Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, julho 20, 2013
Maria Cristina - Neta de Pavaroti que o avô nunca chegou a ouvir cantar. Que pena... a morte ter-lhe-ia sido mais suave se ele tivesse ouvido esta voz.
Inimigo do Óptimo
Por que foi Cavaco Silva provocar este
inútil compasso de espera de uma semana se ele sabia, como todo o país sabia,
que este iria ser o desfecho das conversações?
Não creio, sequer, que tenha tido
qualquer surpresa quanto ao desfecho das negociações, conhecedor, como ninguém,
dos agentes políticos em Portugal, mas será o suficiente para escrever na sua
auto-biografia que tudo fez para salvar o país mas os partidos não permitiram.
Agora, já pode empossar o novo governo
de Passos Coelho que, quanto a mim, é melhor do que o anterior do ponto de
vista orgânico e de personalidades.
Tal como prevíamos na Sexta-Feira
passada, fica demonstrado que o “Bom” (entre aspas porque, na realidade, não é
Bom) não é inimigo do Óptimo.
O Presidente da República pretendeu o Óptimo
e agora fica de mãos vazias a queixar-se dos partidos que não se entenderam e,
das duas uma, ou dissolve a Assembleia e convoca eleições (o que parece
impossível depois do que disse no seu discurso…) ou, rapidamente, investe o
governo remodelado de Passos Coelho que tem maioria no Parlamento e não quer
demitir-se.
Não acredito que haja um qualquer outro
coelho a tirar da cartola a não ser o de Passos.
Ver Cavaco Silva em passeios ridículos,
numa situação como aquela em que estamos a viver, a anilhar passarinhos nas
Selvagens, não é deste mundo real… O que terá ele visto neles de semelhante ao
sorriso das vacas açorianas?
Para já, perdemos mais dinheiro nos
juros do dinheiro que pedimos emprestado mas isso não os aflige a eles. Quem
paga somos nós…
O PS e os partidos da coligação não se
entendem… prestes a afogarem-se que estivessem e, mesmo assim, iriam para o
fundo sem se entenderem… Eles pensam na sua sobrevivência, não na sobrevivência
do país.
Com algum exagero, é como diz Pacheco Pereira:
são 2 ou 3 mil empregos no Aparelho do Estado, Autarqui as,
Empresas Públicas etc… que estão em jogo para o partido que estiver no poder.
Lembremos que Passos Coelho, só no seu
Gabinete, tem mais de 50 e a maior parte deles ficará no desemprego se o Chefe
se for embora.
Estes líderes não prestam: não têm maturidade,
sensibilidade e honestidade política, craveira intelectual e, acima de tudo, sentido patriótico. Nem para uma situação de "vacas gordas " servem quanto mais para uma crise destas!
Já se viu, por ventura, que uma
remodelação de governo não tivesse sido resolvida no recato dos gabinetes em
vez de ver ministros a bater com a porta acompanhados de cartas ao país no
estilo de “meninos birrentos”como se a nação fosse o recreio de uma escola?
Os portugueses, por seu lado, vão
fazendo o que podem:
-
Equi libraram, à força, a balança de
pagamentos, mesmo sem petróleo para exportar;
-
Fizeram subir as exportações;
-
Emigraram para baixarem a taxa de desemprego e aumentar as remessas dos
emigrantes e...
-
Ainda não começaram por aí a partir vidros de lojas e a deitar fogo aos
caixotes de lixo.
A austeridade é uma falsa questão e tem
sido utilizada como arma de arremesso para baralhar os cidadãos. O Governo de
Passos Coelho em vez de fazer cortes nas Despesas do Estado que estivessem ao
serviço de uma Reforma pensada e explicada às pessoas, fez cortes às cegas,
apenas para economizar.
Fez descer a Despesa do Estado, é verdade, mas
deu um terrível tombo na economia e no emprego. O corte dos 4,7 mil milhões, ou
lá quanto é, será uma estupidez e cretinice se não for feito gradualmente ao
longo dos próximos anos e devidamente explicado. O contrário seria matar a
economia dando cabo dos consumidores e destruindo animicamente os portugueses.
As nossas vidas têm que ser reajustadas
às nossas “posses” mas depois de tantos erros e desmandos é preciso tempo,
inteligência e sensibilidade, fazendo-nos acreditar que a esperança é possível.
E, naturalmente, temos que falar com a
Europa, com os nossos credores, mas depois destes exemplos de mau comportamento
será que nos vão levar a sério?
-
Talvez, eles também não se têm portado muito bem.
sexta-feira, julho 19, 2013
Richard Dawkins – “A
Desilusão de Deus”
Um engraçado, se bem que algo patético,
estudo de caso sobre milagres é a grande experiência da oração:
-
Será que rezar pelos pacientes ajuda a cura?
Normalmente rezam-se orações pela
intenção de doentes, tanto em privado como em locais de culto formais.
Fancis Galton, que era primo de Darwin,
foi o primeiro a analisar cientificamente se as orações pelas pessoas são
eficazes.
