sábado, novembro 13, 2010

Vincen Van Gogh
Café Terrace On The Place Du Forum

Bank Of The Oise At Auvers

RUI VELOSO - CHICO FININHO
Com belas imagens da cidade do Porto, terra natal do Rui Veloso (embora tenha nascido em Lisboa em 1957 foi para o Porto com 3 semanas...) trazemos hoje o "Chico Fininho". Em 1980 lançou o Album "Ar de Rock" que impulsionou em Portugal o rock cantado em português. Chico Fininho foi o grande sucesso e o cartão de visita da obra de Rui Veloso e Carlos Tê.


CORNO DESCONFIADO



Um sujeito chega a casa, abre a porta e encontra a mulher de cu pró ar a limpar o chão... e ela está vestida apenas com um avental!

O traseiro nu e balançado deixa-o excitado e ele nem hesita: baixa as calças e pimba, ali mesmo!

De seguida, dá uma surra na mulher.

Ela fica revoltada:

- Tás maluco ou quê? Deixo-te fazer amor sem dizer nada e ainda me bates? - Posso saber ao menos porquê?

Ele olha-a com ar zangado e responde:

- Nem te viraste para ver quem era!

DONA

FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS



Episódio Nº 269


Juntos, quase abraçados, a mão do farmacêutico na cintura de dona Flor, saíram do quarto para a sala de jantar. Ali encontraram dona norma desejosa de novidades da compra da casa.

Parecem dois pombinhos… - disse a vizinha ao vê-los assim tão enamorados, e logo o doutor se encabulou, afastando-se da esposa.

No dia seguinte, pela manhã, dona Norma voltou para discutir com dona Flor assuntos de costura. Apontando-lhe o pescoço nu, gracejou:

- Esse teu namoro com teu marido está ficando escandaloso…

- Hei? O quê?

- Então eu não vi ontem, você e o doutor no maior idílio, vindo do quarto, ainda agarradinhos?

- Você está falando de mim e de Teodoro? – perguntou ainda em susto.

- E de quem havia de ser? Você está ficando broca? O doutor anda saindo do sério… E antes do jantar, hein? A função continuou depois? Também havia que festejar a compra da casa…

- Que conversa Norminha… Não houve função nenhuma…

- Ah! minha santa, isso não. Você com todas essas marcas de chupão no pescoço, cada qual mais bonita, e a me dizer que não houve nada… Eu não sabia que o doutor era do tipo sanguessuga…

Dona Flor passara a mão no pescoço, correra para o espelho do quarto. Marcas vermelhas, arroxeando-se, tomavam-lhe todo um lado do colo. Um escândalo.

Ah!, Vadinho mais perjuro, mais louco e mais tirano… Ele sentira um afago dos lábios e reclamara. Mas ele lhe perguntou que mal fazia tocar-lhe o pescoço, se não era sequer um beijo, apenas lhe aflorara a pele com a boca. Na carícia dona Flor adormecera, ah! Vadinho mais sem jeito.

Arrancou-se do espelho, vestiu uma blusa de gola alta a lhe esconder as marcas acusadoras. Que diria o doutor se visse esses roxos sinais de outros lábios que não os seus, aliás incapazes de tais deboches e depravações. Voltou à sala:

- Norminha, minha filha, pelo amor de Deus não vá fazer pilhéria com Teodoro sobre esses assuntos… Você sabe como ele é, todo encabulado… É tão discreto…

- É claro que não vou tirar graçola com doutor, mas, Florzinha, que ele está saindo do sério, isso está… Discreto ele foi noutros tempos, minha santa, agora se soltou… Até parece Vadinho, que só faltava fazer as coisas na vista dos vizinhos…

Dona Flor sentiu o som de um riso e uma presença, dona Norma não se dava conta, felizmente: o maligno surgia do ar e para cúmulo vestia aquela camisa de mulheres nuas, trazida da América por dona Gisa para o doutor. Só a camisa a cobrir-lhe o peito, o resto à mostra, mais
indecente
ainda.

sexta-feira, novembro 12, 2010

VINCENT VAN GOG
(1853 - 1890)
Frequentemente é considerado um dos melhores pintores de todos os tempos e, no entanto, a sua vida foi marcada por fracassos. Falhou em todos os aspectos considerados importantes na sua época e para o seu mundo: foi incapaz de constituir familia, custear a sua própria subsistência ou até mesmo manter contactos sociais. Aos 37 anos sucumbiu a uma doença mental e suicidou-se com um tiro no peito. Após a morte a sua fama e glória não pararam de crescer...


