sábado, novembro 27, 2010

VÍDEO

Falta de lubrificação...

Nada como Ouvir uma
Segunda Opinião...



Briga feia de um casal durante o café da manhã. No meio dela, o marido, já atrasado para o trabalho grita ao pé da porta:


- E fique sabendo... nem na cama você é boa!!!


Passado um tempo, depois de chegar ao trabalho, arrependido, liga para a esposa a pedir-lhe desculpa... Ela demora a atender...


- Por que é que demoraste tanto para atender?


- Eu? - Estava na cama, respondeu ela.


- Na cama, fazendo o quê a uma hora destas?


- Estava a ouvir uma segunda opinião...

NANA MOUSKOURI - AVÉ MARIA
Um teste de perfeição... simplesmente espetacular... sublime... magistral...
obrigado Nana... Estes são alguns dos comentários que se podem ler sobre esta interpretação... a unanimidade é total.

DONA

FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS



Episódio Nº 280


Era noite de Domingo, os salões superlotados. A orquestra atacou um fox, os pares saíram para a pista de dança, Mirandão reconheceu o argentino Bernabó e dona Nancy. Na caixa trocou os cem mil réis de dona Flor por fichas. Pôs duas no bolso, das menores. “Estas são para o 17 do Vadinho, mais tarde”. Dividiu as outras em dois grupos uniformes: metade para o 3, e metade para o 32.

Na mesa da roleta sorriu para o Lourenço Mão-de-Vaca, o crupiê, seu velho conhecido. Com mão certeira atirou com uma ficha para o 3, e outra para o 32. E eis que voltearam as duas no ar e foram ambas juntas cair no 17. No momento exacto em que Lourenço anunciava jogo feito.

Deu, é claro, o 17. E nunca mais pararia de dar, para todo o sempre e certamente, se à meia-noite e pouco, sob pretexto de defeito na bacia da roleta, Pelancchi Moulas não ordenasse a suspensão do jogo.


No apartamento de Zulmira, no regaço da cabrocha, na bem-aventurança dos seus fartos seios, Pelancchi Moulas ouvia o relatório do professor Máximo Sales: a bacia e a mesa da roleta, desmontadas peça por peça, sujeitas a todos os testes, não revelaram vício ou defeito, nenhum sinal de bandalheira.

- Eu já sabia… É inútil… - gemeu o pobre rei.

Ali, naquele endereço conhecido apenas de uns poucos, escondia-se o grande homem, o dono da cidade, o chefe do governador, fugindo aos chatos e às aporrinhações. Em seu escritório ( “Pelancchi Moulas, empresário”) era um desfile permanente, da manhã à noite: indivíduos de variada espécie, comissões de todo o tipo, cada qual com sua lista, sua carta, seu pedido, seu problema, seu aleijão, sua vigarice. Vinham todos em busca de dinheiro.

Dinheiro para construir igrejas, comprar sinos, contribuições para hospitais e obras pias, para asilos de velhos e reformatórios de crianças, ajuda para caravanas de estudantes ao sul e ao norte do país. Jornalistas e políticos, ávidos, insaciáveis, necessitando todos eles de um dinheirinho para salvar a pátria, a moral cristã, a civilização, e o regímen de tenebrosa e fatal ameaça da subversão e do ateísmo. Literatos com planos de revistas e originais de livros: “o senhor é amigo da cultura, das letras e das artes, da poesia; é o próprio mecenas redivivo (Pelancchi tinha vontade de dizer. “Mecenas é a puta que o pariu”, em vez disso soltava uma pelega de vinte ou de cinquenta, conforme fosse o mordedor um jovem génio ou um velho sonetista). Reformadores, moralistas, católicos, protestantes, esotéricos, todos os que combatiam os maus costumes e a anarquia, o perigo comunista e o amor livre, o iníquo abandono das regras da gramática portuguesa (o pronome oblíquo a começar as frases) e o escandaloso decote dos maiôs nas praias (exibindo tudo, até as vísceras). A Associação das Mães de Família em Permanente Vigília contra o Álcool, a prostituição e o Jogo, sendo as mães de família principalmente António Chinelinha no começo da sua carreira promissora; a Sociedade Protectora das Missões na Oceânia; a Campanha contra o Analfabetismo, do Major Cosme de Faria; a Devoção de São Genaro e o clube Carnavalesco das Alegres Morenas do Cabula. Enfermos de todas as enfermidades, da lepra ao câncer, da bubônica ao beribéri, da doença de Chagas à doença de São Guido e os batalhões de cegos e pernetas, de cotos, sem falar nos malucos e naqueles que vinham pedir dinheiro, pura e simplesmente, sem nenhum pretexto, com a cara mais limpa deste mundo.

Pelancchi descansava de tudo isto no apartamento e nos seios de Zulmira, refúgios agora mais que nunca preciosos: só neles cabendo o medo pânico a acometê-lo, a dominá-lo
.


ENTREVISTAS VFICCIONADAS


COM JESUS CRISTO Nº 72 SOB O TEMA:

“QUEM FOI CONSTANTINO”




Raquel – Emissoras Latinas continuam na antiga Cesarea de Filipo e o nosso Departamento de Imprensa elaborou um kit de Identificação, um retrato falado do fundador da igreja, o imperador Constantino. Junto de nós, como em dias anteriores, Jesus Cristo.

Jesus – Tenho muita curiosidade em saber mais coisas desse Constantino. Estou vendo um lobo com pele de ovelha.

Raquel – Pelos dados, parece um lobo com pele de ovelha. Vejamos, personagem cruel e sanguinária. Massacrou populações inteiras em toda a Europa. No Circo de Roma destruiu os seus inimigos por feras esfomeadas. Degolou o seu filho Crispo, assassinou o seu sogro, matou igualmente o seu cunhado e fez ferver viva a esposa Fausta. Prossigo?

Jesus – E esse Zorro, pior que Herodes, é que fundou a igreja?