Galton observou que todos os Domingos,
em Igrejas por toda a Grã-Bretanha, congregações inteiras rezavam em público
pela saúde da família real. Não deveriam ser os membros desta, portanto,
invulgarmente saudáveis em relação a nós, que apenas somos alvos de orações por
parte daqueles que nos são mais próximos e queridos?
Galton investigou o assunto e não
encontrou qualquer diferença estatística.
Mais recentemente, o físico Russell Stannard
um dos três famosos cientistas religiosos da Grã- Bretanha juntou o peso da sua
influência a uma iniciativa financiada pela Fundação Templeton, destinada a
testar experimentalmente a proposição segundo a qual rezar pelos pacientes lhes
melhora a saúde.
Foram observadas todas as regras:
-
Os pacientes foram colocadas aleatoriamente num grupo experimental alvo das
orações ou num grupo de controlo sem orações.
Nem os pacientes nem os médicos sabiam
quais os pacientes alvo das orações. As pessoas que rezavam apenas sabiam, como
era óbvio, o primeiro nome e a primeira letra do apelido para poderem dirigir
as orações.
Arrostando galhardamente com a troça a equi pa de investigadores fez o seu trabalho, gastando
2,4 milhões de dólares da Fundação Templeton… que ia dizendo que “acreditava
que as provas da eficácia da oração estavam a aumentar”.
1802 pacientes em seis hospitais, todos
eles submetidos a uma cirurgia de bypass coronário, fizeram parte do estudo
desconhecendo que estavam a rezar por eles, sendo que as orações foram
proferidas pelos fiéis de três igrejas todas elas distantes dos hospitais.
Os resultados, apresentados na edição de
Abril de 2006 do American Heart Jornal, foram inequívocos. Não houve diferença
entre os doentes alvo das orações e os restantes.
Que surpresa!!!
(continua)
Episódio Nº 63
Lembrou-se de Zumbi dos Palmares. Se tivesse havido outro Zumbi aquele velho não teria sido chicoteado. Seria um lutador. Então não precisaria de se envergonhar do homem branco.
O homem saíra num gesto de
solidariedade, e não voltaria jamais. Porém um dia aquele homem iria escrever o
A B C de António Balduíno, um A B C heróico, onde contaria as aventuras de um
negro livre, alegre, brigão, valente como sete.
Pensando nisso António
Balduíno se alegrou de novo e riu:
- Sabe de uma coisa, Joaqui m?
Eu acabo tirando o cabaço daquela negrinha…
- De qual? – Joaqui m
se interessou vivamente.
- Maria dos Reis. Ela tá toda caída pró meu
lado…
- Qual é?
- Aquela que Oxalá pegou. Aquela novinha…
- Aqui lo
é coisa fina, Baldo. Ela é noiva de um soldado do exército. Você vai meter-se
em funduras…
- Quem disse… Ela está caidinha pelo degas…
Tenho nada com o soldado. Chamo a morena nos peitos, isto sim… O soldado que se
dane. – Joaqui m bem sabia que António
Balduíno amaria a mulata sem se importar com o soldado.
Mas ele não gostava de
barulho com soldado do exército e aconselhou:
- Deixe a morena em paz, Baldo…
Esquecera que António
Balduíno quando morresse ia ser contado num A B C e que todos os heróis de A B
C amam donzelas com quem se amigam romanticamente, pelo espaço de uma noite e
brigam com soldados do exército.
Andaram a cidade baixa que
estava dormindo. Não encontraram ninguém para fazer uma farra. A “Lanterna dos
Afogados” estava fechada. Ninguém pelas ruas, nem uma cabrocha para levarem
para o areal.
Nem uma venda onde
bebessem um “rabo de galo”. Foram andando ao léu, Joaqui m
abrindo a boca com sono. Entraram por um beco e viram, então, um casal de
mulatos que conversavam como namorados recentes. Joaqui m
avisou:
- Uma mulata, seu mano…
- Aquela, Joaqui m,
está ali, está comida…
- Tá com um macho, Baldo.
- Você vai ver as minhas artes…
E de um pulo António Balduíno
se aproximou da mulata. Deu-lhe um empurrão com força, a mulher caiu na rua.
Então, sinhá cachorra, eu
fico trabalhando e você vem se esfregar com um macho… Sem vergonha, vai ver a
surra que vai levar. – Virou-se para o mulato. Mas antes que dissesse alguma
coisa este perguntou:
- Ela é sua amásia? Eu não sabia…
- Minha amásia? É minha mulher, casada no
padre, ouviu? No padre…
Avançava para o homem.
quinta-feira, julho 18, 2013
Noite de Núpcias em TRÁS-OS-MONTES, Portugal
!!!
Um tipo está a jogar ténis e leva uma forte
bolada no pénis, causando um trauma muscular
peniano.
Em agonia, dirige-se ao médico:
- Doutor veja o
que é que pode fazer por mim... Vou casar no final da
semana, a minha noiva é virgem e não posso decepcioná-la.
