo ser religioso ou de ter crenças seja de que tipo for”.

Estes números, e números são a especialidade do Prof. Dr. João César das Neves, não devem ser nada do seu agrado quando se queixa, mesmo na parte final do seu artigo:

«A única questão interessante é saber porque coisas tão simples foram escondidas aos sábios e inteligentes e reveladas aos pequeninos».

Pois é, Sr. Prof., este seu último desabafo é perfeitamente elucidativo de que em si coexistem duas pessoas: uma que o leva a desdenhar dos sábios e das pessoas inteligentes porque não crêem e a considerar os pequeninos (pequeninos em quê?) muito mais fiáveis e o outro, o intelectual, que se licenciou e doutorou em economia e que, pelos vistos, convive perfeitamente com o primeiro.

Só espero que não rejubile de alegria quando vê nos noticiários da TV certas manifestações de fervor religioso dos «seus pequeninos…»

É que o problema e a ameaça para a paz e tranquilidade neste mundo resulta, em grande parte, dos «seus pequeninos» encontrarem um qualquer líder, sedento de poder, inteligente e ambicioso, que arrogando-se o dom de ser interlocutor de Deus, sem correr o risco de que Ele o desminta, os arraste atrás de si e os manipule levando-os aos actos mais atrozes contra eles próprios e contra os outros.

V.ª Ex.ª nunca praticará tais actos, mesmo em nome da sua crença, estou certo disso, mas essa referência aos «pequeninos», com toda a franqueza, não me soou nada bem.

Douglas Adams dir-lhe-ia:

 Para si não lhe “basta ver que um jardim é belo sem ter de acreditar que lá no fundo também esconde fadas”.

Sabedoria chinesa...
Em Período de Crise

Siga Conselho Chinês 







Há apenas duas coisas com que você se deve preocupar:


- Se você está bem ou se você está doente.


- Se você está bem, não há nada com que se preocupar.


- Se você está doente, há duas coisas com que se preocupar:


- Se você se vai curar ou se vai morrer. 

- Se você se vai se curar, não há nada com que se preocupar. 

- Se você vai morrer, há duas coisas com que se preocupar: 

- Se você vai para o céu ou vai para o inferno. 

- Se você vai para o céu, não há nada com que se preocupar. 

- Agora se você for para o inferno, estará tão ocupado cumprimentando os velhos amigos, que nem terá tempo de se preocupar. 


- Então, para que se preocupar ?


NOTA - Ora aí está!... sinto-me muito mais reconfortado.

Dificuldades
em Agachar...




Ele era completamente narcisista, estilista e apanhava muito sol....

Uma manhã parou nu em frente ao espelho para admirar o seu corpo e notou que estava todo bronzeado, à exceção do "dito cujo".

Então decidiu fazer algo. Foi à praia, despiu-se completamente e cobriu-se todo de areia, menos aquilo...

Duas velhinhas vinham caminhando pela praia. Uma delas usava um bastão para ajudar a caminhar.

Ao ver 'aquela coisa' saindo da areia, a que tinha o bastão começou a dar voltas ao redor, observando.


Quando se deu conta do que era, disse:

- 'Não há justiça no mundo'.


A outra anciã, que também observava com curiosidade, perguntou-lhe a que se referia.

A do bastão respondeu:

-Olha isso!!!

-Aos 20 anos, dava-me curiosidade;

-Aos 30, dava-me prazer;
-Aos 40, enlouquecia-me;
-Aos 50, tinha que pedir;
-Aos 60, rezava por ele;
-Aos 70, esqueci-me que existia.

Agora que tenho 80, crescem no solo, e eu nem sequer consigo agachar-me.

A MOÇA DO

CAFÉZINHO.








Numa grande empresa, havia uma linda moça, com os seus 25 anos, que servia o cafézinho.


O patrão da empresa era louco por ela.

Um dia, quando ela entrou na sua sala com o cafézinho, ele pediu-lhe que fechasse a porta à chave.

Tomou o cafézinho e, excitado, disse:

- Não se ofenda, mas eu dou 200 € para você tirar a blusa.

Ela guardou os 200 € e tirou a blusa.

O patrão continuou:

- 300 € para você tirar a saia.

Ela guardou os 300 € e tirou a saia, mostrando as suas lindas coxas.

Mais excitado ainda, disse:

- 500 € para você tirar o soutien.

Ela guardou os 500 € e tirou o soutien, mostrando os seus lindos seios.

O patrão que já estava 'para lá de Bagdade', disse:

- Agora, 700 € para tirar as cuecas.

Ela guardou os 700 € e tirou as cuecas.

Com a voz trémula, disse entusiasmado:

- Diga, quanto é que quer para fazer amor comigo?

Respondeu inocentemente a moça:

- 50 € que é o que eu cobro a toda a gente aqui na empresa...

Durante algum tempo pensou tratar-se de mal de amor...
VELHOS

 MARINHEIROS

Episódio nº 41










O Comandante Georges Dias Nadreau amava ver, a seu redor, caras alegres. Resolveu investigar a secreta causa daquela inexplicável mágoa e descobrir, ao mesmo tempo, o remédio apropriado, capaz de desanuviar o rosto do amigo.