Raquel – Temos novamente contacto com o nosso assessor Pepe Rodrigues. No programa anterior o senhor falou-nos de um pacto entre Constantino e alguns bispos.

Pepe – Assim foi. E por esse pacto, o cristianismo, que havia sido a religião dos oprimidos, converteu-se em religião do Estado, religião única e oficial do Império Romano. Constantino doou muitas propriedades à igreja, ordenou a construção de templos luxuosos financiados com dinheiros públicos e três séculos depois de Jesus Cristo, exactamente no ano 325, convocou o tristemente célebre, Concílio de Niceia.

Raquel – Mas os Concílios não são convocados pelos Papas?

Pepe – Este o convocou o imperador. Por certo, o bispo de Roma que andava pegado com ele nem sequer foi convidado.

Raquel – Que pretendia Constantino com esse Concílio?

Pepe – Controlar a igreja, pô-la ao seu serviço. Um só Império: o romano; e um só Deus: o imposto por Constantino.

Raquel – Por que dizes isso, Pepe?

Pepe - Porque nesse Concílio, Constantino definiu quem era o senhor, Jesus Cristo.

Jesus – Quem era eu?

Pepe – Sim, em Niceia aprovaram a consubstancialidade do senhor com o Pai, o famoso dogma da Santíssima Trindade. O Credo que hoje rezam nas igrejas não o inspirou o Espírito Santo, formulou-o Constantino.

Jesus – Recordas-te, Raquel, de tudo o que falámos nos dias anteriores? Disse-te, eu não tenho nada a ver com isto…

Raquel – Esse Credo foi aprovado pelos bispos?

Pepe – Na realidade ninguém aprovou nada porque Constantino tinha a primeira e última palavra em tudo. Ele declarou que todas as igrejas que não obedecessem a Roma eram consideradas hereges e autorizou a perseguição e morte daqueles que não aceitassem as decisões do Concílio de Niceia. De perseguida, a igreja converteu-se em perseguidora.

Raquel – E os bispos não reagiram?

Pepe – Alguns, sim, mas foram desterrados e outros envenenados. O Concílio terminou com um grande banquete oferecido por Constantino aos bispos que estiveram presentes que dele receberam também prendas e cargos públicos com bons soldos pagos pelos cofres do Império.

Jesus – Isso que o senhor nos conta é… uma abominação.

Pepe – Por isso lhe disse que Constantino foi quem o assassinou a si, Jesus Cristo. Em Niceia enterraram a sua mensagem e nasceu a Santa Madre Igreja, Católica, Apostólica e Romana. Acima de tudo Romana.

Raquel – Alguma informação mais?

Pepe – Complete o seu kit de informação sobre Constantino dizendo que em vida fez-se chamar: “Pontífice Máximo”; “Caudilho Amado de Deus”; “Vigário de Cristo”.

Na sua morte fez com que o enterrassem como o 13º Apóstolo.

Raquel – Obrigado, Pepe. Chega por hoje.

Jesus – Sim, é suficiente. A cada dia a sua aflição.

Raquel Perez, Emissoras Latinas, Cesarea de Filipo.

sexta-feira, novembro 26, 2010

No Porto, um bêbado estava a passar pelo rio Douro, quando viu um grupo de evangélicos a orar e a cantar. Resolveu perguntar:

- O que se está a passar... hic... aqui?
- Estamos a fazer um baptismo nas Águas. Você também deseja encontrar o Senhor?
- Hic... Eu quero, sim...

Os evangélicos vestiram o bêbado com uma roupa branca e levaram-no para a fila.

Numa margem do rio estava um pastor que pegava nos fieis, mergulhava a cabeça deles na água, depois tirava e perguntava:

- Irmão... viste Jesus?
- Ah, eu vi, sim...

E todos os evangélicos diziam:
- Aleluia! Aleluia!

Quando chegou a vez do bêbado, o pastor meteu-lhe a cabeça na água, depois tirou e perguntou-lhe:

- Irmão... viste Jesus?
- Num bi! - Disse o bêbado.

O pastor colocou novamente a cabeça do bêbado na água e deixou-a lá um certo tempo. Depois tirou-a e perguntou:

- E agora, irmão.. viste Jesus?
O bêbado já bastante ofegante, lá disse:
- Num bi!

O pastor, já nervoso, colocou de novo a cabeça do bêbado debaixo de água e deixou-a lá por uns cinco minutos. Depois puxou o bêbado e perguntou-lhe:

- E agora, irmão.. já conseguiste ver Jesus?
O bêbado, já mole e trôpego de tanta água engolir, disse:

- Fuoda-se , já disse que não, carago! Bocês têm a certeza de que ele caiu aqui????...

NANA MOUSKOURI - LOVE STORY
Uma das mais lindas canções de amor numa das mais lindas vozes femeninas. É uma história de amor clássica de um filme de 1970, Love Story, considerado o mais romântico de todos os tempos pelo American Film Institut. O autor da música, Francis Lai, ganhou um Óscar pelo seu trabalho. A letra da canção começa assim: ... nós éramos jovens quando eu te vi pela primeira vez... eu fecho os olhos e começo a lembrar... eu estava aqui na varanda ao ar de verão...


DONA


FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS



Episódio Nº 279


Via-se de repente Mirandão contando tudo e com detalhes:

- … a voz dele, igualzinha, comadre, me mandando ir jogar, hoje, sem falta. Que eu não deixe de ir…

Dona Flor o via; ali, sentado no beiral da janela, sob a luz da tarde, Vadinho lhe punha olhos de frete. Ela fazia por não ver, mas, mesmo não querendo, sua vista se esgueirava para a nudez do moço, a pele branca e lisa, a penugem de ouro, o corte da navalha, a boca oferecida.

- De quanto necessita, meu compadre?

- Pouca coisa…

Foi em busca do dinheiro, Vadinho a acompanhou, no quarto a envolveu nos braços e num beijo. Dona Flor, a pobre, nem gritar podia, com o compadre à porta, à espera. Sua resistência se desmanchou no beijo.