- Não se preocupe! - diz o médico - vou tratar de si de maneira a
que esteja tudo em ordem para o dia do seu
casamento.
Então, pega 4 pauzinhos, que habitualmente são usados para
examinar a garganta dos pacientes e, com fita adesiva, consegue
prendê-los ao redor do pénis, de forma a recuperar a rigidez do
mesmo.
O tipo não conta nada à noiva, casam-se, e na noite
de núpcias, já na privacidade do quarto, ela, fogosa arranca os
botões da blusa e mostra-lhe os peitos, exclamando:
- És o primeiro! Nunca nenhum homem tocou nestes
seios!
Para não ficar atrás, o noivo abre a braguilha, baixa as calças e
exclama:
- Olha, estás a ver!? Ainda está encaixotado
!!!!!!
À Mesa do Café
- Como está, Srª Dª Idalina?
- (Num falar lento, arrastado, de um tom triste, doce e muito sereno) … Vamos andando… vamos andando… é um
espanto… é um espanto… a minha memória não está bem… tomo tantos remédios mas
não fazem nada… o meu marido é com a vista… eu é com a memória…
-… já morreram
várias meninas precisamente com a minha idade… com a minha idade…a minha
filha faz oitenta e oito anos no dia 5 de Abril…
- Quarenta e oito ou cinquenta e oito, Srª Dª
Idalina.
- … Oitenta e oito, no dia
5 de Abril…
- Não pode ser, Srª
D.ª Idalina, se ela tivesse feito oitenta e oito era mais velha do que eu…
- … Quarenta e oito, no dia
5 de Abril… o meu neto e a minha nora querem que eu vá com eles uma semana a
Alijó… mas já não está lá ninguém… as meninas da minha idade já lá não estão…
- É assim, Srª
D.ª Idalina... é a vida. Para que vai lá a senhora incomodar-se?
- … as meninas
da minha idade já lá não estão, a minha família também já lá não está… e eu às
vezes choro…
(Parte V)
Richard
Dawkins – “A Desilusão de Deus”
Existem 435 membros da Câmara dos
Representantes e 100 membros do Senado. Supondo que estas pessoas constituem
uma amostra reveladora do conjunto da população, é absolutamente inevitável, do
ponto de vista estatístico, que um número considerável seja ateu.
Devem ter mentido ou ocultado os seus
sentimentos, para poderem ser eleitos. Dado o eleitorado que tinham de
convencer quem pode culpá-los?
É universalmente reconhecido que uma
admissão de ateísmo seria um suicídio político imediato para qualquer candidato
presidencial.
Estes factos respeitantes ao actual
ambiente político vivido no E.U. e aqui lo
que eles implicam teriam horrorizado Jefferson, Washington, Madison, Adams e
todos os seus amigos.
Fossem eles ateus, agnósticos ou cristãos
ter-se-iam encolhido de pavor perante os teocratas da cidade de Washington
desde o início do Séc. XXI.
A pobreza dos Agnósticos
O padre que arengava do púlpito da
capela da minha escola, permitia-se sempre uma certa consideração furtiva pelos
ateus.
Pelo menos, tinham a coragem de assumir
as suas transviadas convicções. Uns papa-açordas, tem-te-não-cais, lamechas,
moles e enfezados.
Em parte até tinha razão, mas por um
motivo totalmente diverso.
Não há de mal em ser-se agnóstico nos
casos em que faltam provas de um lado ou de outro. É a posição sensata.
Carl Sagan manifestou orgulho em ser
agnóstico quando lhe perguntaram se existia vida em qualquer outra parte do
universo. Como se recusasse em dar uma resposta vinculativa, o seu interlocutor
insistiu em que revelasse o seu “sentir visceral”, ao que Sagan respondeu de
forma lapidar.
-
“Mas eu não tento pensar com as vísceras. A sério, não faz mal conter os nossos
juízos até haver provas.»
A questão da vida extraterrestre está em
aberto. É possível construir bons argumentos em ambos os sentidos, e faltam-nos
provas para ir além de fazer pender um pouco as probabilidades mais para este
ou para aquele lado.
Para um cientista estas são as palavras
nobres. De tão concentrado na impossibilidade absoluta de provar ou refutar
Deus, parece ter descurado a nuance da probabilidade.
O facto de não podermos provar ou
refutar determinada coisa não coloca a existência e a não existência em pé de igualdade.
A existência ou não existência de Deus é
um facto científico respeitante ao universo, que pode ser descoberto em teoria,
se não na prática.
Se existisse, e resolvesse revelá-lo, o
próprio Deus podia pôr fim à discussão de forma ruidosa e inequívoca, a seu
favor.
Episódio Nº 62
Mas o Gordo foi logo embora, pois o
Gordo morava longe com a sua avó, uma velha octogenária, de cavanhaque, que há
muito tempo perdera a noção da realidade e vivia num mundo diferente, contando
casos que atrapalhava com outros, misturando as figuras, sem chegar jamais ao
fim da história.