Avenida no Parque

Vídeo

CORNO INVISÍVEL


Ele chega mais cedo do trabalho e encontra a mulher na cama com o seu melhor amigo:

- Sandra! Ricardo! Como foram capazes de me fazer uma coisa dessas?

Tu, Sandra, a quem sempre fui fiel durante todos estes anos. E tu, Ricardo, a quem ajudei nos momentos mais difíceis e...

VOCÊS NÃO SE IMPORTAM DE PARAR E PRESTAR ATENÇÃO
AO QUE ESTOU A DIZER???

RUI VELOSO - NÃO HÁ ESTRELAS NO CÉU
Faz agora 30 anos de carreia o nosso mais carismático cantor... Rui Veloso, homem do norte, de pronúncia assumida, e esta balada sobre os dramas da juventude é, para mim, uma das canções mais deliciosas do seu vasto e belo reportório. Como já vão longe os tempos do "Chico Fininho"... recordo-o quando ele era pouco mais que um "puto" de ar tímido e óculos com aros redondos em cima do nariz. Desejo-lhe mais 30 anos de carreira e de belas canções, a ele e ao seu letrista, amigo e grande poeta Carlos Tê.



INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 70 SOBRE O TEMA:
“SOBRE A PEDRA DE PEDRO” (2)




De Bispo de Roma a Poderoso Papa


Leão I (440 – 461) é o primeiro bispo de Roma, aquele que se considera realmente o primeiro Papa pelas suas capacidades como homem de poder e de leis. Foi o primeiro a atribuir-se o título de Pontífice Máximo, rejeitado pelo Imperador de Bizâncio. Leão I foi o primeiro a ser enterrado no monumento em memória do martírio de Pedro que tinha sido mandado construir pelo imperador Constantino.

No século VI o imperador Justiniano construiu em Constantinopla a igreja de Santa Sofia, a maior e mais esplendorosa de toda a Cristandade, o que contribuiu para aumentar as invejas e as tensões que já existiam entre as igreja do Ocidente, encabeçada pelo Papa em Roma e a igreja do Oriente.

Desde o século V, e para afirmar o poder romano em toda a cristandade, os Papas apostavam no método das falsificações, entre os quais se destaca a Doação de Constantino cuja falsidade só ficou demonstrada dez séculos mais tarde.

Segundo esta famosa falsificação, outorga-se plena primazia à igreja de Roma sobre as igrejas de Constantinopla, Antioquia, Alexandria e Jerusalém e superar, igualmente, o poder de qualquer monarca.

A aparição e rápida expansão do Islão no século VII, fez perder importância aos Patriarcados de Antioquia, Alexandria e Jerusalém e deu cada vez mais força a este primado romano concentrando toda a rivalidade entre Roma e Bizâncio, Ocidente e Oriente, Papa de Roma e Patriarca de Constantinopla até que, em 1054, dar-se-ia a separação definitiva entre ambas as igrejas e o Papa de Roma, argumentando com a história (fundamentada na famosa falsificação) e na vontade de Deus (que segundo o Papa legitimava essa história), instalou-se como referência central do Cristianismo em toda a europa, séculos depois em toda a América latina e assim é até aos dias de hoje.


DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS

Episódio Nº 268




Não se dera ou, pelo menos, não se dera de todo, porque algo lhe permitira nesse tempo de dias cansados: carícias pequenas e inocentes. Seriam assim tão pequenas e inocentes?

Certa tarde, por exemplo, chegando estafada das repartições e do cartório (o doutor ainda fora à farmácia, preparar receitas) dona Flor despiu o vestido, arrancou sapatos e meias e se estendeu no leito de ferro, assim mesmo de corpinho e combinação. Havia silêncio e brisa na casa vazia e dona Flor suspirou.

- Cansada, meu bem? – era Vadinho deitado junto a ela.

De onde viera, onde se escondera, que dona Flor não o vira?

_ Tão cansada… Para descobrir um papel na repartição se perde uma tarde, nunca pensei…

Vadinho tocava-lhe o rosto:

- Mas tu está contente, meu bem…

- Sempre quis ter minha casa…

- Eu sempre te quis dar essa casa…

- Você?

- Não acredita, tem razão… Pois fica sabendo, foi a coisa que eu mais desejei: poder um dia te dar essa casa. Um dia eu haveria de ganhar tanto dinheiro no 17 que a pudesse comprar… Ia chegar com a escritura sem te dizer nada antes… Só que não deu tempo… Senão… Tu não acredita, não é?

Dona Flor sorriu:

- Por que não hei-de acreditar?

Sentia a boca de Vadinho na altura de seu rosto, quis libertar-se dos seus braços envolventes:

- Me deixa…

Mas ele tanto lhe rogou que ela lhe permitira a cabeça loira ao lado da sua e consentiu em descansar no aconchego de seu peito. Inocentemente, é claro.