- Ai, Vadinho… gemeu ao fim e ela própria então lhe ofereceu os lábios, perdidas a razão e a pudicícia.

Vadinho a veio trazendo para a cama, buscando ao mesmo tempo desnudá-la. Não fosse ter ouvido os passos do compadre dentro de casa, talvez dona Flor deixasse ali, naquela hora, sua honra de mulher casada, de esposa honesta.

No último momento voltou a si, trancou as pernas, desprendeu-se do beijo e da vertigem, saiu debaixo de Vadinho:

- Que maluquice… com o compadre aí…

- Está lá fora…

- Está na sala… Me deixe, que vergonha!

Ajeitou os cabelos com os dedos, se compôs. Na sala de jantar Mirandão bebia água, ela lhe deu a cédula amassada no suor de sua mão.

- Obrigado comadre, nem sei como lhe agradecer. Se eu não ganhar hoje não ganho nunca mais. É uma certeza, é como se o compadre estivesse junto de mim a me dar sorte.

Na porta da rua, Mirandão riu e revelou seu plano:

- Só que ele está querendo que eu jogue no 17 e eu vou jogar é no 3 e no 32 que não sou doido. Uma vez, comadre, acertei quatro plenos seguidos no 32, foi uma sensação.

- Idiota!

- Ouviu, comadre? Ouviu ele falar? Era a voz dele ou não. Me diga…

Dona Flor, o corpo mole, o coração descompassado, a boca ardida e seca, falou baixinho:

- Não ligue não, compadre, às vezes ele também me atenta…

Mirandão não entendeu. Naquele dia, aliás, estava tudo atrapalhado, sem explicação e sem sentido. Com a noite a nascer de súbito e de uma só vez para os lados do poente, adiantada sobre a hora, sem esperar as cores em roxo do crepúsculo, uma noite toda azul. O relógio de Mirandão marcou a hora do jogo, ele não podia perder uma só parada, uma bola sequer.

Adeus, minha comadre, amanhã venho lhe pagar…

- Precisa não, compadre, se ganhar compre uns bombons para os meninos, dê em meu nome…

Fez uma pausa, completou baixando a voz:

- …e no de seu compadre…

O beijo de Vadinho lhe aflorou a face como se fosse a viração daquela noite azul.

- Até logo, meu bem… De noite eu venho lhe tirar da cama… Me espere… sem falta me
espere

quinta-feira, novembro 25, 2010

VÍDEO
Da sua vocação para abateria não ficam dúvidas, nem da sua alegria em tocar...

NANA MOUSKOURI - PLAISIR D'AMOUR
Já repararam, com certeza, que os grandes êxitos musicais teriam perdido muito se Nana não os tivesse interpretado...


DONA

FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS


Episódio Nº 278


O nome de Vadinho veio à baila e Roberto declamou, erguendo o copo de cerveja, a ode do poeta Godofredo, mas, quanto a dinheiro, estava liso, sem vintém.

De bucho cheio, com a alma leve (nada como um bom sarapatel para lavar a alma num domingo), Mirandão se bateu inutilmente pelas ruas, atrás de numerário. Se arranjasse dinheiro suficiente haveria de perder algum no 17. Seu número era o 3 sendo-lhe igualmente simpático o 32. Um desperdício jogar no 17, e ele o faria como se depositasse flores no túmulo de Vadinho.

Mas, sendo Domingo, onde obter dinheiro? Todo o mundo no futebol ou no cinema, ninguém na rua. Dois ou três amigos disponíveis negaram-se a lhe financiar a sorte, uns pessimistas.

Quando já sem esperança lembrou-se de sua comadre dona Flor. Nunca recorrera a ela para questões de jogo, só para atender à saúde dos meninos e certa vez para um concerto no telhado de sua residência pois o senhorio recusara-se a cumprir as obrigações de proprietário, revelando-se mesquinho e desalmado:

- Chovendo dentro de casa? Em cima dos meninos? Por mim, seu Mirandão, pode chover quanto quiser em cima de quem for, pode cair a parede, o telhado, a cumeeira, que me importa? A casa é minha? Pois a casa mais parece de Vossa Senhoria, meu caro amigo. Já vão mais de seis anos que eu não vejo a cor do seu dinheiro…

E se encontrasse o doutor Teodoro. Depois do novo casamento da comadre, Mirandão só uma vez a visitara, não querendo impor sua presença ao farmacêutico que não teria certamente gosto em vê-lo, tão parecido era ele com Vadinho, sua cópia ou o seu retrato, não no físico – um loiro, outro mulato – mas na moral ou na falta de moral, como preferiam alguns.

Naquela tarde, porém, não tinha, Mirandão outro recurso; ou incomodar a comadre ou desistir do jogo.

- Olhe quem nos aparece… - disse dona Gisa a dona Flor, as duas sentadas em cadeiras na calçada.

- Meu Deus, ele se mostrou a Mirandão… - pensa dona Flor em susto pois ao lado compadre vinha o ex-finado, todo faceiro e nu (abandonara a camisa de mulheres provocantes).

Não, Mirandão não o enxergava. Ainda bem. Saudando dona Flor e dona Gisa o compadre pediu notícias da saúde do doutor.

- Está óptimo. Foi a uma reunião na Sociedade de Farmácia…

- E eu que não sabia que você estava aqui sozinha… - disse Vadinho, mas só dona Flor o ouviu e não lhe fez caso.

Dona Gisa ainda conversou um pouco, mas logo depois pediu licença, pretextando deveres de inglês a corrigir. Mirandão sentou-se na cadeira vaga:

- Minha comadre, me desculpe, mas é que estou numa precisão medonha…

- Alguém doente em casa, meu compadre?

- Quase inventa uma doença, um filho com febre, necessitado de remédio e médico. Mas por que afligir a comadre, além de lhe abiscoitar os cobres?