Em verdade ela não era avó do Gordo
coisa nenhuma. O Gordo é que tinha inventado aqui lo
com vergonha de ter recolhido e sustentado aquela velha que antes andava solta
na cidade.
Mas fazia como se ela fosse sua avó,
levando-lhe comida, conversando horas e horas com ela, se recolhendo cedo para
que a velha não ficasse sozinha.
Às vezes encontrava o Gordo com um corte
de fazenda e pensavam que ele ia levar para alguma cabrocha faceira.
-
É pra minha avó, coitadinha… Ela gasta muita roupa porque se deita no chão
sujo. Já está caduca…
-
Ela é sua avó por parte de mãe ou de pai, Gordo?
O Gordo se atrapalhava. Os outros bem
sabiam que o Gordo nunca conhecera pai e mãe. Mas o Gordo tinha uma avó e
muitos o invejavam.
Depois que o Gordo se despediu, António
Balduíno e Joaqui m vieram descendo a
Ladeira da Montanha, assobiando um samba.
A ladeira estava deserta e silenciosa. Unicamente
numa janela pobre, iluminada por um fifó, uma mulher estendia fraldas de recém-nascido.
E ouviam a voz de um homem que falava dentro
-
Filhinho… Filhinho…
Joaqui m
disse:
-
Aquele amanhã vai dormir no trabalho… Tá fazendo de ama seca.
António Balduíno não respondeu nada. Joaqui m continuou.
-
Não adiante… Pra quê?
-
O quê?
-
Nada… nada…
António Balduíno perguntou:
-
Você já reparou como o Gordo é bom?
-
Bom? – Joaqui m não tinha reparado…
-
Bom, sim. É um sujeito bom. Ele tem o olho da piedade bem aberto. – Chegou a
vez de Joaqui m ficar calado. Logo após
soltou uma gargalhada:
-
E de que você está rindo?
-
Nada. É que eu vi agora que o Gordo é um sujeito bom.
Continuaram a descida calados. António
Balduíno revia a cena da macumba, o homem calvo que viajara o mundo todo.
O homem tinha ido embora, a verdade é
que o homem tinha fugido. António Balduíno pensava que aquele homem fosse Pedro
Malazarte. Mas ele tinha fugido quando vira que os negros estavam
envergonhados.
quarta-feira, julho 17, 2013
Episódio Nº 61
Aí o negro qui s
saber toda a vida do branco. Quando soube que ele vivia correndo o mundo, vendo
as coisas todas se entusiasmou. Quem sabe se um dia aquele homem não escreveria
seu A B C?
O branco se despediu depois de dizer a
Jubiabá que aqui lo fora a coisa mais
bonita que ele já vira. O estudante foi com ele e os negros como que
respiraram.
Agora podiam conversar, discutir suas
coisas, falar no que gostavam, mentir à vontade.
O Rosado falou para António Balduíno:
-
Você já viu a tatuagem nova que eu fiz?
-
Não.
O Rosado era um marinheiro que passava
na Baía de quando em vez, e que um dia trouxera notícias de Zé Casqui nha que navegava em mares distantes, e que até já
falava língua de gringo.
O Rosado trazia as costas inteiramente
tatuadas com nomes de mulheres, um vaso de flores, um punhal. E agora mandara
botar mais uma cabeça de touro e um chicote.
Ficou rindo. António Balduíno admirou
com uma certa inveja:
-
Tá bonito…
-
Tem um americano no navio que tem um mapa nas costas. Uma beleza, rapaz…
António Balduíno se lembrou do homem
branco. Ele devia ver aqui lo. Mas
ele fora embora e parecia que ia fugindo porque os negros estavam com vergonha
dele.
António Balduíno vai mandar fazer uma
tatuagem nas costas. Mas não sabe ainda o que há-de mandar botar. Pelo seu
gosto botaria o mar e o retrato de Zumbi dos Palmares.
Tem um negro no cais que traz tatuado em
toda a extensão das costas o nome de Zumbi.
Damão, um negro velho, sorri.
-
Ocês querem ver costa marcada?
Jubiabá faz um gesto para ele não
mostrar. Mas ele já arrancou a camisa e apareceram as costas. Todos vêm que a
sua carapinha já é branca.
Nas suas costas estão as marcas do
chicote. Fora surrado nas fazendas. Andara nos troncos no tempo da escravidão.
António Balduíno viu logo abaixo das chicotadas uma marca de queimaduras:
-
Que foi isso, meu tio?
Quando Damião compreende que ele fala da
queimadura fica de repente envergonhado e cobre as costas. Fica sem falar,
olhando a cidade lá em baixo iluminada.
Maria dos Reis sorri para António Balduíno.
Também os velhos que foram escravos podem ter um segredo.
Como Joana tinha ido embora, sozinha,
cheia de ciúmes, e Maria dos Reis também se retirasse para casa de sua mãe, António
Balduíno desceu com o Gordo e Joaqui m.
Levava o violão para fazer uma farra.