Tu jura que não vai tentar…

- Juro…

Foi um momento de doçura, dona Flor sentindo no pescoço o hálito de Vadinho e aquelas mãos a defenderem seu descanso. Uma delas lhe acariciava o rosto, tocava-lhe os cabelos, apagando a fadiga. Tão cansada ela adormeceu.

Ao acordar, as sombras da noite haviam chegado e também doutor Teodoro:

- Dormiu, minha querida? Você deve estar morta, coitada… Além de gastar suas economias ainda esta labuta…

- Não diga tolices, Teodoro… - e pudica, cobriu-se com o lençol.

Na semi escuridão do quarto ela procurou Vadinho, não o viu. Certamente partira, ao sentir os passos do doutor. Será que ele anda com ciúmes de Teodoro? – perguntou-se dona Flor num sorriso. Vadinho negara, é claro, mas dona Flor tinha certa desconfiança.

quinta-feira, novembro 11, 2010

VINCENT VAN GOGH
Um Par de Botas


CORNO PRAGMÁTICO


Ele chega de surpresa e encontra a mulher na cama com outro! O marido nem quis saber de nada, sacou logo do revólver.

- Por amor de Deus! - Interrompeu a mulher. - Então não sabes quem pagou aquela dívida do banco? E o apartamento na praia? E o carro novo?

-Por acaso foi você? - Perguntou o marido, dirigindo-se ao outro.

-Fui eu mesmo! - Concordou o amante.

-Então, faca o favor de se tapar, que eu não quero ninguém constipado na minha cama!

HARRY NILSSON - EVERYBODY'S TALKING (Perdidos na Noite)
A tendência de Nilsson de criar projectos totalmente diferentes una dos outros e um tanto exotéricos não permitiu que ele capitalizasse a 100% os seus sucessos. A demasiada diversificação do seu talento criativo talvez tenha contribuido para uma certa diluição da sua capacidade criativa máxima. A morte do amigo baterista, Keith Moon, no seu apartamento em Los Angeles, deixou-o muito abalado e aos poucos foi-se afastando dedicando-se à casa, à mulher e aos sete filhos, até que em 1993 sofreu um ataque do coração. Recuperou e recomeçou a compôr e a tocar pouco a pouco mas o coração não resistiu e em 15/1/94 faleceu tendo deixado atrás de si a marca forte da sua voz talentosa.


DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS

Episódio Nº 267



Pelancchi Moulas deixou-se ficar a reflectir. Lulu balançava as mãos. Gilberto Cachorrão sentia-se incapaz de explicar, mas concordava com Máximo Sales: ali havia batota, sujeira, safadeza das maiores. Náufrago num mar de damas, António Dedinho aguardava a sentença. Era preciso tirar tudo a limpo, disse solene o professor. Pelancchi encolheu os ombros: fizessem o necessário, inquéritos e pesquisas, chamassem a polícia se preciso. Quanto a ele tinha uma desconfiança, seu sangue calabrês era sensível ao mistério, às emanações do além.

Também o eram os seios de Zulmira Simões Fagundes, bronze e veludo. A primeira-secretária, a prima-dona, a favorita de Pelancchi Moulas, se retorcia de repente em riso e dengue:

- Uma coisa nos meus peitos, aí, Pequito, tem uma coisa me fazendo cócega, ai que coisa mais maluca… Até parece assombração…

Pelancchi Moulas fez o sinal da cruz.


Aqueles foram dias confusos, de correria e de canseira, dias de emoções. Dona Flor e Teodoro numa azáfama, de um lado para o outro, do banco para o cartório, do cartório para diferentes repartições governamentais. Ela vira-se obrigada a suspender as aulas até ao fim da semana, ele quase não apareceu na farmácia. Celestino, com sua habitual franqueza lusitana, avisou dona Flor:

- Se quer mesmo comprar a casa, largue por uns dias a porcaria dessas aulas. Senão, adeus…

Surgira outro candidato e, não fosse a boa vontade do banqueiro, eles teriam mais uma vez perdido a chance de realizar o negócio. Também agora estava tudo praticamente concluído, faltando apenas assinar a escritura definitiva: o cartório tardaria uns dias a aprontá-la. Mas já fora pago o sinal ao antigo senhorio e para isso haviam utilizado o dinheiro da caderneta da Caixa Económica, as economias de dona Flor.

