Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, maio 04, 2013
IMAGEM
A árvore das mil cores da espécie “eucalyptus deglupta”.Sua característica mais marcante é precisamente a coloração vistosa do seu tronco, que o levou a ganhar o apelido de “arco-íris eucalyptus”. O aspecto marcante destas plantas ocorre devido à forma como eles renovam a sua casca. A mudança ocorre em etapas ao longo do ano, de modo que, com o tempo, à medida que a casca se separa do tronco, o verde escurece para dar lugar tons de azul, roxo, marrom, laranja, rosa e ocre.
Na verdade, o nome da espécie, "deglupta” deriva de uma palavra latina que descreve o processo de muda em função da separação da casca. Nativa do sul das Filipinas, Indonésia e Nova Guiné, a árvore de arco-íris hoje em dia pode ser encontrada em várias regiões tropicais,como Porto Rico, porque cresce muito rápido em terra ensolarada, húmido e boa drenagem.
Derrocada da fábrica |
Uma Troca Desigual…
Mais de 500 pessoas
ficaram soterradas num edifício onde funcionava uma fábrica têxtil que colapsou,
ao que dizem, pelo facto da sua estrutura não suportar a trepidação dos motores
instalados.
Até ao momento foram detidas nove pessoas, incluindo o dono do
edifício. Isto porque na véspera do acidente tinham sido detectadas graves
fendas e um técnico que esteve no local recomendou uma evacuação imediata. Mas
os alertas foram ignorados.
No domingo, a
polícia tinha conseguido deter o proprietário do edifício e antes tinha
prendido três donos das fábricas, bem como os engenheiros municipais.
O empresário
espanhol David Mayor, director-geral de uma das fábricas, a “Phantom-Tac”, é
procurado e encontra-se em paradeiro desconhecido. Mayor e os proprietários de
quatro outras sociedades são alvo de um inquérito preliminar por “homicídio por
negligência”, crime passível de ser punido com cinco anos de prisão.
As autoridades
declararam que os donos das fábricas ignoraram as fendas e obrigaram os
trabalhadores a entrar nas instalações. Este acidente voltou a chamar a atenção
para as más condições laborais e de segurança dos trabalhadores de empresas
têxteis no Bangladesh, que abastecem multinacionais ocidentais. As companhias
internacionais que confirmaram a produção em alguma das empresas afectadas
foram a irlandesa “Primark”, a espanhola “El Corte Inglés” e Mango, a canadiana
“Joe Fresh” e a francesa “Bon Marché”.
O Bangladesh é o
país do mundo com os custos de produção mais baixos na indústria têxtil, o que
leva empresas de todo o mundo, incluindo da China, a mudar parte da produção
para aquele país, de acordo com a organização não-governamental de defesa dos
direitos dos trabalhadores têxtis Clean Clothes Campaign (Campanha Roupas
Limpas).
Dados da Federação
de Trabalhadores do Sector Têxtil do Bangladesh, citados pela Lusa, indicam que
nos últimos 15 anos cerca de 600 pessoas morreram e três mil ficaram feridas em
acidentes registados em fábricas têxteis (incêndios ou derrocadas) no país.
O cerne da questão,
e os números falam por si, reside na situação de pobreza em que aquelas pessoas vivem obrigadas a escolher entre serem exploradas ou não terem mesmo de
comer.
Vejamos:
- O custo de produção
de uma T-shirt no Bangladesh é 2,80 euros. Nos E.U.A. a mesma T-shirt tem um
custo de 10 euros e esta enorme diferença de preços deve-se, principalmente,
aos custos com a mão-de-obra.
- Um trabalhador daquele país asiático recebe
0,16 euros pela produção de uma destas peças de roupa, ou seja, menos 5,44
euros do que um trabalhador nos E.U.
Algumas das grandes
marcas de roupa querem retirar a produção daquele país e eu suspeito que não
seja por solidariedade com as vítimas e suas famílias e contra as condições de
trabalho, mas apenas por uma satisfação hipócrita aos mercados que podem
retaliar diminuindo as compras sob o impacto da tragédia.
