Aeroporto em Alcochete
AEROPORTO EM ALCOCHETE
A maioria esmagadora das pessoas que se pronunciam sobre a localização do novo Aeroporto não tem competência para o fazer. Claro que vão ouvindo o que os especialistas vão dizendo na área das suas especialidades mas valorizam apenas o que favorece as suas posições.
A oposição ao governo é contra a Ota porque não lhes ficaria bem, a eles que são da oposição, estarem de acordo com o governo mesmo quando concordavam com ela, meses atrás, ao tempo em que eram poder.
Não sei porquê mas às vezes fico com a sensação que, neste país, ser da oposição é ser do contra.
Recordo, a este propósito, o Vereador da oposição na Câmara do meu Concelho que foi chamado à atenção pelo seu colega de partido porque concordava demasiadas vezes com as propostas do Presidente da Câmara porque a sua obrigação era estar contra, mesmo quando ele entendia que a proposta que devia contestar ia ao encontro dos interesses do seu Concelho.
Cavalgar a onda contra a Ota foi, a partir de um determinado momento, uma espécie de tsunami que levou tudo à frente e nos conduziu até Alcochete mas, para que esta simpática localidade não fique sozinha como alternativa à Ota, em breve teremos mais um estudo sobre a Portela + 1 como 3ª alternativa e, desta forma, recuamos ao ponto de partida de há 30 anos atrás quando se ignorava que existia Alcochete e se podia potenciar a Aeroporto da Portela com outro ao lado que lhe prolongasse o tempo de vida.
E este é o momento querido dos portugueses, quando se discute tudo indefinidamente sabendo ou não daquilo que falamos, armados em treinadores de bancada a teimando e insistindo que o treinador é uma “besta” que não percebe nada daquilo que é o seu ofício mas nós, seres iluminados, sabemos de tudo do que nos diz respeito e do que não diz.
Neste momento, sobre a terra, nenhum outro povo sabe tanto de aeroportos como os portugueses e façam-se os estudos que fizerem os que são contra a Ota continuarão a sê-lo e os que são a favor do aeroporto na margem sul manter-se-ão na sua.
Tudo ou quase tudo o que se fez ao longo de 30 anos foi perda de tempo. As decisões pensadas e estudadas com muita antecedência perdem a validade porque a decisão que vale é a que é tomada em função da conjuntura política do momento e se ela for bloqueadora não faz mal, adia-se tudo e faz-se amanhã…à portuguesa.
De tudo quanto se disse sobre a localização do novo Aeroporto o que eu depreendi é que a solução a sul do Tejo onde a orografia é muito mais favorável com grande repercussão no preço final do Aeroporto foi posta de lado por motivos de natureza ambiental considerados inultrapassáveis:
-Estar em cima de um lençol freático que é a maior reserva de água potável da Península Ibérica que poderia ser contaminada pelos gases dos motores dos aviões que se infiltrariam nos terrenos;
-Proximidade das bacias hidrográficas dos Rios Tejo e Sado, ecossistemas extremamente importantes e sensíveis que, inevitavelmente, seriam atingidos na sua vulnerabilidade pela proximidade de um Aeroporto com a dimensão daquele que se pretende construir e tudo aquilo que ele arrasta consigo.
- Corredor de aves migratórias que têm direitos adquiridos por terem chegado há muitos mais anos àqueles espaços como rota para os seus destinos.
Independentemente de questões de centralidade territorial, os motivos atrás apontados inviabilizaram a localização do Aeroporto na margem sul do Tejo e por isso ter sido encarada a Ota, muito mais dispendiosa, mas que não encontrou alternativa a menos que os estudiosos estivessem cegos ou o território do país já não seja o mesmo que era há 30 anos atrás…
Resta a hipótese da Portela +1 que, sendo possível do ponto de vista técnico e de custos de exploração, beneficiaria de um largo consenso por ser muito mais económica e cómoda para todos os lisboetas e a todos quantos têm Lisboa como destino final mas, será esse o tipo de Aeroporto que o país precisa tendo em vista o seu futuro?