Pelo braço do marido, apoiada em sua força e em seu saber, dona Flor andara meia Bahia naquele fim-de-semana. Quase não parara em casa, apenas as horas de comer e dormir, e nem mesmo nesse pouco tempo pôde descansar. Como fazê-lo com Vadinho presente, postando-se ao seu lado apenas ela aparecia, e cada vez mais atrevido, disposto a levá-la à desonra, ao adultério?

Adultério? Adultério, como? – perguntava o maligno, se sou teu marido? Onde já se viu mulher tornar-se adúltera por se haver entregue ao marido legítimo? Não lhe jurara ela obediência ante o juiz e o padre? Onde já se viu minha Flor de maracujá, casamento assim platónico? Um absurdo…

O amaldiçoado tinha falas de açúcar, lábia fina, lógica e retórica, sabia os argumentos capazes de confundi-la e sua voz era um acalanto:

- Meu bem, não foi para dormir juntos que a gente se casou? E então?

Dona Flor ainda trazia no braço o peso do braço do doutor, ainda sentia seu odor suado nas ladeiras, em busca da burocracia. A voz de Vadinho a perturbava – como descansar, se devia estar atenta, se não podia abandonar-se um segundo sequer sem correr perigo? Perigo de ir-se na música da sua voz, entontecida por suas palavras, tocada por sua mão traiçoeira, por seu lábio. Quando se dava conta, ei-la preza em seus braços, tinha de soltar-se com violência. Não se dera e nunca se daria
.


quarta-feira, novembro 10, 2010

Vicent Van Gogh

Um Grupo de Cabanas


VÍDEO
Veja como os cães bebem água. Prodígios da câmara lenta...



O CORNO INGÉNUO



Ao chegar a casa mais cedo o marido encontra a mulher na cama, nua e ofegante.

- O que foi, querida? Não estás bem?

- É um ataque do coração!

Ao ouvir isso, o marido correu feito louco ao telefone para chamar a ambulância.

Enquanto tentava ligar, o filho chegou perto e disse:

-Pai, está um homem nu na casa de banho.

Ele foi até lá, abriu a porta e deu de cara com o melhor amigo!

Ficou indignado:

- Pelo amor de Deus, Ricardo. A Fátima a ter um enfarte e tu aí em pelota a assustar as crianças!

HARRY NILSSON - WITHOUT YOU
É o maior sucesso musical de Nilsson e dos maiores da sua época. Rendeu-lhe um disco de platina e o 1º lugar dos Tops durante 4 semanas nos EUA. Trata-se de uma versão de Nilsson de uma música originalmente composta pela dupla Pete Ham & Tom Evans. Harry Nilsson (1940-1994) foi músico, cantor e compositor nascido em Nova York e era considerado um mago dos estúdios por causa das suas habilidades que faziam com que a sua música fosse impossível de ser reproduzida ao vivo. Como vocalista era capaz de alcançar três oitavas e cantava praticamente todas as partes vocais das suas canções. Jonh Lenonn, dos Beatles, considerou-o o melhor cantor americano. (continua)


DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS

Episódio Nº 266


Mal tivera tempo o testa-de-ferro de dar-se conta do fenómeno e da sóbria compostura de Lulu e lá se ia a banca de cem contos pelo ar, nos dedos de Arigof.

António Dedinho, enxugando o suor na testa exangue, olhou o trio em sua frente. Tinha filhos para criar e para outro emprego não servia, aí, meu Deus! Os três o fitavam de través, o professor Máximo ciciou: “prossiga”. Com sua roupa azul, seus óculos sem aro, seu anel de rubi, máximo Sales parecia um respeitável catedrático de carapinha embranquecida no estudo e nas vigílias científicas.

Tão formal e digno que todos o tratavam de professor, inclusivé Pelancchi, se bem só fosse formado em contravenção, em fichas e baralhos. Nessa cátedra era realmente sumidade, competência total, notório saber, doctor angélicus.

António Dedinho, vítima do destino, preparou novo cahier e tudo se repetiu como um pesadelo. Como disse Amesina (seu lindo nome era formado com Ame de Américo, seu pai, e com Sina de Rosina, sua mãe), meretriz dada à leitura do Almanaque do Pensamento e de outras fontes exotéricas, tratava-se do “esperado sinal do fim do mundo”. Máximo Sales fez algumas perguntas a Cachorrão e a Lulu (de quem inspirou o inocente hálito) e, largando aquele dilúvio de damas, dirigiu-se ao telefone.

Eis por que Pelancchi Moulas surgiu na sala, com Zulmira a tiracolo. Abriram alas para ele passar e assim ver bem de perto seu dinheiro diluir-se ao lasquinê. A banca de cem contos estourou em sua cara.