Não sei se algo se
alterará para melhor nas condições de trabalho daquelas pessoas porque a lógica
do princípio do máximo lucro é a regra que prevalece num capitalismo selvagem
que despreza os valores humanos e o respeito que eles deveriam merecer.
As autoridades do país são as responsáveis por não legislarem na defesa dos interesses dos trabalhadores, os empresários são cúmplices directos.
As autoridades do país são as responsáveis por não legislarem na defesa dos interesses dos trabalhadores, os empresários são cúmplices directos.
Diário de um Padre
Eu estava tão
nervoso na
minha primeira missa,
minha primeira missa,
que no sermão não
conseguia falar.
Antes da segunda missa, dirigi-me ao
Bispo perguntei como devia
fazer para relaxar.
Este, por sua vez, recomendou-me o
seguinte:
Coloque umas gotinhas de vodka na
água, vai ver que da próxima
vez estará mais relaxado.
No domingo seguinte apliquei a
sugestão do
meu Bispo, e estava tão relaxado, que
podia falar alto até no
meio de uma tempestade, de tão descontraído que estava.
Ao regressar a casa, encontro um bilhete do meu Bispo, que dizia o seguinte:
Caro Padreco:
1º - Da próxima vez, coloque umas
gotas de VODKA na água e não
umas gotas de água na VODKA;
2º- Não há necessidade de por limão e
sal na borda do cálice;
3º- O missal não é, nem deverá ser
usado, como apoio para o copo;
4º- Aquela casinha ao lado do Altar é
o confessionário e não o WC;
5º- Evite apoiar-se na imagem de
Nossa Senhora, e muito menos
abraçá-la e beijá-la;
6º- Os mandamentos são 10 e não 12;
7º- 12 são os apóstolos, e nenhum
deles era anão;
8º- Não nos devemos referir ao nosso
Salvador e seus apóstolos
como "JC & Companhia";
9º- Não deverá referir-se a Judas
como "filho da puta";
10º- Não deverá tratar o Papa por
"O Padrinho";
11º- Judas não enforcou Jesus, e Bin
Laden não tem a ver com esta
história;
12º- A água Benta é para benzer e não
para refrescar a nuca;
13º- Nunca reze a missa sentado nas
escadas do Altar;
14º- Quando se ajoelhar, não utilize
a Bíblia como apoio ao joelho;
15º- Utiliza-se o termo ámen e não
"ó meu";
16º- As hóstias devem ser
distribuídas pelos fiéis. Não devem ser usadas como aperitivo antes do vinho;
17º- Procure usar roupas debaixo da
Batina, e evite
abanar-se quando estiver com calor;
18º- Os pecadores vão para o inferno
e não para "a puta que os pariu";
19º- A iniciativa de chamar os fiéis
para dançar foi
plausível, mas fazer um
"comboio" pela igreja...
20º- Não deve sugerir que se escreva
na porta da Igreja "HOSTIA
BAR".
P.S.: Aquele que
estava sentado no canto do Altar ao qual se referiu
como "paneleiro travesti de saias" era eu!!...espero que
estas suas falhas sejam corrigidas no próximo Domingo.
O
Bispo
Episódio Nº 7
Os homens paravam para
cumprimentar:
- Bom dia, pai Jubiabá…
- Nosso Senhor dê bom dia…
Ia passando e abençoando.
Até o espanhol da venda baixava a cabeça e recolhia a bênção. Os garotos
desapareciam da rua quando viam o vulto centenário do feiticeiro. Diziam
baixinho:
- Jubiabá vem aí…
E disparavam na carreira
para se esconderem nas casas.
Jubiabá trazia sempre um
ramo de folhas que o vento balançava e resmungava palavras em nagô. Vinha pela rua
falando sozinho, abençoando, arrastando a calça velha de casimira em cima da
qual o camisu bordado se oferecia ao capricho do vento como uma bandeira.
Quando Jubiabá entrava
para rezar à velha Luísa, António Balduíno corria para a rua. Mas já sabia que
a dor de cabeça da velha passaria.