- Não, comadre, não é nada de doença… É mesmo jogo…

- Ainda bem, compadre
.

DITADOS POPULARES...

- Um homem com um relógio sabe as horas que são... com dois nunca tem a certeza,


- Não olhe onde caíu mas para onde escorregou.


- Quando se quiser vingar cave duas supulturas, uma para você mesmo.
- O tempo que você perdeu divertindo-se não foi perdido.

Rapidinhas


O garoto apanhou da vizinha e a mãe foi tirar satisfações:

- Por que é que a senhora bateu no meu filho?

- Ele foi mal-educado, chamou-me gorda.

- E a senhora acha que vai emagrecer batendo nele?


GREVE
GERAL




No Diário de Notícias de hoje, 25, sob o título - “Grande alegria” na jornada de descontentamento - Carvalho da Silva e João Proença ostentam na fotografia conjunta um sorriso de orelha a orelha: “Unidos na greve e na proclamação do sucesso”.

Desculpem, mas aqueles sorrisos abertos, rasgados, de alegria e felicidade causaram-me uma sensação estranha, tão estranha como a presença de um palhaço aos saltos num cortejo fúnebre.

De que riem aqueles senhores, de onde lhes vem aquela despropositada alegria?

Então o país está angustiado, com futuro incerto, sem sabermos como vai ser o dia de amanhã e eles, representantes dos trabalhadores, os mais atingidos nesta situação, sorriem de orelha a orelha com a alegria do sucesso da greve?

Será que os trabalhadores que eles representam não se sentirão ofendidos com aquela manifestação de inusitada alegria?

Deprimidos com a dúvida, a terrível dúvida, sobre o que lhes reserva o futuro imediato, uns sem emprego e perspectivas de o arranjar, outros com o credo na boca para manterem o que têm, como se sentirão eles perante aqueles sorrisos que só a alegria da vitória permite e explica. Vitória... de quem?

Que lutem, que tomem em nome dos trabalhadores as decisões que julguem mais acertadas mas, por favor, mesmo sabendo que o rendimento dos vossos agregados familiares não correm riscos, tirem da cara esses sorrisos de satisfação.

Melhor que ninguém conhecem a dolorosa realidade: o futuro de Portugal está lá fora, quase todo em Bruxelas e nos “mercados”, “espíritos malignos” que nos perseguem fazendo subir, quase diariamente, a taxa de juros dos empréstimos que temos de continuar a contrair para podermos viver.

Será que eles conseguiram algum sucesso no combate à política irresponsável que ao longo das últimas duas ou três dezenas de anos nos conduziram à situação em que nos encontramos?

Se não conseguiram, se o seu contributo para evitarem esta situação foi nulo, então, aqueles dois senhores
riem, de quê?

quarta-feira, novembro 24, 2010

Mania dos Remédios Caseiros...


Um médico, depois de ver a história clínica do paciente, pergunta:
- Fuma?
- Pouco.
- Faz bem. Quanto menos melhor.
- Bebe?
- Pouco.
- Ainda bem.
- Pratica desporto?
- Não posso. Tenho lesões antigas.
- Pois, é pena.
- E sexo, pratica com frequência?
- Muito pouco.
- Isso é que não pode ser. Se não pratica desporto, deve compensar fazendo muito sexo. Vá para casa e pense bem nisso...
Ele foi para casa, contou à mulher o que o médico lhe tinha dito e, de seguida foi tomar um banho. A mulher, esperançosa, enfeita-se, perfuma-se, põe o seu melhor baby-doll e fica à espera dele, numa pose toda provocante.
Ele sai do chuveiro, perfuma-se cuidadosamente, começa a vestir-se, e a mulher, surpreendida, pergunta:
- Aonde é que vais?
- Não ouviste o que o médico me disse?
- Sim, por isso mesmo estou aqui, já prontinha para... tu sabes!
Então ele responde:

- Ah, Francisca, Francisca, lá estás tu outra vez com a mania dos remédios caseiros...

INFORMAÇÔES ADICIONAIS

À ENTREVISTA Nº 71 SOB O TEMA:

- “QUEM FUNDOU A IGREJA” (3 e último)





Primeiro Imperador Romano Cristão

Com um hábil oportunismo político, convencido que o Império Romano em crise necessitava de ser unificado debaixo de uma única filosofia, de um único poder e de uma única religião, Constantino decidiu atribuir ao Deus dos cristãos e a um sinal da cruz, que disse ter visto em sonhos, a vitória militar contra o seu rival Magêncio, proeza que lhe permitiu converter-se em Imperador Romano do Ocidente, corria o ano 312.

No ano seguinte, 313, Constantino garantiu a liberdade religiosa (ele próprio, nunca deixou de adorar o deus Sol – Deus Sol Invicto - do qual era Sumo Sacerdote e nas suas moedas manteve como símbolo principal o Sol) em todo o Império pelo Édito de Milão e em 315 aboliu a morte na cruz como castigo para delitos.

A partir desse ano começou a “cristianizar” as leis romanas começando a doar terras aos bispos cristãos e a transferir para eles poderes civis. Iniciou também a construção de templos cristãos – “todos dignos do nosso amor ao faustoso”- nas palavras do Papa Eusébio.

Muitos desses templos foram construídos sobre os escombros dos templos da religião romana que mandou destruir excepção feita ao Panteon (Templo de todos os deuses) construído no início do Império, na época greco-romana, um edifício que continua a assombrar os turistas que o visitam e cujo desenho, Miguel Ângelo terá dito que “era angélico e não humano”.