Com um gesto de rei, Pelancchi Moulas afastou António Dedinho e na vista de todos os presentes fez uma vistoria no cahier: os doze reis se acumulavam no fundo da caixa, eram as últimas cartas. Os três empregados: Máximo, com sua pose doutoral, o rafeiro Gilberto e Lulu, fiscal da sala – trocaram um olhar sabido. António Dedinho viu-se inocente e condenado. Pelancchi Moulas, os olhos frios, azuis de crueldade, fitou primeiro o crupiê e os três funcionários, depois a multidão em torno, faces ávidas e tensas, jogadores no limite finais do absurdo. À frente de todos, o negro Arigof: montanha do Himalaia, altura imensa, eixo do mundo, no dizer entendido de Teresa, geógrafa e negreira. Arigof sorria coberto de suor e fichas.

Sorriu também Pelancchi Moulas para Zulmira, à sua retaguarda, preparou ele próprio um novo cahier e fez o anúncio da banca como se declamasse um verso:

- Banca de duzentos contos.

Nem por ser ele Pelancchi Moulas, senhor do jogo, de baraço e cutelo, majestade e tudo mais quanto se sabe e não vale a pena repetir, nem por isso mudou a sorte, que já não era sorte mas sim prodígio. Lá vinham rei e dama e dava a dama de primeira carta. Quando a banca estourou antes do cahier chegar ao meio, Pelancchi Moulas examinou a caixa com o resto dos baralhos: lá no fim (o fim do mundo… repetia Amesina, a profetisa) estavam juntos os doze reis inúteis.

Largando as cartas, Pelancchi Moulas sussurrou algo e Gilberto Cachorrão traduziu em voz alta:

- Por hoje o jogo se suspende…

Arigof retirava-se por entre manifestações de simpatia, seguido por admiradores e damas ardentes e enxeridas. Remiu as fichas, comprou champanhe, rumando para casa de Teresa, branca arretada por negro, uma capacidade em Geografia e jogos de cama. O negro foi-se cheio de empáfia: com ele não podiam nem a urucubaca nem o feitiço, nem a
cólera de iaba muçurumim.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 70 SOB O TEMA:

“SOBRE A PEDRA DE PEDRO” (1)

Pedro, “A Pedra”

Jesus apelidou Pedro, o pescador de Cafarnaum, de “Pedra” (“Cefas” em aramaico). Pedro, irmão de André, aparece em muitos relatos evangélicos, como o mais próximo de Jesus de entre todos os discípulos. É de Pedro que existem mais dados nos evangelhos. Brindaram-no com detalhes que até permitem descrever a sua personalidade: apaixonado, temerário, impulsivo, cobarde, fanfarrão… Os relatos dos “Feitos dos Apóstolos” mostram a autoridade que Pedro tinha na primeira comunidade de Jerusalém. Falam também da sua visita à comunidade de Antioquia, mas são muito poucos os estudiosos que acreditam que Pedro tenha alguma vez chegado a Roma, embora, já em finais do século I, existisse a tradição de que Pedro tinha sido vítima da perseguição de Nero, em Roma.

O protagonismo real de Pedro, ele a quem depois se outorgou a tradição da sua morte em Roma, estão na base da primazia que, hábil e oportunistamente, muitas personalidades eclesiásticas, ao longo dos séculos, lhe fabricaram com o objectivo de impor de forma cada vez mais acelerada e autoritária a hegemonia da igreja de Roma. A escandalosa história dessa hegemonia e do papado romano está sintética e esplendidamente relatada no livro do teólogo Hans Kung “A Igreja Católica” (Editorial Debate, 2001
).

terça-feira, novembro 09, 2010

UMA SIMPLES CONSTATAÇÃO...


O homem é um ser tão dependente que até pra ser corno e viúvo precisa da ajuda da mulher

.

VÍDEO

Estranho golo...


A diferença estava no abanar...



Maria não conseguia atingir o orgasmo quando fazia amor com o marido.

Certo dia, ela contou-lhe:

- Amor, esta noite eu tive um sonho incrível. Estávamos a fazer amor em cima do armário e tinha um preto com um leque que nos abanava e eu senti tanto prazer ...

Os dois decidem então realizar o sonho. Procuram um preto na esquina da rua a quem oferecem 500€ para abanar os dois de cima do armário enquanto fazem amor.

O negro aceita e os três vão para o quarto.

O casal começa a fazer amor e o preto, em cima do armário, abana com o leque.

Infelizmente ... não dá nenhum resultado.

A Maria, então, diz ao Manuel:

- Talvez seja melhor inverter os papéis ... ficas em cima do armário e ele vem para aqui.

O Manuel, meio perplexo, aceitou.

O preto vai para a cama com a Maria e o Manuel vai para cima do armário abanar...