António Balduíno não sabia
o que pensar de Jubiabá. Respeitava-o mas com um respeito diferente do que
tinha pelo padre Silvino, por sua tia Luísa, pelo Lourenço da venda, por Zé
camarão ou mesmo pelas figuras lendárias de Virgulino Lampeão e Eddie Polo.
Jubiabá passava encolhido
pelos becos do morro, os homens o ouviam com respeito, recebia cumprimento de
todos e em sua porta paravam, de vez enquanto, automóveis de luxo. Um dia
menino disse a Balduíno que Jubiabá virava lobisomem. Outro afirmou que ele
tinha o diabo preso numa garrafa.
Da casa de Jubiabá vinham
em certas noites sons estranhos de estranha música. António Balduíno se remexia
na esteira, ficava inqui eto, parecia
que aquela música o chamava.
Batuque, sons de danças,
vozes diferentes e misteriosas. Luísa lá estava com certeza com sua saia de
chita vermelha e de anágua. António Balduíno nestas noites não dormia.
Na sua infância sadia e
solta, Jubiabá era um mistério.
Eram bem gostosas as
noites do Morro do Capa Negra. Nelas o moleque António Balduíno aprendeu na sua
infância muita coisa e principalmente muita história.
Histórias que homens e
mulheres contavam reunidos em frente à porta dos vizinhos, nas longas conversas
das noites de lua. Nas noites de domingo, quando não havia macumba na casa de
Jubiabá, muitos se reuniam no passeio da velha Luísa, que como era dia
santificado não ia vender o seu mingau.
Nas outras portas outros
grupos conversavam, tocavam viola, cantavam, bebiam um gole de cachaça que
sempre havia para os vizinhos, mas nenhum era tão grande como o que se reunia
em frente da porta da velha Luísa.
Até Jubiabá aparecia em
certos dias e também contava velhos casos passados há muitos anos e misturava
tudo com palavras em nagô, dava conselhos e dizia conceitos.
Ele era como que o
patriarca daquele grupo de negros e mulatos que moravam no Morro do Capa Negra,
em casas de sopapo cobertas de zinco. Quando ele falava, todos o escutavam
atentamente e aplaudiam com a cabeça num respeito mudo.
Nessas noites de
conversas, António Balduíno, abandonava os companheiros de corridas e de
brincadeiras e se postava a ouvir. Dava a vida por uma história, e melhor ainda
se essa história fosse em verso.
sexta-feira, maio 03, 2013
ISTO É QUE ERA DANÇAR
!!!
Um gênio anônimo pegou na música "Embalos do Sábado à Noite" dos Bee Gees e a encaixou em diversos filmes musicais. Trechos - com Rita Hayworth, Fred Astaire, Gene Kelly e outros, dançando perfeitamente num ritmo louco. Não dá para perder. As partes como Fred Astaire são demais. Numa ele dá pulinhos ao som do "ha, ha ha" da musica, ele e Gene Kelly ao som de "I´m the woman´s man" e Rita Hayworth em todas. Uma montagem incrível de"Saturday night fever" dos Bee Gees !!!! |
Ao fundo, o Vesúvio reduzido a menos de 1/3 do que era antes da explosão. |
Pompeia,
a Cidade
dos “Grafites”
dos “Grafites”
"OS AMANTES, COMO AS ABELHAS, O DOCE BUSCAM
ANTES ASSIM FOSSE!"
Esta frase, escrita num mural em
Pompeia, foi tema para uma tese de doutoramento que procurou desligar o amor
dos homens e das mulheres de Pompeia de uma sina persistente de que era fugaz e
furtivo e que a devassidão e a lasciva permeariam os seus encontros.
Os pesquisadores modernos mostram que
essa visão não corresponde à realidade, está distorcida, e foi constituída com
a ajuda da aristocracia da época cuja obra literária insistia em colocar o povo
na condição de pervertido e imoral.