MONOTEÍSMO
(Parte IV)
Richard Dawkins – “A Desilusão de Deus”
Pelas declarações
transcritas no texto anterior ficou perfeitamente claro que os Pais Fundadores
da América, Jefferson, Adams, Madison, agnósticos ou ateus, eram igualmente
defensores de que as opiniões religiosas de um Presidente eram exclusivamente
da sua conta. Por isso, ficariam perfeitamente horrorizados com a resposta que
George Bush pai deu ao jornalista Robert Sherman quando este lhe perguntou se
reconhecia como iguais o patriotismo e a cidadania dos americanos ateus:
- «Não, não acho que os ateus devam ser
considerados cidadãos, nem que devam ser considerados patriotas. Esta é uma só
nação, sob a protecção de Deus».
Basta substituirmos a
palavra ateus por judeus, muçulmanos ou negros e teremos a medida do
preconceito e da descriminação que os ateus norte-americanos têm de suportar
hoje em dia.
Mas o isolamento dos ateus
na América do Norte, como faz pressupor as afirmações de Bush pai é uma ilusão
propositadamente cultivada pelo preconceito. Eles são nos E.U.A, em número
muito maior do que as pessoas fazem ideia.
Eles são, por exemplo, mais
numerosos, de longe, do que os judeus religiosos, no entanto, é notório que o
lóbi judaico é um dos mais tremendamente influentes em Washington.
O que poderiam conseguir os
ateus norte-americanos se estivessem devidamente organizados?
Tom Flynn, director do
jornal Free Inqui ry, é convincente
ao afirmar: “Se os ateus se sentem sós e oprimidos só temos de nos culpar a nós
próprios. Numericamente somos fortes. Vamos começar a fazer valer o nosso
peso.”
No seu admirável livro
Atheist Universe, David Miller conta uma história que, caso se tratasse de
ficção, por certo consideraríamos uma caricatura irrealista da intolerância
policial:
- Um desses curandeiros que dizem curar pela
fé um cristão que dirigia uma «cruzada milagreira» ia á cidade natal de Mills
uma vez por ano.
Entre outras coisas
estimulava os diabéticos a deitarem fora a insulina e as pessoas que sofriam de
cancro a desistirem da qui mioterapia,
incentivando em vez disso, a rezar por um milagre,
Num gesto sensato Mills
decidiu organizar uma manifestação pacífica para avisar as pessoas. Contudo,
cometeu o erro de ir à polícia informar os agentes da sua intenção e pedir
protecção policial para o caso de possíveis ataques por parte dos apoiantes do
curandeiro.
Por azar, o agente, estava a
pensar ir à concentração e fazia intenções de cuspir na cara de Mills quando
este passasse à sua frente…
Tentou um segundo agente que
lhe disse se algum dos apoiantes do curandeiro, confrontasse Mills com
violência, prenderia Mills por “tentar interferir na obra de Deus”.
Regressou a casa desiludido
mas decidiu telefonar para a Polícia para falar com um superior, um sargento,
que lhe disse:«Vá pró inferno, amigo. Não espere que a gente aqui na polícia façamos protecção a um maldito de um
ateu. Espero é que alguém dê cabo de si».
Abundam os episódios de
idêntico preconceito contra os ateus e é praticamente impossível que um ateu
sincero ganhe eleições nos E.U. A.
terça-feira, julho 16, 2013
O
pai "oitentão"
O casamento de um velhote com uma rapariga de 20, foi o motivo de todas as conversas na cidade..... Um ano depois do casamento, o casal apresenta-se no hospital para o nascimento do seu primeiro filho. A parteira sai da sala de partos para felicitar o velhote e diz-lhe: «- É espantoso!....Como é que o Sr. consegue na sua idade?...» O velho sorri e diz : «- Tem de se manter o motor a trabalhar.... No ano seguinte, o casal aparece de novo no hospital para o nascimento do segundo filho. A mesma enfermeira acompanha o parto e sai para felicitar o nosso velhote, dizendo-lhe: «- O Senhor é incrível!.... Como é que consegue?...» O velho sorri e diz : «- Tem de se manter o motor a trabalhar.... Mais um ano e o casal aparece no mesmo hospital, para o nascimento do terceiro filho. A mesma enfermeira acompanha uma vez mais o parto e, após o nascimento, vai de novo ter com o velhote, sorri-lhe e diz: «- O Sr. é mesmo incrível!!... Como é que consegue?....» O velho sorri e diz: «- É como já lhe disse....tem de se manter o motor a trabalhar....» A enfermeira continua a sorrir.....dá-lhe uma pancadinha nas costas e diz-lhe: «É melhor mudar o óleo...pois este já saiu preto!....» | ||
O famigerado penico que era despejado das janelas dos palácios |
Hábitos de
Higiene nos
Séculos XV e
XVI
Nem é bom falar… não existiam escovas de
dentes, perfumes, desodorizantes e muito menos papel higiénico. Historicamente,
os primeiros produtos que aparecem com funções de sabão datam de 2.800 A .C, na Mongólia. Conhece-se
uma tábua de argila datada de 2.200 a.c. com uma fórmula de sabão que continha água, alcali
e óleo de canela-da-china.