Pouco tempo depois Maria grita de prazer e atinge o orgasmo.

Quando os dois terminam, o Manuel desce do armário e diz ao preto:

- Viste como é que se abana? ... Preto de merda!!! ...

PAUL ANKA - SHE IS A LADY

Depois de "Diana", Paul Anka seguiu com mais quatro músicas que chegaram ao Top 20 em 1958 fazendo-o o maior ídolo dos adolescentes da sua época. Dois dos maiores êxitos do reportório de Tom Jones e Frank Sinatra: "Sh's a Lady" e "My Way" , são criações suas tais como, "Tonight My Love, Tonight", "Put Your Head On My Shoulder", "Crazy Love" e muitas outras.



DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS


Episódio Nº 265


Mas, pelo jeito, Vadinho estava ali mesmo na sala, bem junto da Arigof, e retado da vida, pois tendo o negro resolvido, após profundos cálculos cabalísticos, mudar de carta e carregar no rei (era impossível que a dama repetisse, inteiramente impossível), ouviu a voz braba do amigo, numa ordem dura:

- Na dama, negro filho da puta.

E a mão de Arigof, independente da sua vontade, como se obedecesse a uma força superior, depositou as fichas na dama.

Cerrando os dentes, olhos em pânico, António Dedinho retirou a primeira carta: dama. Movimento geral, exclamações, risos nervosos e foi chegando cada vez mais gente para ver o impossível.

Gilberto Cachorrão, o gerente da espelunca, com seu ar desconfiado de rafeiro, postou-se ao lado de Lulu, disposto a desmascarar a tramóia (que outra podia ser senão batota e grossa?). Em suas fuças repetiu-se o absurdo várias vezes e a banca de cem contos estoirou. Alvoraçada e alegre, a dama é sempre a primeira carta. Onde a batota, grossa ou fina, Cachorrão?

António Dedinho voltou-se vencido para o gerente, esperando suas ordens, mas Cachorrão apenas o olhou com desconfiança e nada disse. O crupiê preparou novos baralhos, vagarosamente, na vista de todos e com o maior apuro:

- Banca de cem contos…

Virou duas cartas, dama e rei. Havia um silêncio de morte e agora todos queriam apostar na dama. Vinha gente da rua e do Tabaris onde a notícia espantosa já chegara. A nova banca não durou.

A uma ordem de Gilberto Cachorrão, Lulu saiu disparado para o telefone. Na sala o impossível virava ramerrão, a dama a se repetir sempre de primeira. O homem de branco disse em voz alta:

- Vou-me embora senão tenho uma coisa, meu coração não se aguenta. Jogo há mais de dez anos em Ilhéus e Itabuna, em Pirangi e Água Preta. Já vi muita trapaça, fraude de todo o tipo, mas igual a essa nunca vi. E digo mais: estou vendo e não acredito:

- Arigof quis lhe pagar a ficha e convidá-lo para a ceia em casa de Teresa mas o homem recusou:

- Deus me livre e guarde. Tenho medo de feitiçaria e só pode ser feitiçaria. Fique com a sua ficha que eu vou remir as minhas antes que sumam ou se desfaçam.

Lulu retornara e não tardou a juntar-se a ele e a Cachorrão a figura circunspecta de um crioulo idoso, de óculos, muito calmo, o professor Máximo Sales, principal testa de ferro de Pelancchi Moulas, seu homem de confiança.

Ao receber o telefonema de Lulu, o magnata recusara-se a acreditar na história sem pés nem cabeça. Com certeza Lulu voltara a beber e agora o fazia durante as horas de trabalho, num abuso imperdoável. A cabeça canosa repousada na tepidez dos seios de Zulmira Simões Fagundes, em doce intimidade, Pelancchi mandara Máximo Sales tirar a limpo tão esdrúxula balela.

O mais certo era não passar aquilo de mais um porre de Lulu:

- Se ele estiver bêbado, professor, por favor despeça-o imediatamente. E me telefone o
resultado

segunda-feira, novembro 08, 2010

Nunca se deixem vencer.....




Um gajo está na cama com a amante quando ouve os passos do marido.

A mulher manda-o pegar as roupas e sair pela janela. Ele resmunga porque está a chover muito, mas não tendo outra solução, salta e cai no meio da rua, onde está a passar uma maratona.

Ele aproveita e corre junto com os outros, que o olham de um jeito esquisito.

Afinal, ele está nu!

Um corredor pergunta:

- Você sempre corre assim nu?

- Sim! - responde o amante - É tão bom ter uma sensação de liberdade...

Outro corredor pergunta :

-Mas você sempre corre assim nu com as roupas nas mãos?