Os estudos efectuados recentemente sobre
a sexualidade e o afecto entre a camada popular de Pompeia, para além de se
fundamentarem na história e literatura da época, analisaram também os
“grafites” encontrados nos locais arqueológicos, centenas deles escritos por
homens e mulheres que expressavam nas paredes e nos muros da cidade, as suas
alegrias, decepções, ciúmes, tentativas de reconciliação, rusgas amorosas, ou
seja: situações e sentimentos em tudo iguaizinhos aos de hoje.
Pompeia era um centro comercial do
Império romano, a sua 2ª maior cidade, dispondo, inclusivamente, de um porto e
a sua população era constituída por filhos da cidade, peregrinos, trabalhadores
livres, escravos e libertos, homens e mulheres que dividiam entre si o mesmo
espaço de trabalho que muitas vezes era também a sua casa.
Nesses muros estão referidos imensos
ofícios e associações profissionais: alfaiates, professores, vendedores de
roupas, jóias, frutas, taberneiros, cocheiros, pequenos proprietários de
padarias e tabernas.
Partilhavam os momentos de lazer e os
casais interagiam e o masculino, longe da autoridade e poder, construía-se em
conformidade com o feminino.
Pompeia é hoje um museu a céu aberto e
guarda imensas evidências materiais da participação feminina na dinâmica social
e económica da cidade que vivia, não esqueçamos, sob o jugo do Império Romano
sendo que, os historiadores concordam que à data se estava a assistir a um
período de emancipação social e sexual das mulheres romanas, principalmente das
aristocráticas.
E é neste universo de igualdade que os
populares usavam os muros e as paredes para registarem factos do seu quotidiano
como anúncios, recados, insultos, sátiras a políticos e declarações amorosas do
género:
- “Marcos ama Espedusa;”
- “Marcelo ama Pernestina e não é
correspondido”
Ou então:
- “Viva quem ama, morra quem não sabe
amar! Duas vezes morra quem proíba o amor!”
Mas as paredes registavam também que as
mulheres tomavam a iniciativa no campo amoroso:
- “Rogo-te. Desejo teu doce vinho e
desejo muito. Colpurnia te diz Saudações”
- “Não vendo meu homem por preço algum”
Havia relações sólidas e duradouras como
se percebe por estes escritos:
- “Segundo como Primigénia, de comum
acordo”
- “Balbo e Fortunata os dois em comum”
Vénus, a deusa do amor, foi nomeada a
protectora da cidade quando da sua anexação ao Império Romano e por isso ela
está presente em muitos escritos:
- “Se tem alguém que não viu a Vénus que
pintou Apeles, que olhe a minha garota: é tão bonita quanto ela”
Foram catalogadas até agora quase 15.000
grafites (de “graphium”, o instrumento utilizado para escrever, feitos de metal
com uma ponta dura capaz de marcar a parede fazendo sulcos) mas o seu número é
muito maior e estavam espalhados por todo o lado, nas paredes das casas,
edifícios públicos, tabernas, locais de trabalho, etc.
Os “grafites” encontrados teriam, no
máximo, 20 anos à data da destruição da cidade e isto porque havia limpezas
periódicas dos espaços de publicidade e as próprias intempéries faziam também
esse trabalho, e vieram provar que a maioria da população era alfabetizada
escrevendo numa língua que era uma mistura do latim com o nativo osco dando
lugar a um latim popular que tinha as suas diferenças relativamente ao latim
oficial.
Do estudo atento desses “grafites” ficou
igualmente comprovado que, para além de uma generalizada alfabetização, havia
uma difusão da cultura literária fora das elites pelas citações nesses escritos
a homens da cultura como Homero, Vergílio, Tiburtino Catulo, Lucrécio,
Prupércio entre outros.
Não se sabe como é que o povo tomou
conhecimento deles, talvez na escola, em contactos com os emigrantes, no
comércio, no serviço militar, nas representações teatrais dos circuladores que
eram pessoas faziam entretenimentos itinerantes.
Em Pompeia, o sexo, representado por um
falo, estava por todo o lado, nas paredes das casas de habitação para
significar prestígio, riqueza e abundância, no chão das ruas para indicar a
direcção para os prostíbulos, nos campos como sinal de fertilidade, nos
amuletos para protecção.