Durante algum tempo pensou tratar-se de mal de amor, dor-de-cotovelo, ferida a cicatrizar com o tempo, com nova paixão, Dorothy, por exemplo.

Vasco andara demonstrando interesse, recentemente, por uma senhorita da sociedade, apresentação em festa do Palácio, filha casadoira de um desembargador, pernosticismo a atender por Madalena Pontes Mendes.

Alarmava-se Georges: como uma espevitada e enjoada donzela, dura como um pau e com uma cara de quem está sentindo cheiro de merda em toda parte, podia afectar assim um homem equilibrado, conhecedor de mulheres, tirando-lhe a alegria de viver?

Um absurdo, mas de absurdos é feito o universo, cada vez se convencia mais.

- Essa tal Madalena me dá ânsias de vómito ... - dizia o capitão dos portos ao coronel comandante do 19 - É uma lambisgóia . ..

Sua esperança de cura para Vasco repousava em Dorothy, naqueles olhos de labareda, naqueles lábios de beijos, mulher com sede de amor (“basta olhar a cara dela e se vê logo”), necessitando macho capaz de cavalgá-la nos campos da noite e galopar até às fronteiras da aurora, além do sono e do cansaço.

- Aquela sim, merece uma dor de cabeça... Mas penar por uma lesma cheia de si é idiota.

Na opinião preocupada de Georges, Vasco precisava resolver de uma vez o caso com Dorothy. Sobre o assunto conversou longamente com Carol.


Da realidade e do sonho, a propósito de títulos e patentes


Sim, algo tinha a ver Madalena Pontes Mendes e seu torcido nariz suficiente com a secreta mágoa de Vasco Moscoso de Aragão. Não se tratava, porém, de mal de amor, dor-de-corno, paixão não correspondida como imaginara o Comandante Nadreau.

Se alimentara o comerciante alguma intenção matrimonial relativa à áspera donzela, jamais seu coração pulsara desregrado ao vê-la snobe e descarnada, jamais fechou os olhos para sonhá-la nua, e mais tempo e respeito devotava ao pai desembargador e asmático e à mãe descendente de barões do que à filha emproada.

Qualquer projecto de casamento, se o teve, veio-lhe à mente como parte de um plano capaz de entrosá-lo por completo naquela alta sociedade baiana, de brasões e títulos, naquela fechada cúpula social.

Mas, se isso em verdade lhe passou pela cabeça virada com a súbita mudança de ambiente, com as luzes do Palácio, a proximidade do Governador, a elegância daquelas Excelentíssimas Senhoras, não chegou sequer a concretizar-se num propósito definido. Foi tudo vago e de pequena duração, uma ideia fugaz, amargo dissabor.

Pensara num casamento ilustre a ligar seu nome honrado e plebeu, cheirando a bacalhau e carne-seca, com um altissonante sobrenome daquela nobreza local perfumada do sangue recente dos escravos, um bocado arruinada com a abolição.

Calculista sem experiência, pousara os olhos em Madalena Pontes Mendes, com um barão na família materna e cartas de Pedro II no arquivo do avô paterno, legislador douto, com muita empatia e fazenda decadente.

 Embandeirou-se, cortejando os pais e rondando a moça.

quinta-feira, março 27, 2014

IMAGEM

Não digam que não é muito mais romântico que o Click do computador...



Ouçam com atenção. Se for preciso duas vezes...




Justiça decide:

Esperma é propriedade da mulher!

Usar esperma para engravidar sem autorização do homem não caracteriza roubo porque 'uma vez ejaculado, o esperma se torna propriedade da mulher'.

O entendimento é de um Tribunal de apelação em Chicago, nos Estados Unidos, que devolveu uma ação por danos morais à primeira instância, para análise do mérito.

Nela, o médico Richard Phillips acusa a colega Sharon Irons de 'traição calculada, pessoal e profunda', ao final do relacionamento que mantiveram há seis anos.

Sharon teria guardado o sêmen de Richard, depois de fazerem sexo oral, e usado o esperma para engravidar.

Richard Phillips alega ainda que só descobriu a existência da criança quando Sharon ingressou com ação exigindo a pensão de alimentos.
Depois que testes de DNA confirmaram a paternidade, o médico processou Sharon por danos morais, roubo e fraude.

Os juízes do Tribunal de apelação descartaram as pretensões quanto à fraude e roubo, afirmando que 'a mulher não roubou o esperma'.

O colectivo levou em consideração o depoimento da médica, onde ela afirma que quando Richard Phillips ejaculou, ele entregou seu esperma, deu 'de presente' (?!?!).

Para o tribunal, 'houve uma transferência absoluta e irrevogável de título de propriedade, já que não houve acordo para que o esperma fosse devolvido'.

Agora é oficial:

 - Os homens não mandam mais em PORRA nenhuma. 

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