No ano 321, Constantino introduziu o Domingo como feriado religioso e permitiu à igreja cristã possuir propriedades. No ano 325, Constantino consagrou-se como único imperador do Ocidente e do Oriente e convocou o Concílio de Niceia que outorgou legitimidade legal ao cristianismo no Império Romano, definiu quem era Jesus Cristo e qual era a doutrina correcta, ou seja, o “credo” da religião oficial. Morreu em 337 e foi baptizado no seu leito de morte como cristão. (Em vida, mandou matar o seu filho Crispus, sufocou a sua mulher Fausta em banho sobreaquecido, mandou estrangular o marido da sua irmã e chicotear até à morte o filho da irmã).

Com a proibição de todos os cultos e sacrifícios pagãos decretada pelo seu sucessor, Imperador Teodósio, em 380 pelo Édito de Tsalónica, o cristianismo passou a ser a religião de Estado e a igreja de Roma a igreja do Estado e a heresia contra a igreja de Roma era um delito contra o Estado.

Tudo estava consumado… a igreja havia sido fundada.


“Jesus ressuscitará da tumba desta igreja”.

São milhões os cristãos que em todo o mundo anseiam e esperam por uma alteração na igreja, que acreditam que outra igreja é possível. Mas modificar-se-á uma igreja fundada no poder? Recuperará as suas origens do Movimento liderado por Jesus da Nazaré?

No livro do teólogo espanhol Juan Luís Herrero del Pozo “Religião Sem Magia” (Edições El Almendro, 2006) o autor apresenta as suas reflexões com estas audazes palavras:

“O pensamento mágico nasce incrustado dentro do sentido religioso em todos os tempos. É como o bicho do caruncho que avança insidiosamente e quando se faz notar já construiu já construiu milhares de galerias que esvaziaram a madeira e fragilizaram o edifício até fazê-lo ruir.

O edifício completo das igrejas cristãs, o seu emaranhado de dogmas, sacramentos, leis e estruturas está corroído pelo caruncho da magia e não tem futuro.

É estéril e até nocivo o esforço institucional para escorar o edifício. O inevitável desabamento da igreja enche-nos de esperança de ver renascer no deserto o testemunho revolucionário do Maestro da Nazaré”.

Parafraseando o teólogo Paul Tillich, “Jesus ressuscitará do túmulo desta igreja”.

DONA

FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS


Episódio Nº 277


Jogador antigo e experiente, Anacreon respeitava os sonhos, concedendo justo valor a um bom palpite, ainda mais se fornecido por amigo tão leal quanto Vadinho. No fim da tarde, ao prestar as contas, deu seu jeito, capou una trocos, o bom do Raimundo nada disse.

Depois foi o que se soube, assombro e comentário da cidade: aquela sensação ao bacará, o ponto repetido por duas noites sem descanso. Domingos Propalato perdendo a calma pela primeira vez em seu longo ofício. Máximo Sales, com ar de parvo, saindo a correr em busca de Pelancchi Moulas.

O próprio Anacreon, em toda sua gloriosa crónica de contraventor, nada vira comparável a esta sua sorte e ao azar da banca. Mas não lhe competia discutir o acontecido: palpite de Vadinho era para ser honrado e não desperdiçado em tolas discussões. Homem de amplos horizontes, Anacreon acreditava no destino e em sua boa estrela e, para ele, em se tratando de fichas e baralhos, o impossível não existia.

Quanto a Pelancchi Moulas, apenas penetrou na sala, leu o pânico nos olhos perplexos de Domingos Propalato. Vindo colocar-se ao lado do irmão-de-leite, ouviu-lhe a voz num sussurro e em desespero, era como se ouvisse a sua sentença de morte.

- Dio cane, Peccchiccio! Siamo fututi!

Simples pau-mandado da fatalidade, Propalato virou a carta, deu o ponto.



“Sono fregato, sono fututo!”, repetiu Pelancchi Moulas quando, em seguida a Anacreon, chegou a vez de Mirandão.

De todos os rapazes daquela geração, Mirandão fora o único a permanecer o mesmo jovial boémio, como se o tempo não passasse , varando as noites por entre as emoções do jogo.

Um Domingo de manhã, estando em casa a cuidar dos passarinhos nas gaiolas, Mirandão ouviu distintamente a mensagem de Vadinho: naquela noite, na roleta do Palace, o 17.

Melhor amigo não possuíra Mirandão, ele e Vadinho tinham sido como mabaças de tão inseparáveis. Também o nome de Vadinho não lhe saía da boca nem sua lembrança da memória. Como esquecê-lo, senão mais houvera amigo igual?

Naquele dia, porém, era diferente. A recordação de Vadinho adquiria uma consistência de presença, como se ali estivesse ajudando Mirandão junto às gaiolas a desatar no assobio o canto do curió e do canário.

Mirandão fora convidado pela negra Andreza para almoçar sarapatel em sua casa. Pelo caminho a voz lhe repetiu o palpite e o fez também na mesa de toalha alva onde recendiam o sarrabulho e o molho de pimenta. 17 era o número da sorte de Vadinho, jamais, porém, favorecera a Mirandão.

Naqueles três anos, em homenagem ao amigo falecido, Mirandão arriscara algumas vezes seu parco capital no 17, sempre com prejuízo. Novamente o faria, se Vadinho o desejasse, o amigo era merecedor de muito mais.

Apenas naquele Domingo não tinha capital nenhum e entre os convidados de Andreza – o carpina Waldemar, Zuca, um empregado do serviço rural com os salários em atraso, o pedreiro Rufino e mestre Pastinha – só Robato Filho talvez pudesse dispor de algum para
emprestar
.

NANA MOUSKOURI - TU PAIDA TOU PIREA
A voz de Nana tem uma particularidade que faz com que seja única tanto a cantar como a falar: uma corda vocal é mais grossa do que a outra. Talvez por isso, a conhecida cantora dos óculos de aros negros, vendeu 300 milhões de cópias, a par com Witney Houston, Michael Jackson, Madona, Elvis Presley, Mariah Carey, Beatles e Queen. Pop, jazz, folclore, clássica, gospel, etc... em todos os géneros de música ela teve sucesso. Traticamente poliglota, cantou em grego,inglês, francês, espanhol, latim, alemão, hebraico, japonês, entre outros... Interveio na política reprovando a ditadura militar grega e apoiando a democracia. A sua paixão por crianças levou-a a embaixadora da UNICEF em 1993 e representou a Grécia no Parlamento Europeu.

terça-feira, novembro 23, 2010

Onde Está Deus?...