Era, portanto, um símbolo ligado à
fertilidade e à vida para dar sorte e protecção e ao mesmo tempo defender dos
maus-olhados.
As escavações que trouxeram de novo à
luz do sol a cidade de Pompeia soterrada em 79 DC pelas cinzas do Vesúvio
mostraram que os objectos relacionados com o sexo não se encontravam apenas nos
prostíbulos mas nos mais variados ambientes como templos religiosos,
residências ou edifícios públicos.
Ou seja, para o mundo romano, a
sexualidade tinha também um significado religioso e era entendida como um
símbolo de abundância e fertilidade.
O amor impresso nas paredes é imanente à
vida como comer e dormir e deste sentimento também faz parte a união sexual e
suas práticas.
O sexo em Pompeia não era mais nem menos
do que noutras localidades e o estudo atento dos escritos que as pessoas do
povo deixaram profusamente por toda a cidade sob a forma de “grafites” foi
muito importante para comprovar que era falsa a concepção de que a sociedade
pompeiana era sexualmente devassa e perversa.
Diz a investigadora Lourdes Feitosa:
- “As inscrições teimam em fugir da
camisa-de-força da inactividade, da apatia social, do preconceito e do
obscurantismo com que ainda tem sido tratada a questão da sexualidade e da
actuação social dessa significativa parcela da população romana”
Ao contrário do que aconteceu nos
estudos de outras civilizações, em Pompeia não foram encontradas representações
explícitas dos órgãos sexuais femininos sozinhos pois a ideia da fertilidade
era representada pelo falo.
A mulher, para a sociedade de Pompeia,
era o receptáculo da semente masculina o que, no entanto, não a terá reduzido a
um papel de submissão durante o acto sexual pois em muitas imagens elas
aparecem numa posição superior durante a cópula.
A prostituição era então considerada
como um mal necessário porque ajudava a garantir a virtude das damas cuja vida
sexual, na sociedade das elites, na esmagadora maioria das vezes, estava
reduzida à função reprodutora.
Quando o poeta Ovídeo publicou, no ano 2 AC , a obra “A Arte de Amar”,
as suas ideias de que o sexo deveria contemplar o prazer mútuo foram
consideradas subversivas o que revela o carácter predominantemente machista e
conservador de Pompeia contrariando em absoluto a concepção de uma sociedade
devassa e promíscua que, de uma forma errada, lhe pretenderam colar".
quinta-feira, maio 02, 2013
A ciência e a técnica ao serviço da informação, sem demagogias... talvez haja uma esperança num mundo mais igualitário. Não deixem de ver este pequeno filme.
TAL DONO, TAL CÃO
|
JOGGING À CHUVA
A mulher está com o
amante na cama quando o marido mete a chave à porta.
- "Depressa, Fernando, sai pela
janela que é rés-do-chão".
- "Assim
despido? Está a chover e ainda apanho uma pneumonia!"
- "Salta já que
ele está quase a chegar ao quarto e mata-nos...."
O amante salta e, na rua, encontra um
casal a fazer jogging. Junta-se a eles e corre também.
O homem pergunta:
- "Você faz sempre jogging assim
despido?"
- "É verdade.
Não suporto a roupa quando faço desporto"
- "E usa sempre
preservativo?!"
- "Não, não! Só quando
chove..."
Episódio Nº 6
Tinha uma que começava assim:
Leitores que caso horrível
Vos aqui
vou relatar
Me faz o corpo tremer
E os cabelos arrepiar
Pois nunca pensei no mundo
Existisse um ente imundo
Capaz de seus pais matar.
Era a história da filha
maldita, caso que os jornais haviam relatado, com grandes títulos, e um poeta
popular, autor de A B C e de sambas, rimava para vender a 200 réis no mercado.
António Balduíno adorava
esta história. Ficava pedindo para a velha contar de novo e fazia berreiro quando
não era atendido.
Gostava também de ouvir os
homens contar casos de António Silvino e Lucas da Feira. Nestas noites não ia
brincar. Uma vez lhe perguntaram:
- Quando você crescer o que é que vai ser?