O gajo não se dá por vencido:

- Eu gosto assim. Posso vestir-me no fim da corrida e ir para o carro para ir para casa...

Um terceiro corredor insiste:

- Mas você sempre corre assim nu com as roupas nas mãos e com um preservativo na pila? O gajo responde:

- Só quando está a chover!


Nunca é demais mostrar este vídeo...

RAPIDINHA





A mulher desconfiava que o marido a enganava e por isso foi à loja e comprou uma arma.
No dia seguinte surpreende-o na cama com uma ruiva, sua amante. Aponta a pistola à própria cabeça enquanto o marido saltando da cama lhe implora e suplica que não dispare, que não se mate...

A mulher, aos berros, responde:

- Cala a boca cretino... você é o próximo!

PAUL ANKA - ABBANDONATI AMORE

Nasceu em 1941 em Ottawa, no Canadá, mas tem origens sírias. Cantor e compositor tornou-se cidadão dos EUA em 1999. Em 1957 foi para Nova York onde fez um teste para a ABC com uma canção que ele próprio escrevera para uma babá: Diana Ayoub. Diana trouxe-lhe de imediato o estrelado e foi uma das canções mais vendidas da época na história da música. No Brasil, "Diana" fez imenso sucesso cantada por Carlos Gonzaga.


DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS


Episódio Nº 264



António Dedinho, o crupiê, preparava o cahier de seis baralhos para recomeçar o jogo. As caras em derredor eram de perdedores, não reflectiam entusiasmo, a sorte toda para a casa. Nem um só amigo a quem Arigof pudesse afanar ficha ou dinheiro. António dedinho anunciou uma banca de cem contos, e virou duas cartas sobre a mesa: a dama e o rei.

- Na dama… - ouviu Arigof a ordem de Vadinho.

Ninguém para lhe emprestar sequer cinco mil-réis. Havia um homem bem-vestido, alinhado num terno branco, fichas na mão, ar de habitué mas desconhecido por ali; talvez do interior. Arigof retirou da gravata o alfinete vistoso, uma chave atravessando o coração, presente de Teresa. Mas o ouro era metal dourado e os brilhantes vidro sem valor, assim o desmoralizara o espanhol do Sete, recusando-se a recebê-lo em empenho.

Exibindo a prenda, Arigof dirigiu-se para o ricaço de terno branco.

- Meu distinto, empresta-me uma ficha, uma qualquer, e fique com esta jóia de garantia. Já lhe pagarei, meu nome é Arigof e aqui todos me conhecem.

O lorde lhe estendeu uma ficha de cem:

- Guarde seu broche, se ganhar me paga e lhe desejo sorte.

A ficha sobre a dama. Arigof esperou sozinho, pois da roda ninguém quis arriscar, num desânimo. Nem o homem de branco, preferindo peruar o jogo. António Dedinho virou a primeira carta e foi logo dama. Arigof recolheu as fichas. Dedinho volteou novas cartas e, por coincidência, repetiram-se o rei e a dama. Novamente Arigof pôs seu dinheiro nas mãos da dama.

António Dedinho puxou uma carta do cahier e, maior coincidência ainda, essa primeira carta era de novo a dama. Novas cartas e crescendo a coincidência, já agora digna de nota: pela terceira vez foram vistos na mesa a dama e o rei. Arigof firme na dama e junto com ele apostou o homem de branco. Chegaram os primeiros curiosos. António Dedinho tirou a carta do cahier e, por mais incrível, a terceira carta, era a dama. Por sinal de ouros, a lembrar Teresa. “Meu Deus” disse uma rapariga, nervosa.

Nervosa não só pelo facto de ter-se repetido a dama por três vezes, sobre a mesa de apostas sempre as mesmas cartas: dama e rei.

Não por três vezes, mas por doze caíram sobre a mesa a dama e o rei e por doze vezes acudiu a dama ao chamado de Arigof e era sempre a primeira carta a ser virada. Agora, não só o homem de branco mas vários outros apostavam no palpite do negro, que punha três contos em todas as paradas, o máximo permitido.

Pálido de morte, o medo no coração, António Dedinho preparou um novo cahier. Lulu, o fiscal, da sala estava agora ao lado de Dedinho e seguia atento o baralhar das cartas. Em torno à mesa crescia o grupo agitado. Vinha gente do bacará e da roleta.