Um casal tinha dois filhos, um de 8 e outro de 10 anos, que eram umas pestes. Os pais sabiam que se houvesse alguma travessura na zona onde moravam, eles com certeza estariam metidos.

A mãe das crianças ficou sabendo que o novo padre da cidade tinha tido bastante sucesso em disciplinar crianças.

Então ela pediu ao padre que falasse com os meninos. O padre concordou, mas pediu para vê-los separadamente.

A mãe, então, mandou primeiro o filho mais novo.

O padre, um homem alto com uma voz de trovão, sentou o puto e perguntou-lhe austeramente:

- Onde está Deus ?

O puto abriu a boca, mas não conseguiu emitir nenhum som, ficou sentado, com a boca aberta e os olhos arregalados.

Então, o padre repetiu a pergunta num tom ainda mais severo:

- Onde está Deus ?

Mais uma vez o puto permaneceu de boca aberta sem conseguir emitir nenhuma resposta.

Então, o padre levantou ainda mais a voz, e com o dedo no rosto do puto gritou:

- ONDE ESTÁ DEUS ?

O puto saiu correndo da igreja directamente para casa e trancou-se no quarto.

Quando o irmão mais velho o encontrou, perguntou-lhe:

- O que é que aconteceu ?

O irmão mais novo, ainda tentando recuperar o fôlego, respondeu:

- Desta vez estamos mesmo lixados! Deus desapareceu e acham que fomos nós!!


Cuidado com a argumentação
de uma mulher inteligente...



Um casal sai de férias para um hotel-fazenda.

O homem gosta de pescar e a mulher gosta de ler.

Uma manhã, o marido volta da pesca e resolve tirar uma soneca.

Apesar de não conhecer bem o lago, a mulher decide pegar o barco do marido e ir ler no lago.

Ela navega um pouco, ancora, e continua lendo seu livro.

Chega um guarda do parque em seu barco, pára ao lado da mulher e fala:

- Bom-dia, madame. O que está fazendo?

- Lendo um livro - responde e pensa: "será que não é óbvio?"

- A senhora está em uma área restrita em que a pesca é proibida, informa.

- Sinto muito, tenente, mas não estou pescando, estou lendo.

- Sim, mas com todo o equipamento de pesca. Pelo que sei, a senhora pode começar a qualquer momento. Se não sair daí imediatamente, terei de multá-la e processá-la.

- Se o senhor fizer isso, terei que acusá-lo de assédio sexual.

- Mas eu nem sequer a toquei! - diz o guarda.

- É verdade, mas o senhor tem todo o equipamento. Pelo que sei, pode começar a qualquer momento.

- Tenha um bom-dia madame, diz ele, e foi-se embora.

Ilha do Pessegueiro
A ilha do Pessegueiro, ao largo de Porto Covo, a 250 metros da costa tem 340/235 metros, respectivamente de comprimento e de largura. É um dos ex-libris da costa do sudoeste com vestígios arqueológicos que remontam à Idade do Ferro. Está assente em xistos e deve ter-se formado a quando da última glaciação quando o nível do mar estava 120 metros a baixo do nível actual. Ao longo dos séculos funcionou de apoio à navegação e como entreposto comercial. Foram encontrados vestígios de tanques de salga de peixe. o nome de Pessegueiro vem do termo latino "piscatórius" ou "piscarium".

VÍDEO

Confissão Automática...


Aqui, acaba a planície alentejana...Portugal... a Europa... e começa o Oceano Atlântico.

NANA MOUSKOURI - CHIQUITITA
A sua infância foi marcada pela guerra pois os nazis tinham invadido a Grécia e o seu pai integrou o movimento anti-nazi em Atenas. Nana começou a ter lições de canto aos 12 anos mas devido à ocupação da sua terra pelos alemães a família deixou de ter possibilidades de lhe custear as aulas. A sua professora, no entanto, reconhecendo nela um talento inigualável continuou a ensiná-la sem qualquer pagamento. Porém, em 1950, com 16 anos, não foi aceite no Conservatório...


DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS

Episódio Nº 276


Bancava em nome da casa, o melhor banqueiro de bacará da cidade, quiçá do norte do Brasil, Domingos Propalato. Não um empregado qualquer mas o patrício, o compadre, o irmão de leite de Pelancchi Moulas. Nascidos na mesma aldeia, com a diferença de dias, a mãe de Domingos em seu farto seio amamentara o futuro milionário. Capaz de matar e morrer pelo fraterno, estava Propalato acima de qualquer suspeita. Em frente a ele, o velho Anacreon. Mais que suspeito.

Onde arranjara o palpite e o dinheiro para o jogo? Todos sabiam da mísera situação a que descera o velho: tão por baixo reduzido a vender pule de bicho no café do Raimundo Pita Lima.

Ao demais - somava Máximo nos dedos – o velho tinha audácia e experiência. Muito antes de Pelancchi Moulas estabelecer seu império na Baía já Anacreon era figura popular nas rodas do jogo clandestino, perseguido e roubadíssimo. Hábil no traço do baralho, na queda dos dados, quem mais antigo e constante da mesa da roleta, em frente ao bacará, na batida da ronda, do vinte e um, do sete-e-meio? Um patriarca.

Passavam-se os anos, surgiam e desapareciam gerações, só o velho Anacreon se mantinha igual, com altos e baixos certamente, fases boas e ruins, sem jamais no entanto ter exercido outro ofício além do jogo.