Os antigos
egípcios banhavam-se regularmente combinando óleos animais e vegetais com sais
alcalinos para criar uma substância semelhante ao sabão.
Na Europa,
o sabão apenas foi inventado no Século XVI mas a sua utilização generalizada só
começou no século XIX. Até lá, e durante muito tempo, foi uma época de porcaria em que as fezes e
urinas humanas eram atiradas das janelas dos palácios e os leques usavam-se,
não por causa do calor mas para afastar os maus cheios que exalavam de baixo
dos vestidos que era compridos e pesados de propósito para reterem os odores das partes íntimas que
quase nunca eram lavadas,
As pessoas
não tomavam banho porque não havia água corrente, nem aquecimento nos quartos.
Usava-se uma banheira gigante cheia de água quente para toda a família.
O
primeiro, era o chefe da família e depois os restantes homens da casa por ordem
de idades. A seguir, as mulheres, igualmente por ordem da idade. Por fim, as
crianças sendo os bebés os últimos. Quando chegava a vez deles a água já estava
tão suja que se podia perder o bebé. Daqui ,
aquele dito: “despejar o bebé com a água do banho”.
Na Idade
Média a maioria dos casamentos realizavam-se no início do Verão pelo facto do
primeiro banho do ano ter sido em Maio e em Junho o cheiro das pessoas ainda se
tolerava.
Mesmo
assim, como alguns odores já começavam a incomodar, as noivas levavam ramos de
flores ao seu lado nas carruagens para disfarçar os maus cheiros. Assim nasceu
a tradição do ramo de flores da noiva.
Os jardins
de Versailhes são enormes, belíssimos, um verdadeiro regalo para os olhos mas
na época eram mais utilizados como retretes do que admirados.
Não havia
casas de banho e nas festas, pomposas, oferecidas pelo rei, juntavam-se sempre
quantidades infindáveis de pessoas.
Os tetos
das casas não tinham forro e debaixo das vigas de madeira criavam-se cães,
gatos, ratos e outros. Quando chovia muito a água das goteiras forçava os
animais a descerem ao piso inferior nascendo a expressão tipicamente
anglo-saxónica: «chover cães e gatos».
Os mais
ricos tinham pratos de estanho e certos alimentos oxidavam este material que,
juntamente com a falta de higiene da época, levava a que muita gente morresse
envenenada.
Com os
copos acontecia o mesmo pois o contacto com o wisky ou a cerveja fazia com que
as pessoas ficassem num estado narcoléptico, sonolência irresistível, produzida
tanto pela bebida como pelo estanho.
Quem visse
alguém nesse estado pensaria que estava morto e preparava-lhe o funeral. O
corpo era colocado em cima da mesa da cozinha durante alguns dias acompanhado
da família que comia e bebia esperando que o “morto viesse a si”.
Foi esta a
origem do velório que hoje se faz junto do cadáver.
Foi nesta
época, também por motivos idênticos, que surgiu a ideia de ligar ao punho do
defunto um fio, passá-lo por um orifício do caixão e ligá-lo a uma sineta no
exterior da campa.
Se o
indivíduo não estivesse morto só tinha que puxar o fio. A sineta tocava e ele
era desenterrado porque, durante uns dias, ficava sempre um familiar junto à
campa.
Daqui a expressão: «salvo pela campainha» que muita
gente julga que tem a ver com o boxe. A realidade é mais macabra…
Por todos
estes motivos e muitos outros, estes tempos não me suscitam nenhum desejo de
recriação… para além do enorme alívio por ter nascido uns séculos mais tarde.
A maior "porcaria" destes tempos, porém, foi a Inquisição que sujou para sempre a memória de uma igreja que montou, com a cobertura de Deus, uma poderosa máquina de horrores. Não há sabão ou detergente que a consiga limpar...
Episódio Nº 60
Sim, eles entrariam na “feira”, porque
estavam com Oxalá que é o maior dos Orixás.
Oxolufã, que era Oxalá velho, só reverenciou
Jubiabá. E dançou entre as “feitas” até que Maria dos Reis caiu estremunhando
no chão, assim mesmo estremunhando o corpo no jeito da dança, espumando pela
boca e pelo sexo.
Na sala estavam todos enlouquecidos e
dançavam todos no som dos atabaques, agogôs, chocalhos, cabaças. E os santos
dançavam também ao som da velha música de África, dançavam todos os quatro
entre as “feitas” ao redor dos ogans.
E eram Oxossi, o deus da caça, Xangô,
deus do raio e do trovão, Omolu, deusa da bexiga, e Oxalá, o maior de todos,
que se espojava no chão.
No altar católico que estava num canto
da sala, Oxossi era São Jorge: Xangô, São Jerónimo, Omolu, São Roque e Oxalá, o
Senhor do Bonfim, que é o mais milagroso dos santos da cidade negra da Baía de
Todos os Santos e do pai de santo Jubiabá.
É o que tem a festa mais bonita, pois a
sua festa é toda como se fosse candomblé ou macumba.