Ele respondeu prontamente:
- Jagunço…
Não sabia de carreira mais
bela e mais nobre, carreira que requeresse mais virtudes, saber atirar e ter
coragem.
- Você precisa é de ir para a escola – diziam.
Ele perguntava a si mesmo
para quê. Nunca ouvira dizer que jagunço soubesse ler. Sabiam ler os doutores e
os doutores eram uns sujeitos moles.
Ele conhecia o doutor
Olímpio, médico sem clientela que de vez em quando subia o morro à procura de
clientes que não existiam e o doutor Olímpio era um sujeito fraco, magro, que
não aguentava um tabefe bem dado.
Também sua tia mal sabia ler
e no entanto era respeitada no morro, ninguém mexia com ela, ninguém tirava
prosa. Quando a dor de cabeça a atacava, quem era besta de conversar com a
velha Luísa?
Essas dores de cabeça da
velha negra atemorizavam António Balduíno. De vez em quando sua tia era
atacada, ficava como doida, berrava, os vizinhos acudiam e ela botava para
fora, dizendo que não queria diabo nenhum ali, que fossem para o inferno.
Um dia António Balduíno
ouviu duas vizinhas que estavam conversando quando o ataque pegou a velha
Luísa.
Uma negra velha dizia.
- Ela tem dor de cabeça é de levar todas as
noites essas latas toda noite para o Terreiro. Vai esquentando a cabeça…
- Qual o quê, sinhá Rosa! Aqui lo é o espírito, não está vendo logo. Espírito e
dos bons. Dos que andam perdidos sem saberem que já morreram. Andam vagando,
procurando um corpo de vivente para se meter dentro. Espírito de condenado,
Jesus Cristo me perdoe.
As outras apoiavam. António
Balduíno é que ficava numa grande dúvida e num grande medo. Temia as almas do
outro mundo. Mas não compreendia por que elas iam habitar a cabeça da sua tia.
Nestes dias Jubiabá vinha a
sua casa. António Balduíno ia chamá-lo a mando de Luísa. Chegava na porta
pequena da casa baixa e batia. A voz vinha de lá de dentro perguntando quem
era.
- Tia Luísa está pedindo para ir lá a casa que
ela está atacada…
E saía correndo. Tinha um
medo doido de Jubiabá. Se escondia atrás da porta e pela greta ficava espiando
o feiticeiro que vinha, a carapinha branca, o corpo curvo e seco, apoiado num
bastão, andando devagarinho.
quarta-feira, maio 01, 2013
CANTIGAS DE MAIO - ZECA AFONSO
O revolucionário mais "puro" da Revolução portuguesa. Ao mesmo tempo, a melhor voz, o melhor músico, o melhor cantor. Uma eterna saudade. Ficou para sempre no meu coração e no de muitos compatriotas meus.
Muitos pagaram com a vida na luta pelas 8 horas de trabalho diárias |
1º de Maio
Dia do
Trabalhador
Trabalhador
Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a
redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação de
milhares de pessoas. Nesse dia teve início uma greve geral nos EUA.
No dia 3 de Maio houve um pequeno levantamento que
acabou com uma escaramuça com a polícia e com a morte de alguns manifestantes.
No dia seguinte, 4 de Maio,
uma nova manifestação foi organizada como protesto pelos acontecimentos dos
dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba por
desconhecidos para o meio dos policiais que começavam a dispersar os
manifestantes, matando sete agentes.
A polícia abriu
então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. Estes
acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket.
Três anos mais tarde, no dia 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu por proposta de Raymond Lavigne convocar anualmente uma manifestação
com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário.
A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às
lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de 1891 uma manifestação no norte de França é dispersa pela polícia resultando na
morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve para reforçar o dia como um
dia de luta dos trabalhadores e meses depois a Internacional Socialista de Bruxelas proclama esse dia como dia
internacional de reivindicação de condições laborais.
Em 23 de Abril de 1919 o senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o
dia 1 de Maio desse ano dia feriado.