Rapazes que se fizeram à sua sombra já não jogavam, transformados em pessoas sérias e respeitáveis, como Zéquito Mirabeau, Edgard Curvelo, e até Giovanni Guimarães. Um dos seus primeiros camaradas, Bittencourt, rápido chegara a director do serviço de Águas, engenheiro competente. Não esqueceu o amigo, lhe propôs um emprego de contínuo, garantia para os dias da velhice. Comovido, Anacreon chorou abraçado a Bittencourt mas nunca foi assinar o contrato e tomar posse.

- Só sirvo para jogar, pra nada mais…

Alguns, (uns poucos, felizmente) ocupando cargos importantes ou casados com mulheres ricas, não ousavam sequer recordar aqueles tempos da juventude e boémia. Outros tinham morrido em plena mocidade e Anacreon vivia a lhes recordar os nomes e os feitos: o alegre Ju, príncipe da facécia, do gracejo, da pilhéria fina; o belo Divaldo Miranda, rico e elegante cabo-verdeano; o gordo Rossi, uma simpatia de rapaz, doido por samba e por cachaça: certa vez, bêbado, urinara em pleno salão do Palace, na vista das senhoras, e só não foi linchado por Anacreon, puxando de uma navalha, virou fera e lhe garantiu a retirada: Vadinho, o inesquecível, o seu amigo mais dilecto, o mais louco e divertido, o melhor, o mais retado, um porreta.

Porreta, sim, o mais porreta! Mesmo morto e enterrado há uns bons três anos, não suportava ver o velho Anacreon anotando pule de bicho nos fundos do café, num miseré daqueles, a moral na lama. Aparecendo-lhe em sonho – sonho que mais parecia realidade, pois Anacreon nem sequer dormira, um cochilo quando muito depois do magro almoço – Vadinho lhe aconselhou fosse sem falta ao Tabaris naquele mesmo dia e no seguinte, e na mesa de Domingos Propalato apostasse no ponto e só no ponto, a noite toda. Sempre no ponto, jamais na banca. Como arranjar dinheiro? Tomando algum de empréstimo a Raimundo, à sua revelia; bom sujeito, o dono do café não ia fazer caso de alguns mil-réis. Ao demais, na manhã seguinte, Anacreon coberto de ouro, novamente freguês do bicho e não empregado de bicheiro, reporia com juros os níqueis do empréstimo nas apostas do café do Raimundo.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 71 SOB O TEMA:

“QUEM FUNDOU A IGREJA?” (2)


Uma Diversidade de Igrejas Cristãs


Ainda que Jesus não tenha fundado nenhuma igreja, as igrejas cristãs assim se proclamam e assim o ensinam. A igreja católica, as várias igrejas ortodoxas, separadas da católica no Século XII e as muito numerosas igrejas nascidas da Reforma Protestante do Séc. XVI das quais resultaram, no último século, igrejas evangélicas, pentecostais e neopentecostais, são todas igrejas cristãs que se reclamam de ser uma “criação” de Jesus Cristo, uma instituição fundada por ele, ou por ele referida, que teria tido a vontade de que existissem e funcionassem como hoje existem e funcionam.

O Ecumenismo é um Movimento de busca e unidade de todas as igrejas cristãs. Uma unidade na diversidade, já que todas as igrejas, ainda que digam ter objectivos comuns, viveram rivalidades, inclusive sangrentas, ao longo de séculos, diversificando também os conteúdos da sua fé em Jesus.

Fora da igreja… católica “não há salvação”.

- No documento do IV Concílio de Letrão (1215) que condena os albigenses, aparece no capítulo I esta frase:

- “Uma só é a igreja universal dos fiéis e fora dela ninguém absolutamente se salva”. Em 1302, consumada a ruptura entre as igrejas do oriente e do ocidente na sequência das rivalidades entre Roma e Bizâncio, o Papa Bonifácio VIII ratificou essa doutrina na sua bula “Unam Santam” que começa dizendo o seguinte:

- “Fora da igreja Católica e Apostólica não há salvação nem perdão dos pecados”.

Esta doutrina prevalece nos séculos seguintes, consumada a ruptura com as igrejas nascidas da Reforma Protestante iniciada por Martinho Lutero, padre e professor de Teologia alemão.

Em 1854, o Papa Pio IX, reiterou-a:

- “Pela fé, devemos sustentar que fora da Igreja Apostólica Romana, ninguém pode salvar-se porque esta é a única arca de salvação e quem nela não tiver entrado morrerá no dilúvio”.

Entre as igrejas cristãs, a católica e a que sempre insistiu em ser ela a verdadeiramente “fundada” por Jesus Cristo, a “única” que garante a plenitude da “salvação”. Depois de ter afirmado durante séculos, taxativamente, nos anos sessenta do Séc. XX, o Concílio Vaticano II, surpreendentemente, envereda pelo ecumenismo e reconhece o valor das igrejas cristãs não católicas.

No entanto, ultimamente, a hierarquia Católica Romana voltou à ideia excludente e arrogante de ser a “única verdadeira”. No ano 2000 assim o expressou o cardeal Ratzinger à frente da Congregação da Fé, no documento “Dominus Iesus” que foi amplamente questionado em todo o mundo por teólogos católicos e de outras igrejas cristãs.

Nele, e em sentido contrário ao ecuménico, que ganhava força em todo o mundo, o Vaticano reiterava que os fiéis estão obrigados a professar que existe uma continuidade histórica – radicada na sucessão apostólica – entre a igreja fundada por Cristo e a igreja católica: "esta é a única igreja de Cristo".

Um grupo de teólogos europeus expressou-se na ocasião sobre este lamentável documento: “Fora da igreja não há salvação” disse o bispo São Cipriano de Cartago no Séc. III. A única igreja verdadeira é a católica, sustenta agora o pontificado romano. Embora o Concílio Vaticano II tenha matizado esses princípios em 1965 com a proclamação da liberdade religiosa como um dos direitos humanos fundamentais, tese que deu lugar ao diálogo inter-religioso e a importantes avanços na convergência de numerosas igrejas que fundem a sua origem num judeu crucificado pelos romanos há 2000 anos.