Na sala tinham oferecido pipocas à
assistência e lá dentro foi servido xinxin de bode e de carneiro com arroz de
auçá. Nas noites de macumba os negros da cidade se reuniam no terreiro de
Jubiabá e contavam as suas coisas.
Ficavam conversando noite afora,
discutindo os casos acontecidos nos últimos dias. Mas naquela noite estavam
meio encabulados por causa do homem branco que tinha vindo de muito longe só
para assistir à macumba de pai Jubiabá.
O homem branco comera muito xinxin de
bode e lambera os beiços com o arroz de auçá. António Balduíno soubera que este
homem fazia A B C e andava correndo o mundo todo.
No princípio pensara que ele fosse
marinheiro. O Gordo afirmava que ele era andarilho. Fora aquele poeta que
comprava os seus sambas quem lhe trouxe o homem branco.
O homem queria ver as macumbas e o poeta
disse que só António Balduíno tinha prestígio para conseguir que ele penetrasse
na macumba de Jubiabá.
Mas, apesar dos elogios, António Balduíno
não se sentira muito disposto a falar a Jubiabá. Isso de levar brancos, e
principalmente desconhecidos, para as macumbas, não dava certo. Podia ser um
polícia que ia só para prender todo o mundo.
Uma vez tinham metido Jubiabá na chave,
o pai de santo passara a noite lá e tinham levado Exu. Foi preciso que Zé Camarão,
que era finório como ele só, fosse buscar o Orixalá na própria sala de delegado,
nas barbas do soldado.
Quando o malandro chegara com o Exu
debaixo do casaco foi uma festa. E houve uma macumba que durou a noite toda
para desagravar Exu que estava furioso e podia perturbar as outras festas
depois.
Era por isso que António Balduíno não
queria levar o branco. E só falou com Jubiabá quando o estudante negro, que se
dava com ele, veio pedir:
-
Eu garanto pelo homem… É como se fosse eu…
segunda-feira, julho 15, 2013
a Idade Média
Por esta altura do ano,
em Portugal, começa a haver o hábito de, em tom festivo, recriar o ambiente que
se vivia na Idade Média, repondo vestuários, jogos, repastos que procuram ser
uma imitação do que era a vida nessas épocas, talvez pelas lembranças dos
romances de cavalaria e dos muitos testemunhos da nossa história.
No entanto, esses tempos
foram difíceis e muitos aspectos relativos à vida que se levava são
desconhecidos.
O período conhecido como Idade Média começou com
a desintegração do Império Romano do Ocidente, no Século V e terminou com o fim
do Império Romano do Oriente e queda da cidade de Constantinopla no Século XV.
O modo de organização social e político da Idade Média é conhecido como Feudalismo. A economia era baseada no trabalho servil, agricultura de subsistência e escambo, que se traduzia na troca directa de produtos ou serviços. O comércio, propriamente dito, era quase inexistente.
Muitos Estados modernos como Dinamarca, França e Portugal surgiram durante a
Idade Média enquanto que a Espanha era dominada pelos mouros.
As grandes propriedades rurais pertenciam aos senhores feudais enquanto aos
servos, cabia apenas um lote para a agricultura de subsistência. Parte das
terras dos senhores era doada à igreja.
As vilas em torno dos castelos dos senhores eram extremamente pobres, pequenas
e povoadas por 60 pessoas em média.
Os servos só podiam utilizar as instalações do castelo do senhor de terras (que
comummente chamamos de “senhores feudais) mediante o pagamento de uma taxa.
A floresta pertencia a todos e era praticamente uma área livre. O detalhe é que
somente os senhores podiam caçar os grandes animais – aos servos restavam esqui los e coelhos.
Na mesa, as pessoas comiam normalmente com as mãos. Até ao início da Idade
Moderna, era comum os convidados de um jantar levarem a faca de casa para
cortar o alimento.
Banhos? Os banhos estavam longe de serem diários (era um por ano, que tal?). As
pessoas banhavam-se numa tina e o primeiro a lavar-se era o chefe da casa.
Era mais seguro beber vinho e cerveja do que água, fornecida por rios e riachos
das imediações.
Os mosteiros das várias ordens religiosas da Idade Média eram cercados de
videiras. Os monges costumavam produzir e consumir o próprio vinho - talvez por
que fosse mais seguro do que a água de péssima qualidade que se bebia na época.
Aliás, durante a Idade Média, o vinho era usado como analgésico e anti-séptico.
Os gatos pretos eram vistos como bruxas transformadas em animais. Não demorou
em serem perseguidos pela Inqui sição.
A Inqui sição foi uma espécie de
tribunal religioso criado na Idade Média (século XII) e dirigido pela Igreja
Católica Apostólica Romana. Foi fundada pelo papa Gregório IX em 1231 com o
objectivo de reprimir e castigar tudo o que fosse considerado heresia pela
Igreja.
A Inqui sição foi criada inicialmente
com o objectivo de combater os cátaros (ou albingenses), uma seita cristã com
forte influência no Sul da França e Norte da Itália.