António Dedinho exibiu o cahier aos jogadores, dele retirando duas cartas: cresceu sua palidez, tremeram as mãos pois as cartas eram a dama e o rei. Arigof sorriu: quebrara o azar, rompera o ebó e fora buscar a sorte com as mãos e os dentes e com a lembrança de Vadinho. Se houvesse outro mundo, se ficassem os mortos por aí além, vagando no céu ou no espaço, como diziam certos especialistas no assunto, então talvez Vadinho o estivesse a ver do alto da lua derramada em ouro e prata sobre o mar e o casario. Orgulhoso, certamente, da valentia de seu amigo Arigof, negro macho, vencedor da urucubaca e dos feitiços
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ENTREVISTA FICCIONADA
COM JESUS CRISTO Nº 70
SOBRE O TEMA:

“SOBRE A PEDRA DE PEDRO”


Raquel - Emissoras Latinas viajam hoje ao norte do país, a Banias, onde fica Cesarea de Filipo, ao pé do Monte Hermon. Connosco, Jesus Cristo que reconhecerá o lugar porque esteve aqui com seus discípulos.

Jesus – Sim, viemos aqui uma vez.

Raquel – E foi aqui, precisamente aqui, neste grandioso cenário, que o senhor pronunciou uma das palavras mais importantes da história das religiões.

Jesus – Sim?... O que eu recordo é que Santiago, Pedro e João, como sempre, andavam discutindo sobre quando chegaria o Messias e qual deles se sentaria à sua direita…

Raquel – E foi então quando o senhor elegeu Pedro, lhe deu o primado, fez dele o 1º Papa da história.

Jesus – Que eu me recorde não disse nada a ninguém…

Raquel – Eu refresco-lhe a memória: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja…” já se recorda?

Jesus – Não me posso recordar porque…

Raquel – Por quê?

Jesus – Porque eu não edifiquei nenhuma igreja, nem sequer utilizei essa palavra, igreja.

Raquel – Deve haver aí um erro porque o senhor até entregou as chaves.

Jesus – Que chaves?

Raquel – As que entregou a Pedro, nesse dia. Para abrir e fechar. Todo o poder o deu a Pedro. Podes atar e desatar no céu e na terra.

Jesus – Não quero decepcionar-te, Raquel, mas…

Raquel – O senhor não fundou uma igreja?

Jesus – Claro que não. Entre outras coisas porque eu pensava que o mundo ia acabar e que Deus estava a chegar. Para que iria dar as chaves? Para que iria fundar uma igreja?

Raquel – Mas o mundo não se acabou.

Jesus – Sim, aceito, aí eu enganei-me.

Raquel – Mas não se pode ter enganado ao nomear Pedro como seu sucessor… Espere, temos aqui uma chamada… sim… o investigador Pepe Rodriguez de Espanha… quer opinar… prossiga por favor…

Pepe – Estou ouvindo o seu programa e interrompi para lhe dizer que Jesus Cristo tem razão. Ele nunca disse essas palavras.

Raquel – Nunca disse: “Tu és Pedro e sobre esta pedra…”

Pepe – Se você reparar, essa frase só aparece no Evangelho de Mateus. Se fosse tão importante teria sido esquecida por Marcos, Lucas e João?

Raquel – Que insinua o senhor, Pepe?

Pepe – Que é um texto acrescentado posteriormente.

Jesus – Pergunta por que foi acrescentado.

Raquel – Jesus pergunta porque lhe fazem dizer aquilo que ele nunca diz?

Pepe – A frase foi acrescentada um ano antes do Concílio de Niceia, em 325. E fizeram-no para colocarem a Igreja de Roma por cima de todas as outras igrejas cristãs: de Antioquia, Alexandria, Constantinopla e a de Jerusalém.

Jesus – Assim, querem pôr na minha boca palavras de outros. A única pedra, a única Rocha, como diz o Salmo que eu rezei em criança, essa é mesmo Deus.

Raquel – Obrigado, Pepe Rodriguez. Poderemos chamá-lo mais adiante para outras consultas?

Pepe – Com todo o gosto. Saúda Jesus Cristo.

Raquel – Até à próxima, Pepe. Em resumo, Jesus Cristo, a nossa audiência quer saber o que foi que o senhor disse quando esteve em Cesarea.

Jesus – O que dizia em todos os locais, Raquel. Que ninguém vale mais que ninguém e se alguém acredita que é superior se ponha a servir.

Raquel – Vamos fazer uma pausa mas, como compreenderão, isto não fica assim. Com chaves ou sem chaves há muitas portas que temos que abrir.

Raquel Perez, antiga Cesarea de Filipo.

domingo, novembro 07, 2010

HOJE É DOMINGO
Bom dia, "good morning". Na minha cidade de Santarém, em Potugal, está um dia soalheiro, convidativo... Vamos começá-lo com alegria, amor e música: Simon Cowel no seu Ritmo de La Notche.


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