Continuemos, pois, a estudar…
A maioria esmagadora das pessoas que se pronunciam sobre a localização do novo Aeroporto não tem competência para o fazer. Claro que vão ouvindo o que os especialistas vão dizendo na área das suas especialidades mas valorizam apenas o que favorece as suas posições.
A oposição ao governo é contra a Ota porque não lhes ficaria bem, a eles que são da oposição, estarem de acordo com o governo mesmo quando concordavam com ela, meses atrás, ao tempo em que eram poder.
Não sei porquê mas às vezes fico com a sensação que, neste país, ser da oposição é ser do contra.
Recordo, a este propósito, o Vereador da oposição na Câmara do meu Concelho que foi chamado à atenção pelo seu colega de partido porque concordava demasiadas vezes com as propostas do Presidente da Câmara porque a sua obrigação era estar contra, mesmo quando ele entendia que a proposta que devia contestar ia ao encontro dos interesses do seu Concelho.
Cavalgar a onda contra a Ota foi, a partir de um determinado momento, uma espécie de tsunami que levou tudo à frente e nos conduziu até Alcochete mas, para que esta simpática localidade não fique sozinha como alternativa à Ota, em breve teremos mais um estudo sobre a Portela + 1 como 3ª alternativa e, desta forma, recuamos ao ponto de partida de há 30 anos atrás quando se ignorava que existia Alcochete e se podia potenciar a Aeroporto da Portela com outro ao lado que lhe prolongasse o tempo de vida.
E este é o momento querido dos portugueses, quando se discute tudo indefinidamente sabendo ou não daquilo que falamos, armados em treinadores de bancada a teimando e insistindo que o treinador é uma “besta” que não percebe nada daquilo que é o seu ofício mas nós, seres iluminados, sabemos de tudo do que nos diz respeito e do que não diz.
Neste momento, sobre a terra, nenhum outro povo sabe tanto de aeroportos como os portugueses e façam-se os estudos que fizerem os que são contra a Ota continuarão a sê-lo e os que são a favor do aeroporto na margem sul manter-se-ão na sua.
Tudo ou quase tudo o que se fez ao longo de 30 anos foi perda de tempo. As decisões pensadas e estudadas com muita antecedência perdem a validade porque a decisão que vale é a que é tomada em função da conjuntura política do momento e se ela for bloqueadora não faz mal, adia-se tudo e faz-se amanhã…à portuguesa.
De tudo quanto se disse sobre a localização do novo Aeroporto o que eu depreendi é que a solução a sul do Tejo onde a orografia é muito mais favorável com grande repercussão no preço final do Aeroporto foi posta de lado por motivos de natureza ambiental considerados inultrapassáveis:
-Estar em cima de um lençol freático que é a maior reserva de água potável da Península Ibérica que poderia ser contaminada pelos gases dos motores dos aviões que se infiltrariam nos terrenos;
-Proximidade das bacias hidrográficas dos Rios Tejo e Sado, ecossistemas extremamente importantes e sensíveis que, inevitavelmente, seriam atingidos na sua vulnerabilidade pela proximidade de um Aeroporto com a dimensão daquele que se pretende construir e tudo aquilo que ele arrasta consigo.
- Corredor de aves migratórias que têm direitos adquiridos por terem chegado há muitos mais anos àqueles espaços como rota para os seus destinos.
Independentemente de questões de centralidade territorial, os motivos atrás apontados inviabilizaram a localização do Aeroporto na margem sul do Tejo e por isso ter sido encarada a Ota, muito mais dispendiosa, mas que não encontrou alternativa a menos que os estudiosos estivessem cegos ou o território do país já não seja o mesmo que era há 30 anos atrás…
Resta a hipótese da Portela +1 que, sendo possível do ponto de vista técnico e de custos de exploração, beneficiaria de um largo consenso por ser muito mais económica e cómoda para todos os lisboetas e a todos quantos têm Lisboa como destino final mas, será esse o tipo de Aeroporto que o país precisa tendo em vista o seu futuro?
Continuemos, pois, a estudar…