Em 1920 a Rússia adopta o 1º de Maio como feriado
nacional, e este exemplo é seguido por muitos outros países.
Apesar de até hoje os Estados Unidos se negarem a
reconhecer essa data como sendo o Dia do Trabalhador, em 1890 a luta dos
trabalhadores estado-unidenses conseguiu que o Congresso aprovasse que a
jornada de trabalho fosse reduzida de 16 para 8 horas diárias.
Dia do Trabalhador em Portugal
Em Portugal, só a partir de Maio de 1974 (o ano da Revolução do 25 de Abril)
é que se voltou a comemorar livremente o Primeiro
de Maio e este passou a ser
feriado. Durante a ditadura do Estado Novo,
a comemoração deste dia era reprimida pela polícia.
O Dia Mundial dos Trabalhadores é comemorado por todo o
país, sobretudo com manifestações, comícios e festas de carácter
reivindicativo, promovidas pela central sindical CGTP-IN (Confederação
Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical) nas principais cidades de Lisboa e Porto,
assim como pela Central Sindical UGT (União Geral dos Trabalhadores).
No Algarve, assim como na Madeira e Açores é
costume a população fazer piqueniques e são organizadas algumas festas nas
regiões.
Dia do
Trabalhador no Brasil
Até o início da Era Vargas (1930-1945)
certos tipos de agremiação dos trabalhadores fabris eram bastante comuns,
embora não constituísse um grupo político muito forte, dado a pouca
industrialização do país. Esta movimentação operária tinha se caracterizado em
um primeiro momento por possuir influências do anarquismo e
mais tarde do comunismo, mas com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, ela foi
gradativamente dissolvida e os trabalhadores urbanos passaram a ser
influenciados pelo que ficou conhecido como trabalhismo.
Até então, o Dia do Trabalhador era considerado por
aqueles movimentos anteriores (anarqui stas
e comunistas) como um momento de protesto e crítica às estruturas
sócio-económicas do país. A propaganda trabalhista de Vargas, subtilmente,
transforma um dia destinado a celebrar o trabalhador no Dia do Trabalhador. Tal
mudança, aparentemente superficial, alterou profundamente as actividades
realizadas pelos trabalhadores a cada ano, neste dia. Até então marcado por
piquetes e passeatas, o Dia do Trabalhador passou a ser comemorado com festas
populares, desfiles e celebrações similares.
Actualmente,
esta característica foi assimilada até mesmo pelo movimento sindical:
tradicionalmente a Força Sindical (uma organização que congrega
sindicatos de diversas áreas, ligada a partidos como o PDT)
realiza grandes shows com nomes da música popular e sorteios de casa própria.
Na maioria dos
países industrializados, o 1º de Maio é o Dia do Trabalho. Comemorada desde o
final do século XIX, a data é uma homenagem aos oito líderes trabalhistas
norte-americanos que morreram enforcados em Chicago (EUA), em 1886. Eles foram
presos e julgados sumariamente por dirigirem manifestações que tiveram início
justamente no dia 1º de Maio daquele ano. No Brasil, a data é comemorada desde
1895 e virou feriado nacional em Setembro de 1925 por um decreto do presidente
Artur Bernardes.
Aponta-se que o carácter massificador do Dia do
Trabalhador, no Brasil, se expressa especialmente pelo costume que os
governos têm de anunciar neste dia o aumento anual do salário mínimo. Outro
ponto muito importante atribuído ao dia do trabalhador foi a criação da
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, em 01 de Maio de 1943.
Num circo, durante a apresentação , um leão escapou da jaula e foi
para cima do público.
Alguns, ao verem o pobre
deficiente, gritavam para que alguém lhe acudisse:
- Olha o aleijado!!!
Olha o aleijado!!
E o aleijado girava cada
vez mais rapidamente na sua cadeira.
- Olha o aleijado!!! Olha o
aleijado!!!- VÃO-SE TODOS FODER, SEUS FILHOS DA PUTA!!! DEIXEM O LEÃO ESCOLHER SOZINHO, PORRA!!!