As punições da Inqui sição iam da
privação de “benefícios espirituais” a prisões, confisco de bens, torturas e
morte na fogueira.
Na Idade Média, acreditava-se que o inferno possuía infra-estrutura e o diabo,
diversos assessores, entre eles Nergal (demónio que comandava a polícia),
Astaroth (tesoureiro do inferno), Abramalech (responsável pelo guarda-roupa de
Lúcifer) e Baalberith (secretário de Lúcifer).
Pazuzu é um antigo demónio assírio, filho do deus Hambi. Na Idade Média, era
considerado o rei dos espíritos malignos. É Pazuzu quem atormenta a menina no
filme O Exorcista.
A maior parte das perseguições às bruxas não ocorreu, ao contrário do que se
diz, durante a Idade Média, mas no início da Idade Moderna (do final do século
XIV ao início do século XVIII).
Venerava-se quase tudo que tivesse relação com os mártires (santos) da igreja e
com Jesus. A obsessão por relíqui as
cristãs durante o período medieval permitiu o surgimento de inúmeras
falsificações. Qualquer objecto que tivesse relação com a história e o corpo de
Jesus era reinvindicado pelas comunidades religiosas. A manjedoura era propriedade
da Igreja de Santa Maria Maior, em Roma.
A Basílica de São João Latrão, também em Roma,
dizia ser proprietária do umbigo sagrado e prepúcio divino. O chicote que
supostamente teria açoitado Jesus estava na Basílica de São Bento, na cidade
italiana de Subiaco. Isso sem contar os espinhos da coroa, que estavam
espalhados por centenas de lugares diferentes.
A peste negra, epidemia que assolou a Europa no final da Idade Média foi tão
devastadora que 1/3 da população européia do século XIV foi dizimada no curto
período de quatro anos, entre 1347 e 1351.
Dos 140 monges de um convento em Montpellier, na França, apenas sete
sobreviveram à peste. Aliás, o medo do contágio era tamanho que o papa
suspendeu a extrema unção aos mortos.
Ninguém suspeitou que a peste negra tivesse relação com a morte de milhares de
ratos. Acreditava-se que ela era provocada pelo “ar ruim”, contra o qual
receitava-se aspersão de água de rosas e queima de ervas.
Para variar, a epidemia acabou provocando xenofobia e aumentando o preconceito
religioso. As cidades eram fechadas para os forasteiros e os judeus e
muçulmanos acusados de propagarem a doença. Dezenas de comunidades judaicas
foram atacadas e milhares de judeus afogados ou queimados.
Na Idade Média, as pessoas dormiam nuas. Quer dizer, nem tão nuas assim: elas
usavam gorros para se protegerem do frio. Marido, mulher, filhos e mesmo as
visitas compartilhavam o mesmo leito.
O sexo era considerado pecado. O namoro, então, era praticamente inexistente.
As uniões eram arranjadas e o noivo e a noiva da nobreza se conheciam no dia do
casamento – antes disso, só podiam se conhecer através de retratos pintados à
óleo.
As meninas se casavam logo após a primeira menstruação e os meninos, com a
idade aproximada de 18 anos. A família da noiva costumava pagar um dote a do
noivo.
Ainda em relação ao sexo: a homossexualidade era proibida e passível de pena de
morte. A prostituição também era condenada, apesar de… acreditem, metade do
lucro das prostitutas ir para o clero.
Mais uma sobre o sexo: o cinto da castidade foi inventado durante a Idade
Média.
Talvez lhe pareça estranho, mas um dos locais mais animados nesta época era o
cemitério. A população passeava, brincava e dançava entre os túmulos. Também
era possível fazer compras (o açougueiro era apenas um dos comerciantes a
dispor sua mercadoria sobre os jazigos) e participar de diversas cerimónias
públicas.
Os
cemitérios serviam ainda para juízes comunicarem sentenças, padres darem o
sacramento, pregadores itinerantes exortarem o povo ao arrependimento, ao
prefeito informar suas medidas e, claro, de vez em quando, alguém ser
sepultado.
Uma das figuras mais emblemáticas do período
medieval é a do cavaleiro. Os cavaleiros geralmente pertenciam à nobreza.
Começavam a ser iniciados aos 7 anos e aos 10, começavam a servir aos senhores
“feudais”. O reconhecimento como cavaleiro só acontecia aos 20 anos. O ritual
da sagração ocorria num combate simulado durante uma festa.
Durante
as cruzadas, os cavaleiros transformaram-se em defensores da fé contra infiéis
e hereges.
As conhecidíssimas Cruzadas ocorreram durante a Idade Média. Foram nove, a
primeira em 1096 e a última, em 1272.
Por falar em Cruzadas, já ouviram falar na Cruzadas das Crianças? Pois reza a
lenda que em 1212 cerca de 40 mil crianças foram encaminhadas a Jerusalém a fim
de conqui star a cidade para os
cristãos mas… a maioria morreu ou foi escravizada no caminho.