Apesar do recuo que produziu este documento, a ideia de que a igreja católica romana é a única verdadeira foi ratificada pelo mesmo Ratzinger, convertido já em Papa Bento XVI, em Julho de 2007, num outro documento da Congregação para a Doutrina da Fé que afirma: "A católica é a única igreja constituída por Cristo na terra, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele."

A unidade de todos os cristãos nunca será alcançada com ideias e atitudes reflectidos em documentos como estes.

segunda-feira, novembro 22, 2010

NANA MOUSKURI - A PLACE IN MY HEART
Cantora grega, nascida em 1934, frequentou o Conservatório de Música de Atenas durante 8 anos. Desistiu do canto lírico pelo muito amor que tinha pela música popular. Assim, iniciou a sua carreira cantando jazz em pequenos clubes nocturnos de Atenas e gravou o seu 1º disco em 1958 tendo, rapidamente sido descoberta por Manos Hadjidakis (o maior compositor da Grécia e um dos maiores do Séc.XX) e que compôs as músicas com que Nana ganharia os primeiros Festivais Europeus que lhe abriram as portas para a sua carreira internacional.

Praia dos Búzios


Praia dos Buizinhos em Porto C0vo




Porto Covo

A Ilha do Pessegueiro

Ali, onde a terra acaba e o mar começa....

O branco alvo e brilhante da espuma das ondas, o azul das águas e o céu pardacento de nuvens desmaiadas...

Ñão Seria Para Menos...



Um gajo pequenino entra no elevador e depara–se com um tipo enorme lá dentro. O grandalhão olha para o pequenino e decide apresentar–se:

– 2,05 metros de altura, 152 quilos, pénis de 30 cm, testículo esquerdo de 1,2 quilos, testículo direito de 1,2 quilos... Victor Costa.


O gajo pequenino desmaia. O gajo grande pega no pequenino e reanima–o com umas bofetadas.

– Que se passa? Tem algum problema?!

O tipo pequenino pergunta:

– Desculpe, mas o que é que você disse?

O gajo grandalhão repete tudo novamente.

– 2,05 metros de altura, 152 quilos, pénis de 30 cm, testículo
esquerdo de 1,2 quilos, testículo direito de 1,2 quilos... Victor
Costa.

O gajo pequenino suspira de alívio...

– Ah! Victor Costa?! Graças a Deus! Eu percebi que tinha dito: "Vira–te de costas!"


DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS

Episódio Nº 275



Dona Flor em aflição, desatinada, temendo por sua honra, pelo seu lar feliz, tudo em perigo. Que dizer então de Pelancchi Moulas? Ruía seu império como sob um terramoto ou uma revolução.

Nunca se vira nada igual desde o começo do mundo e das apostas. Já sucedeu, é certo, sorte extraordinária, assim como azar descomunal, e por mais de uma vez, um jogador, com fortuna e decisão, estourou a banca de um casino. São acontecimentos raros e sempre limitados. Fora disso há batota. Mas também na trapaça é logo descoberta, sobretudo se persistente e repetida. Nesse mundo de incertezas, nada mais seguro que as receitas e os lucros dos concessionários dos casinos e do bicho, da jogatina: ganham de muitos, perdem para uns poucos, são uns grão-senhores, vivem à tripa forra.
Melhor negócio, mamata mais rendosa, só mesmo a Presidência da República.

Contra Pelancchi Moulas, porém, levantavam-se baralhos, dados e roletas, acontecia tudo quanto não tinha explicação. O absurdo, o inacreditável, o impossível, era necessário ver para crer, e ainda assim, vendo com os olhos que a terra há-de comer, muita gente repetia as palavras daquele homem de Ilhéus, ao assistir ao torneio de damas de Arigof: “estou vendo e não acredito”.

Em matéria de jogo o professor Máximo Sales vira tudo em sua vida, inclusivé um homem morrer do coração ao acertar em pleno na roleta e outro se matar engolindo uma pastilha de veneno, morte feia. Nunca pensara em deparar com o inexplicável, era um céptico, tinha os pés na terra e a cabeça fria.

Adolescente vendera pule de bicho em Porto Alegre, em Manaus fora gerente de uma tasca, crupiê no Rio, marreteiro no Recife, bancara ronda em Maceió, viveu de pocker nos garimpos, conhecia todos os segredos, cada ladroeira.

_ Então, professor o que é que me diz? Quais os resultados do seu inquérito? De concreto, o quê? – a voz de Pelancchi, seus olhos maus e o medo.

De concreto, nada, Máximo Sales dava a mão à palmatória. Dados e baralhos tinham sofrido os exames mais minuciosos, também mesas e caixas, nenhum indício. Veio a polícia, um delegado com fama de muito competente, vários secretas interrogaram os empregados, sob a orientação de Máximo. Exaustivamente, sem levar em conta posto, idade, sequer as relações de intimidade com o patrão. Nem Domingos Propalato, irmão-de-leite de Pelancchi fora poupado. Só Zulmira escapara de tal humilhação, mas nem por ser quem era o professor a inocentara:

- Vai-se ver e essa tipa é da quadrilha.

Para Máximo só uma quadrilha, e das mais bem organizadas, poderia ter montado aquela batota extraordinária. Uma quadrilha internacional, faltando aos trapaceiros locais competência para tanto; tão pouco a possuindo os do Rio ou de São Paulo. Só especialistas europeus ou americanos, de Monte Carlo ou de Las Vegas, seriam capazes de façanhas como a do bacará: durante duas noites seguidas, na mesma mesa de bacará, no Tabaris, deu o ponto todas as vezes e nem uma vez a banca, o velho Anacreon ganhando uma fortuna.

Ele e todo o mundo pois uma verdadeira multidão acompanhou o jogo do sortudo. Sortudo? Para Máximo, Anacreon era apenas um cúmplice dos bandidos.

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